RS Safra 2025/26: semeadura da soja avança pelo estado
Área semeada alcançou 60% da projetada pela Emater/RS
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) participou, na quinta-feira (27), de audiência pública que discutiu a proposta do deputado Felipe Camozzato de desonerar a exportação de arroz da cobrança da CDO. O encontro reuniu entidades e produtores para avaliar alternativas diante do cenário de estoques elevados, preços deprimidos e perda de competitividade.
Segundo dados apresentados, o Brasil iniciou a colheita de 2025 com cerca de 500 mil toneladas de arroz em casca em estoque. Para 2026, a projeção nacional passa de 2 milhões de toneladas, enquanto o Mercosul pode ultrapassar 3 milhões. A combinação de crédito restrito, queda das cotações e estoques altos tem pressionado especialmente os produtores da metade sul gaúcha.
O presidente da Federarroz, Denis Dias Nunes, avaliou a audiência como preparatória para a votação, na próxima semana, do projeto que ajusta o estatuto do Irga e permite o uso da CDO em programas de subvenção. “Foi uma oportunidade para esclarecer o que o setor pretende com a taxa e contribuir para o debate. O objetivo é viabilizar mecanismos de apoio em um momento crítico para a cadeia orizícola”, afirmou.
A audiência também ressaltou a redução superior a 30% na área cultivada com arroz no país nos últimos anos e o peso do Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 70% da produção nacional. A cotação atual, em torno de R$ 53,75 (Cepea), segue bem abaixo do preço mínimo da Conab e distante dos mais de R$ 108,00 registrados há um ano.
Além dos efeitos econômicos, foram discutidos impactos sociais, como queda de arrecadação, aumento do endividamento e retração de empregos, somados à concorrência do arroz importado. O fortalecimento das ações do Irga em pesquisa e extensão foi apontado como essencial.
O projeto que trata do estatuto do Irga e do uso dos recursos da CDO deve retornar à pauta na próxima semana. A Federarroz reforça que medidas emergenciais e estruturais são necessárias para garantir renda, sustentabilidade e manter o protagonismo do Rio Grande do Sul na produção de arroz.
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