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Carioca, branco, preto, rajado... Não importa a variedade: cada tipo de feijão tem muitas qualidades nutricionais, o que faz esse nutritivo e delicioso grão, além de uma constante nas mesas da nossa gente, um alimento funcional completo. O feijão é capaz de prevenir várias doenças cardiovasculares, ósseas, coronárias e hepáticas, além de retardar o envelhecimento. A informação é da pesquisadora Nerinéia Dalfollo Ribeiro, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul, que ministrou a palestra “Feijão como alimento funcional”, no terceiro e último dia do 11º Conafe.
Pesquisadora da área de melhoramento genético, Nerinéia afirma que a leguminosa possui alto valor nutricional, baixo nível de gorduras, óleos benéficos à saúde, fibras, carboidratos e muitas proteínas. “Cerca de 60% do feijão são carboidratos, mas alguns têm muito amido disponível (AD), o que reduz muito o valor calórico. Outros têm mais amido resistente e, portanto, podem auxiliar na diminuição do colesterol ruim”, ressaltou.
O feijão ainda tem muitas outras qualidades. Rico em ômega 3 (até 40% do grão, em algumas cultivares), o grão torna-se uma alternativa em relação ao consumo de peixe, outro alimento com alto teor da substância. Tem alto teor de potássio – até três vezes mais do que a banana . As proteínas (19% a 37%) de algumas cultivares do feijão ainda são melhores do que a da soja, devido à facilidade digestória – quanto melhor a digestão, mais recomendado é o consumo do alimento para quem precisa de absorção proteica. As variedades carioca e preta são muito ricas em proteínas, segundo a pesquisadora.
Ainda é possível balancear o uso de algumas cultivares para combater a obesidade (branca e rajada, por exemplo, pois contêm uma boa porção de ácidos graxos e óleos tão eficazes quanto os da soja), doenças cardiovasculares e até cânceres, entre eles os de colo de útero e próstata. Propriedades antinutritivas, os taninos – que por anos figuraram entre os vilões do consumo do feijão por dificultarem a absorção de proteínas – não são mais problemas aos olhos da ciência, segundo Nerinéia. “Após o cozimento, grande parte dos taninos desaparece”, garantiu.
Porém, a pesquisadora ressalta que o alimento não faz milagres. Seu uso pode ser muito eficaz se combinado a uma alimentação balanceada, exercícios físicos regulares e hábitos de vida saudáveis. “De qualquer forma, é bom comer feijão, de preferência se variarmos no consumo. Devemos nos acostumar a ingerir outras variedades de feijão semanalmente, para equilibrar o organismo com proteínas, vitaminas e diversos nutrientes necessários”, alertou.
O 11º Conafe é uma promoção do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), com apoio do Londrina Convention & Visitors Bureau, Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro), Basf, Miac Máquinas Agrícolas, Selegrãos, Bayer, Syngenta e Laboratório Farroupilha.
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