Soja chega ao estágio final do ciclo produtivo e colheita avança no Rio Grande do Sul
Cerca de 51% das lavouras encontram-se em processo de maturação, e as restantes estão predominantemente na fase final de enchimento de grãos
Uma carga de 52 mil quilos de farinha de trigo vinda da Argentina para o Brasil foi apreendida por auditores fiscais federais agropecuários no Porto Seco Multilog, em Foz do Iguaçu, no Paraná, nesta semana. O material estava contaminado com urina de rato e insetos. A quantidade retida pela equipe de fiscalização seria suficiente para fabricar um milhão de pães do tipo francês.
"Se cada pessoa ingerisse um pão feito com o produto irregular, poder-se-ia chegar ao trágico número de um milhão de doentes por conta desse problema", comentou o auditor agropecuário Marcelo Tursi, que atua na fronteira com o país argentino.
O carregamento foi inspecionado de forma minuciosa pela equipe em uma fiscalização de rotina, onde verificaram embalagens de cerca de mil quilos que são usadas no armazenamento e transporte de produtos secos ou pastosos, como farinha, insumos agrícolas e grãos. O montante estava armazenado em duas carretas em 10,4 mil pacotes de 5kg de farinha de trigo, prontos para serem vendidos em supermercados.
"Essa vistoria é feita em 100% das cargas importadas e exportadas que entram com produtos agropecuários no pátio do porto todos os dias. A fiscalização inclui coleta de amostras dos produtos e encaminhamento ao laboratório, além de ser feita análise física e verificada a carga de forma geral e criteriosa", explicou. "Toda semana tem apreensão de cargas de baixa qualidade aqui no porto, por diversos motivos, principalmente insetos. Mas este caso foi mais grave. A prevenção deste tipo de situação só é possível graças ao trabalho intensivo de fiscalização diária dos profissionais", acrescentou.
Segundo Tursi, a farinha de trigo provavelmente teria como destino indústrias e panificadoras do Paraná e, depois de embalada, estaria disponível ao consumidor em estabelecimentos comerciais. Após a apreensão da carga, os insetos encontrados são enviados para laboratório para identificação da espécie.
"Se for constatado risco para a agricultura brasileira, a carga é imediatamente devolvida ao país de origem. Esta mercadoria apreendida será devolvida à Argentina e o exportador poderá optar pela sua destruição", detalhou. "O trabalho de inspeção e fiscalização feito aqui é tão criterioso que, se em uma análise for encontrado um pelo de rato, mesmo em pequena quantidade, misturado ao produto, toda a mercadoria fica desclassificada para consumo", concluiu.
A presença de insetos e roedores em alimentos pode causar doenças graves, como a leptospirose, que pode levar uma pessoa à internação hospitalar, sendo que idosos e crianças são mais suscetíveis a reações graves da doença. O paciente pode apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, e pode até levar à morte.
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