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Diálogos sobre diversidade e o papel das mulheres no meio rural foram pautas da reunião ordinária do Fórum da Agricultura Familiar da Região Sul (FAF). Na ocasião, foram ouvidos relatos de mulheres, de diferentes comunidades, sobre suas experiências. O encontro aconteceu na terça-feira (10), no Centro de Capacitação de Agricultores Familiares (CECAF), localizado na Estação Experimental Cascata da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e contou com a presença de 34 participantes.
As mulheres foram as protagonistas. Participaram do debate a assentada do Assentamento Herdeiros Da Resistência de Pelotas/RS, Roseli Motta dos Santos; a agricultora de Canguçu/RS, Talice Ferreira; a estudante em agroecologia da Escola Família Agrícola da Região Sul (Efasul), Yasmin Rutz; a indígena guarani de Tenente Portela/RS, Talcira Gomes; e a quilombola da Comunidade Coxilha Negra, de São Lourenco do Sul/RS, Adriana da Silva.
As falas destacaram a trajetória das mulheres na agricultura familiar e o papel delas para a diversificação, bem como a importância de se resgatar e preservar os saberes tradicionais. Na ocasião, duas palavras foram colocadas como fundamentais pelas participantes e ouvintes: confiar e colher. Segundo elas, a sororidade – apoio entre mulheres – é um alicerce para melhorias da sociedade. “Muito do que eu aprendi vêm dos saberes da minha vó e a gente está mantendo esse saber tradicional vivo nas comunidades”, disse Talcira.
Já a agricultora Yasmin Rutz falou sobre a importância da mulher empreendedora para a diversificação da agricultura familiar e permanência do jovem no campo. “Com a agricultura familiar, as pessoas estão começando a ver diferentes oportunidades para ampliar os horizontes. Isso estimula os jovens a ficar no campo. E muito disso passa pelo trabalho das mulheres na agricultura”, afirmou.
A sororidade e os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres também foram pauta da reunião, através da fala da socióloga e extensionista da Emater/RS-Ascar, Márcia de Lima Cabral. Esse movimento é uma campanha anual promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU),que propõe 21 dias de mobilização, de indivíduos e organizações, na luta pela erradicação da violência e garantia dos Direitos Humanos das mulheres.
No Brasil, a mobilização abrange o período de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em razão dessa campanha, foram ainda ouvidos alguns relatos de violência doméstica contra mulheres.
O FAF foi criado em 1996 para discutir as dificuldades da agricultura familiar e propor soluções para as reinvindicações trazidas pelos participantes. O Fórum também é um espaço de deliberação de politicas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável da agricultura. Sua coordenação é compartilhada pelas representações setoriais de organizações governamentais e não-governamentais, quilombola, das mulheres, dos pescadores, dos agricultores familiares e de assentados da reforma agrária, que se reúnem toda segunda terça-feira de cada mês para debater questões pertinentes à agricultura familiar.
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