Agro em Debate fala sobre a cultura do feijão e a importância da sustentabilidade

Um dos temas debatidos foi o solo, sua diversidade e multifuncionalidades, e como auxiliar em sua regeneração

01.04.2021 | 20:59 (UTC -3)
Amanda Pimentel

Agrivalle, empresa do segmento de bioinsumos no Brasil, realizou no dia 25 de março a 2ª edição do Agro em Debate sobre a importância da sustentabilidade para a cultura do feijão. Com um formato 100% digital e transmitido ao vivo pelas redes sociais da empresa, o projeto trouxe discussões sobre temas relevantes para o mercado agrícola, propiciando um ambiente para a troca de conhecimentos e informações.

Na ocasião, Thales Facanali, gerente de desenvolvimento, e Eduardo Bernardo, diretor de pesquisa, ambos da Agrivalle, trouxeram para a discussão um tema de muita relevância, o solo, sua diversidade e multifuncionalidades, e como auxiliar em sua regeneração. "Precisamos falar da sustentabilidade do solo e de como mantê-lo "vivo", através de sua regeneração. Grande parte do nosso solo, o que prevalece é um ambiente de um sistema em desequilíbrio. Temos problemas de fitossanidade, com microrganismos que não são benéficos, com capacidade de persistência no solo. Eles podem passar a ficar no solo, na forma de estrutura de resistência, por mais de 10 anos. Casos, por exemplo, do mofo-branco, na cultura do feijão, tomate e outras", alerta Eduardo Bernardo

Durante o debate, ambos trouxeram as perspectivas e o papel da Agrivalle para continuar melhorando os cultivos, de forma a suprir altas demandas de produção e promovendo através do sistema solo-planta mais eficiência e sustentabilidade, para longevidade na cultura do feijão e de pulses. E trouxeram o pilar de regeneração do solo como um dos principais, uma vez que existem microrganismos que afetam negativamente o desenvolvimento radicular. "Hoje atuamos em sistema de rotação de gramíneas e leguminosas e, por si só, isso já é um motivo a mais para se olhar a qualidade da terra. Alguns fitopatógenos proliferam e passam de cultura para cultura. Por isso, o agricultor precisa olhar para o solo como seu patrimônio, e traçar estratégias de sustentabilidade do mesmo. Pois isso, é determinante para seu sucesso de produção e rentabilidade. Não adianta nada planejar a cultura e sua rotação, se esse solo não estiver equilibrado, a cultura implantada, irá sofrer em seu estabelecimento e desenvolvimento, afetando negativamente na produtividade", orienta Thales.  

Como explicado por Thales e Eduardo, o feijão, bem como a soja, braquiária, milho e sorgo, são culturas potencialmente hospedeiras de patógenos de solo e isso pode prejudicar ou inviabilizar o desenvolvimento de sementes e de um sistema radicular saudável. "O Pratylenchus, por exemplo, tem uma multiplicação que a cada 35 a 40 dias uma fêmea coloca 200 ovos. No caso de Meloidogyne, o potencial é de 600 a 800 ovos a cada 35 a 40 dias. O Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), em um ciclo do feijão, seu patógeno pode se multiplicar em até 6 vezes. Ou seja, ou a gente pensa em uma estratégia para reduzir a persistência desses patógenos no solo, ou podemos inviabilizar a produtividade", explica Eduardo. 

O sistema radicular por si só, atrai doenças e nematóides, por ser uma fonte de alimento e, isso acontece através de sinais químicos. Por isso, é muito importante manter uma estratégia que permita um controle diversificado para que o desequilíbrio seja manejado corretamente. "Há um grande risco de ter um número alto de microrganismos não benéficos parasitando as raízes das plantas, se não houver controle e estratégia. Claro que existem também os microrganismos benéficos no solo, mas sem planejamento, deixa espaço para que os ruins sejam em maior quantidade, causando problemas severos radiculares. E sabemos que todo problema radicular tem sua ocorrência correlacionada com o desequilíbrio biológico do solo", orienta Eduardo. 

Para estabelecer uma microbiota benéfica é necessário lançar mão de mais de uma forma de ação e por isso, microrganismos utilizados em conjunto podem ajudar no controle de mais de um problema e garantir um efeito residual prolongado.  "Temos mecanismos que induzem a planta produzir compostos de defesa, hiperparasitismo, antibiose e outros atuando nas diversas fases dos parasitas e, quando associamos várias ações para patógenos e doenças, melhorando a diversidade no solo, podendo estabelecer um amplo espectro de ação. E o mais interessante é que isso é possível para os diferentes tipos de ambiente de produção, e variadas regiões agricultáveis e tipos de solo que temos no Brasil" finaliza Thales.

Pacote tecnológico

Profix é um nematicida com duas bactérias e um fungo que atuam no tratamento de semente e sulco de plantio e Shocker contém dois bacilos e um fungo que também agem na direção da regeneração do solo. Ambos, sendo acrescidos à terra produtiva, podem proteger as raízes dos fitopatógenos que estão no entorno, reduzindo o estresse das plantas e convertendo em produtividade. 

Para que haja um ganho extra, são indicados os bioestimulantes de origem orgânica, que melhoram o enraizamento e servem como substrato para a microbiota. Em parceria com o Professor Fernando Andreote da Esalq/USP, conseguimos ver que o aumento das enzimas pode significar que o bioestimulante vai servir tanto para alimentar a planta, quanto para nutrir os microrganismos benéficos no solo, o que poderá promover uma biota local ainda mais saudável. 

Agro em Debate

O Agro em Debate, é uma iniciativa idealizada e realizada pela Agrivalle, que reunirá ao longo dos próximos meses ciclos de palestras e debates técnicos transmitidos online e ao vivo  pelo canal oficial da empresa no Youtube, apresentando as melhores ferramentas, tecnologias e soluções inovadoras para auxiliar os produtores a produzirem cada vez mais e com melhor qualidade. 

Para assistir o debate na íntegra, acompanhar ou saber mais sobre os próximos eventos, basta acessar e preencher seu cadastro em: http://agroemdebate.agr.br/

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