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Os insumos biológicos apresentam inúmeras vantagens para o produtor, para o solo, meio ambiente e consumidor. Tais atributos se destacam também na economia brasileira e mundial. De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Research and Markets, o mercado de insumos biológicos deverá alcançar faturamento de US$ 18,5 bilhões até 2026, um crescimento de 74%, contra um aumento de apenas 3,7% dos defensivos químicos. Segundo estimativas da consultoria Blink Projetos com a CropLife, o mercado destes insumos deve triplicar até 2030, com os agentes de controle biológico de pragas liderando esse mercado.
Nos últimos 30 anos, a ANPII (Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes) vem acompanhando de perto essa revolução nas lavouras brasileiras e no comportamento dos consumidores. Desde sua fundação, vem amplificando conhecimento, em especial sobre a FBN (Fixação Biológica do Nitrogênio). No final do ano passado, a associação realizou sua assembleia em Curitiba (PR), com uma ampla pauta, envolvendo diversos assuntos que a transformam de “dentro para fora”.
“A primeira grande mudança altera o nosso estatuto e possibilita que mais empresas façam parte da nossa jornada, tendo acesso às pesquisas de mercado, parcerias no desenvolvimento de novas tecnologias junto aos centros de pesquisas e programas novos como o interlaboratorial, em parceria com a Embrapa, que apontará melhorias nos laboratórios das associadas”, resume Guilherme de Figueiredo, presidente da ANPII.
A reestruturação passa pela contratação de dois executivos que tem a missão de implantar novos projetos, dar ritmo e suporte aos que estão em andamento e criar um planejamento futuro, pensando cenários e trabalhando pelas implementações necessárias. Solon Cordeiro Araujo, engenheiro agrônomo e consultor, participou da fundação da ANPII e foi seu primeiro presidente. Agora, assume a diretoria executiva, enquanto Larissa Simon, que veio do mercado empresarial com passagem em multinacional de fertilizantes e responsabilidade técnica em cooperativa agroindustrial, assume a assessoria executiva.
“Estas mudanças trarão mais agilidade e mais intensidade para as ações da ANPII. Os membros do Conselho Diretor têm suas atribuições nas respectivas empresas e passarão a ter um papel mais estratégico, enquanto que os aspectos operacionais ficarão com o Conselho Executivo”, diz o presidente executivo Solon Araujo.
Outra importante decisão será atuar mais próximo ao mercado de bioinsumos, com ações conjuntas junto às entidades reguladoras e associações congêneres, principalmente na área regulatória, que é chave para a pesquisa e desenvolvimento. “Buscamos segurança jurídica, agilidade nas aprovações para que a tecnologia chegue à linha de produção das associadas com maior velocidade e segurança”, resume Cínthia Delfini, vice-presidente da ANPII.
Atualmente, discussões na Câmara dos Deputados estão sendo realizadas pela Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia para melhorar a segurança jurídica de empresas e produtos do setor no Brasil. Segundo os parlamentares, a movimentação global com os bioinsumos pode alcançar US$ 11 bilhões a partir de 2025. O Brasil é o maior mercado dos insumos biológicos no mundo, com taxa anual de crescimento de 32% e movimentações em torno de R$ 3,5 bilhões.
Em 2023, a ANPII, por meio de parcerias com as consultorias Spark Inteligência Estratégica e 5P2R Marketing de Precisão, vai compor toda uma base de dados para o setor de inoculantes. Com o levantamento de informações desses produtos, suas diferentes formas de aplicação, as percepções dos produtores e os investimentos da indústria em inovação, a associação será capaz de ser um agente ativo na indução de melhorias, tanto na regulamentação, quanto no desenvolvimento de novas tecnologias.
“Disponibilizaremos novas visões e dados confiáveis para que as empresas associadas consigam somar a sua estratégia global e seus meios de produção necessários. Também será possível mostrar ao grande público quantitativamente a abrangência atual do uso dos inoculantes, o potencial de adoção em novas culturas e sistema de produção, assim como, a economia de recursos e a redução do impacto ambiental trazido com seu uso”, analisa Anderson Nora Ribeiro, consultor da 5P2R.
Outro ponto chave para a ANPII é a pesquisa e desenvolvimento (P&D), feito de forma compartilhada entre centros de pesquisa e as empresas associadas. Segundo dados da associação, estima-se um crescimento 15% na comercialização de inoculantes nas culturas de grãos e gramíneas em 2023. As novas pesquisas que se encontram em desenvolvimento e outras em fase final devem acelerar ainda mais o mercado, atraindo por meio do conhecimento os produtores que terão aumento de produtividade e estarão certos de que executam os devidos cuidados envolvendo o meio ambiente.
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