Associação critica proposta de aumento na tarifa de importação do nitrato de amônia

O nitrato de amônia, matéria-prima essencial para a produção de fertilizantes nitrogenados, é fundamental para culturas como cana-de-açúcar e café

10.10.2024 | 16:19 (UTC -3)
Enio Campoi
Foto: reprodução
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A Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA Brasil) se manifestou contra a proposta de alteração da tarifa de importação do nitrato de amônia, que pretende elevar a alíquota de 0% para 15%. A entidade, que representa mais de 60 misturadores de fertilizantes em todo o país, destaca que a medida pode impactar negativamente os custos para os agricultores brasileiros, que dependem desse insumo.

A AMA Brasil enfatiza que 91% dos fertilizantes NPK consumidos no Brasil são importados, com apenas 9% de produção nacional. O acesso aos produtos importados por meio do sistema portuário brasileiro é considerado uma vantagem competitiva, garantindo uma distribuição eficiente e econômica dos insumos para as diversas regiões agrícolas do país.

O nitrato de amônia, matéria-prima essencial para a produção de fertilizantes nitrogenados, é fundamental para culturas como cana-de-açúcar e café. O Brasil consome anualmente cerca de 1,5 milhão de toneladas desse fertilizante, sendo que 85% dessa quantidade é importada. A única produtora nacional, localizada em Cubatão (SP), enfrenta limitações logísticas, operando com uma capacidade anual de 416 mil toneladas, das quais apenas 35% são destinadas à produção de fertilizantes.

A proposta de aumento da tarifa de importação, segundo a AMA Brasil, não inclui um planejamento para aumentar a capacidade produtiva nacional e resultará em elevação dos custos para os agricultores, sem beneficiar efetivamente a agricultura brasileira. A entidade alerta que a mudança irá favorecer apenas a multinacional que controla a produção do nitrato de amônia, que produz mais de 3 milhões de toneladas do insumo globalmente.

Diversos setores do agronegócio estão se mobilizando contra a proposta, enviando ofícios a órgãos federais para manifestar sua insatisfação. A AMA Brasil, junto com o Instituto Pensar Agropecuário (IPA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que representa 1.185 cooperativas, entre outras instituições, está unida na oposição a essa medida, que consideram prejudicial aos interesses da agricultura nacional.

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