Agricultores buscam soluções customizadas que considerem a “digital biológica” dos solos

A redução da diversidade de microrganismos no solo torna o sistema menos eficiente e gera maior demanda de insumos para a nutrição e proteção das plantas. O monocultivo e manejos interferem diretamente na composição microbiana do solo. Cada solo tem suas características químicas, físicas e biológicas e elas variam de região para região, de fazenda para fazenda. A adubação biológica é a solução para restabelecer o microbioma do solo e recuperar a saúde ecológica do sistema produtivo. Por isso, agricultores têm buscado cada vez mais bioinsumos que levem em consideração as reais necessidades de suas fazendas.

Foi através do penetrômetro que o agricultor Luciano Henkes, proprietário de uma área de 1000 hectares em Sarandi (RS), identificou uma redução na compactação do solo na área onde foi utilizada a Tecnologia Microgeo. O volume do adubo biológico é produzido para atender a necessidade de cada fazenda através da Biofábrica CLC - Compostagem Líquida Contínua, que é instalada na própria fazenda. “A descompactação foi identificada inclusive em camadas abaixo dos 20 cm em áreas com maior tempo de uso do produto. Ocorreram mudanças nas análises químicas do solo, sendo observado uma maior eficiência dos corretivos como calcário e gesso, com aumento do pH no perfil do solo, aumento da matéria orgânica e disponibilidade de fósforo (P)”, comemora.

O agricultor, que produz aveia, trigo e soja, contou também que o solo está com “mais vida”, observando maior presença de pequenos insetos, aracnídeos e, inclusive, de minhocas nas áreas. “Menor compactação, melhora da estrutura de solo e aumento da umidade disponível. Nós observamos também uma grande melhora na eficiência dos inoculantes, principalmente na cultura da soja, com aumento no número e tamanho de nódulos e nodulação mais precoce”, detalha o produtor.

Henkes destaca outros benefícios do uso da Tecnologia Microgeo como tolerância à seca, produtividade superior, maior volume de raízes e menor incidência de doenças de solo, mesmo as de difícil controle como o mofo branco e Phytophthora.

É natural a ocorrência de benefícios multifuncionais promovidos pela tecnologia, já que o restabelecimento da diversidade de microrganismos adaptados à região proporciona diferentes serviços ao solo e as plantas. Na propriedade dele foram instaladas duas Biofábricas CLC; uma com capacidade de 60 mil litros e uma Biofábrica Inteligente Microgeo (BIM), com capacidade de produzir 52 mil litros de adubo biológico. A segunda é automatizada. “A automatização garantiu a melhor uniformidade, menos resíduos, proporcionando maior qualidade da aplicação”, o que facilita a filtragem bem como toda a manutenção e operação da Biofábrica CLC, comemorou o produtor. Roberto e Fernando Piovesan Rigon são proprietários da Agrícola Rigon, que fica em Dois Irmãos das Missões (RS). Eles também encontraram na Tecnologia Microgeo a solução essencial para as carências que o solo e as plantas da fazenda enfrentavam. Com experiência de utilização da tecnologia em mais de 6.000 hectares, contam que foi possível observar, entre outros benefícios, o crescimento das médias de produtividade e diminuição de erosões hídricas. Para o porte de sua produção, foi instalada uma Biofábrica Inteligente Microgeo (BIM), com capacidade de produção de 110 mil litros e o adubo biológico é aplicado há mais de seis anos nas culturas de aveia, soja e trigo.

“O modelo da Biofábrica facilitou muito o manejo e melhorou a qualidade na produção, onde uma estrutura totalmente automatizada e programável consegue atender de maneira rápida e eficaz nossa demanda. No início acreditamos no Microgeo como forma de melhorar nosso solo em vários fatores e no decorrer do tempo da sua utilização observamos bons resultados econômicos, o que nos motiva a continuar investindo nessa tecnologia e aplicando em nossas áreas até os dias de hoje”, conta Roberto.