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Análises feitas pelo Fundecitrus em fazendas localizadas nas regiões de Araraquara e Santa Cruz do Rio Pardo para avaliar a influência das ações externas de manejo do greening na captura de psilídeos no interior das fazendas mostraram que a eliminação de plantas de citros sem controle e de murtas em um raio de cinco quilômetros a partir das divisas diminui drasticamente o número de insetos capturados e evita a ocorrência de picos populacionais nas propriedades mesmo que a população do inseto aumente consideravelmente na região. Os dados são dos anos de 2017 e 2018 e as fazendas foram escolhidas devido à erradicação da maioria das plantas localizadas nas áreas externas e pelo rigor do manejo do greening adotado internamente.
“Os resultados evidenciam a importância do controle externo dentro do manejo do greening, com a eliminação de plantas fontes de inóculo ao redor dos pomares de citros manejados”, avalia responsável pelas análises, do Fundecitrus, Arthur Tomaseto.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Fundecitrus, Ivaldo Sala, estes resultados já afetam os índices de greening em fazendas paulistas. "Em propriedades que adotam um manejo interno rigoroso e o controle de fontes de contaminação externas de greening, observa-se a redução significativa da incidência da doença", afirma.
Nos últimos anos, pesquisas do Fundecitrus apontaram a influência de plantas de citros sem o controle recomendado e de murtas localizadas nos arredores dos pomares comerciais sobre o interior dessas propriedades. Isso porque o psilídeo se alimenta e se reproduz nessas plantas e migra para as fazendas, mesmo que elas realizem o manejo interno rigoroso. “Hoje não é mais possível limitar o controle do greening ao interior das propriedades. O psilídeo não respeita cercas”, diz Sala.
O controle externo do greening baseia-se na atuação sobre as fontes de inóculo localizadas do lado de fora dos pomares comerciais, em um raio de cinco quilômetros. Para plantas de citros sem o manejo recomendado e murtas existentes em locais como quintais, calçadas, chácaras, ranchos, tanto na área rural como na área urbana, é feita a proposta de substituição gratuita por outras espécies frutíferas ou ornamentais, que não são atrativas ao psilídeo.
Em diversas áreas, citricultores vizinhos se unem para realizar o mapeamento e substituição dessas plantas com o apoio do Fundecitrus, que faz a intermediação com o poder público e a conscientização da população sobre o poder destrutivo do greening, como a doença pode comprometer a produção e os empregos gerados pela citricultura e sobre a importância da substituição das árvores.
Em 2017, primeiro ano de avaliação, é possível observar nos gráficos abaixo picos populacionais do psilídeo nas fazendas na região de Araraquara e Santa Cruz do Rio Pardo (círculos nas linhas pretas), que ocorreram entre o final do inverno e primavera. Em 2018, o aumento do número de plantas de citros e murtas eliminadas nos arredores da propriedade (movimento indicado pela flecha verde) resulta em diminuição da captura de psilídeos no interior das fazendas (movimento indicado pela flecha vermelha).
Em 2017, ano em que as ações externas ainda estavam em fase inicial em ambas as fazendas, os gráficos abaixo mostram que quando há picos populacionais de psilídeos nas regiões, as armadilhas internas também detectam aumento da captura do inseto (flecha vermelha). Em 2018, com a intensificação do número de plantas erradicadas, é possível verificar que os picos populacionais do psilídeo na região não interferem e não são observados nas fazendas (flecha verde), sem aumento na captura do inseto.
Vale ressaltar que as capturas nas respectivas regiões (linhas cinzas) não foram influenciadas pelas erradicações de plantas por estarem alocadas sempre em quintais ou propriedades sem manejo, sendo dependentes exclusivamente das influências climáticas e do fluxo vegetativo das plantas de citros. Além da diminuição do número de psilídeos capturados, verificou-se também redução da porcentagem de armadilhas com captura.
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