Adubação biológica produzida com tecnologia Microgeo altera temperatura foliar da planta

Análise foi destaque do trabalho vencedor da etapa cana-de-açúcar do "Desafio Microbioma Brasil"

17.09.2021 | 20:59 (UTC -3)
Mariana Cremasco

A etapa Cana-de-Açúcar do ‘Desafio Microbioma Brasil’ (DMB) 2021 aconteceu no dia 10 de setembro. O evento, que está em sua segunda edição, avaliou trabalhos que analisaram o uso do Adubo Biológico produzido com Microgeo no cultivo de cana-de-açúcar.

O Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol e a Dra. Gabriela Ferraz de Siqueira, são os consultores autores do experimento vencedor. Eles fizeram as análises na área de uma Usina que fica na cidade de Colômbia, em São Paulo. A aplicação foi feita em soqueira junto à vinhaça.  

“Nossa avaliação foi da parte fisiológica da planta, o que ela manifesta a partir desse manejo sustentável. Concluímos que houve melhora considerável na eficiência de utilização da água e que a planta fica mais tolerante em uma situação de seca e estresse hídrico. Isso refletiu no maior crescimento, aumento no diâmetro e número de colmos e num melhor desenvolvimento de perfilhos. O que resultou num ganho de 10% em produtividade e aumento de 1,2 toneladas de açúcar por hectare”, contou Crusciol.

Uma das análises que se destacaram no trabalho dos pesquisadores foi a resposta da temperatura foliar nas áreas onde houve aplicação do adubo biológico. O fato foi um dos determinantes para que o experimento fosse escolhido como vencedor, de acordo com o professor Dr. Rafael Otto, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), que foi um dos nomes na banca avaliadora. “Foi muito interessante, pois avaliaram a parte fisiológica. As análises demonstraram que nos tratamentos com a Biotecnologia Microgeo a planta estava utilizando de maneira mais eficiente o CO2, utilizando melhor a água e reduzindo a temperatura foliar, o que foi algo muito inovador”, explicou.

Na apresentação do trabalho desenvolvido, o consultor fez uma analogia com um motor de carro. “Surpreendente, a tecnologia reduziu a temperatura da folha e deu um conforto térmico para o “motor”. Identificamos também aumento na assimilação de CO2 e redução de CO2 na câmara subestomática. Ao reduzir a temperatura, é como se você desentupisse, fizesse uma limpeza dos bicos, e com isso consegue-se utilizar aquele "combustível" que estava armazenado no tanque, mas não podia ser usado”, explicou Crusciol.

Quando a temperatura da folha se iguala a do ar, ela está dando um sinal que não está conseguindo refrigerar o sistema e isso reduz a produção. O indicado é que, em uma temperatura média entre 30 e 35 graus, a folha esteja 1 grau abaixo da temperatura do ar.

O Desafio ainda realizará a etapa Sul e, por fim, a grande final que vai escolher o melhor trabalho entre os campeões das etapas regionais. Os vencedores das etapas regionais ganham um voucher de viagem como reconhecimento. O campeão nacional participará da próxima edição do Plant Microbiome Symposium, que será realizado na Escócia.

O DMB é uma idealização dos fundadores da Microgeo️, empresa 100% brasileira do setor de biológicos, é pioneiro no país e foi inspirado no “Plant Microbiome Symposium”. “Voltado às instituições de pesquisa e consultores do ramo do agronegócio, o objetivo do desafio é incentivar discussões sobre a importância do microbioma do solo na agricultura. Além disso, a proposta é compartilhar com agricultores de todo o país os resultados obtidos com o uso da adubação biológica produzida através do Microgeo, em propriedades participantes de 4 regiões do Brasil, para a prática da sustentabilidade no agronegócio”, explicou Paulo D´Andréa, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Microgeo.

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