Culturas de grãos impulsionam crescimento da Satis no Oeste baiano
Empresa mineira apresentará dados em seu estande no Bahia Farm Show 2019
Apenas 10% dos produtores rurais brasileiros têm dado atenção ao manejo da parte física e biológica do solo. É o que alerta o membro fundador do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), Orlando Carlos Martins, de acordo com os dados coletados ao longo de dez anos de existência do CESB.
Esse índice foi percebido durante as mais de 3 mil auditorias realizadas pelo Comitê nas áreas inscritas para o Desafio de Máxima Produtividade de Soja, desde a primeira edição em 2008. O Desafio busca incentivar os sojicultores a adotarem, ano a ano, as melhores técnicas de manejo para atingir picos de produtividade em uma mesma área.
Segundo Martins, os investimentos dos produtores têm se voltado muito para a parte química do solo, a genética das sementes e a proteção. O agrônomo indica que 80% dos agricultores recorrem a esses meios para buscar bons índices de produtividades. Assim, as partes física e biológica do solo, que de acordo com ele deveriam ser primordiais, estão sendo deixadas de lado. “São duas áreas muito importantes que estão sendo esquecidas. O problema da física e da biologia do solo é que não dá para comprar, tem que construir com o tempo. Por isso, o produtor tem que ir atrás de conhecimento”, afirma.
Hoje existem diversas tecnologias e máquinas que deixam os produtores bem equipados para promoverem uma boa safra. “Os dados coletados com os campeões de produtividade do CESB demonstram que os seus solos têm condições físicas e biológicas muito boas. Por mais que existam sementes com genéticas melhores, máquinas mais tecnológicas, nada fará efeito se o perfil de solo não tiver sido bem construído”, declara.
Para Martins, a descompactação do solo antes e durante o plantio deve ser ponto de atenção dos produtores. “Para crescerem, as raízes precisam de oxigênio e do encontram lá embaixo da terra. Se o solo está compactado e entra pouco oxigênio, a planta não vai conseguir crescer. Então precisamos criar poros no solo e a melhor maneira de fazer isso é com raízes de plantas”, relata.
Para isso, ele defende a rotação de culturas, que deve ser atendida conforme as necessidades do solo e levando em consideração também o clima. “Onde não dá para fazer soja e milho no verão e outras culturas no inverno, podemos fazer soja no verão e milho e gramíneas no inverno. Elas contribuem na parte química, mas ajudam ainda mais na parte física, na aeração do solo, porque a cultura aprofunda mais e busca mais água”.
No caso da produção da família A. Guimarães, que trabalha com diversos tipos de culturas em Minas Gerais, fazer o “feijão com arroz” corretamente tem dado certo. “Preparar bem o perfil de solo é realmente essencial. A gente descompacta o solo quando necessário, para não ter impedimento da raiz. Assim a planta consegue buscar água em profundidade para se sustentar em tempos difíceis, por exemplo”, explica o produtor Rogério de Souza Guimarães.
Na questão da soja, a família Guimarães procura alternar a plantação com trigo ou sorgo. Isso ajudou a preparar bem o solo para atingir altos índices de produtividade. A família ganhou a edição de 2017/2018 do Desafio CESB na Região Sudeste, com 108,96 sacas por hectare colhidas em sua propriedade na cidade de Serra do Salitre (MG).
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