Artigo - Diagnóstico aponta principais pragas do arroz no Tocantins

14.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

O município de Formoso do Araguaia está localizado no Vale do Rio Javaés, onde se encontra a maior área contínua apta para a cultura de arroz irrigado no Estado do Tocantins, com aproximadamente 1,2 milhão de hectares. Além das lavouras extensivas, existem no município cinco assentamentos do Incra, ocupando uma área acima de 53 mil hectares, onde vivem mais de 500 famílias. No período chuvoso, os rios transbordam cobrindo grande parte da área plana. Essa característica faz com que o arroz irrigado seja a única cultura possível de ser explorada no período chuvoso.

Com o objetivo de diagnosticar a situação atual de controle de pragas no ambiente dos assentamentos, foram aplicados questionários dirigidos aos produtores. Foram entrevistados 97 produtores, de três assentamentos: Lagoa da Onça, Três Poderes e Caracol 2.

A importância das pragas foi obtida, de acordo com a percepção dos produtores e classificadas dentro de uma escala de severidade. As pragas mencionadas, referentes às safras 2004/2005 e 2005/2006, foram: bicheira da raiz; brusone; lagarta das folhas; lagarta elasmo; percevejo do colmo; percevejo do grão; plantas daninhas, pássaros e ratos.

Segundo o levantamento, o inseto-praga mais conhecido e mais freqüente é o percevejo, seguido das lagartas. A decisão de manejo das pragas, conforme 57% dos produtores, é tomada quando a presença do inseto é detectada e 48% fazem o manejo preventivamente em intervalos regulares. Do total de entrevistados, 59% aplicam inseticida duas vezes e 11% aplicam uma vez.

Sobre os inimigos naturais das pragas, 17% responderam que sapos, pássaros, aranhas, e joaninha são os mais conhecidos; 66% dos entrevistados sabem que existem, mas não souberam informar quais são os inimigos naturais e 27% informaram não conhecer.

Sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP), 64% dos produtores informaram que desconhecem a tecnologia e 7% a conhecem por meio de eventos agropecuários, televisão e palestras realizadas no assentamento. Quando questionados sobre a possibilidade de adotar o MIP, 52% responderam que concordam em experimentar a tecnologia, mas 29% não concordam ou não manifestaram interesse.

A falta de interesse demonstrada por parte dos produtores pode estar associada ao desconhecimento dos benefícios do MIP, caracterizando a necessidade de implementar ações de transferência de tecnologia.

Quanto à sua importância, as pragas apontadas como de maior gravidade foram pássaros, percevejo do grão, brusone, ratos, lagarta elasmo, percevejo do colmo, lagarta das folhas e plantas daninhas. Os pássaros e o percevejo do grão foram os que tiveram maior relevância na gravidade.

Na avaliação dos produtores assentados, a perda, devido a pragas, foi de 22%. Esse percentual contradiz a afirmativa dos produtores de que é fácil manejar as pragas na cultura do arroz. Isso também evidencia que as recomendações técnicas disponíveis para o manejo das pragas não são adotadas.

Diagnosticados os problemas com as pragas da cultura do arroz nos assentamentos, é possível implantar um programa de capacitação para produtores e agentes da assistência técnica, bem como estabelecer parcerias para fomentar ações de transferência de tecnologias em nível de propriedade.

(Embrapa Arroz e Feijão),

(Ruraltins),

(Pref. Municipal de Formoso do Araguaia)

Contatos: www.cnpaf.embrapa.br

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro