A vigilância agropecuária internacional – Vigiagro – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) evitou a entrada no Brasil do besouro chinês ou oriental, praga que poderia causar prejuízo de bilhões de dólares na fruticultura e nas florestas plantadas. Segundo o coordenador geral do Vigiagro, Fernando Mendes, a equipe que atua no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), identificou a existência de larvas e insetos adultos da praga de Anoplophora glabripennis, conhecida como besouro chinês ou oriental, em restos de embalagens de madeira usados como calços de cargas.
Na última quinta-feira (01) o laboratório Agronômica, de Porto Alegre, pertencente à Rede Nacional de Laboratórios, confirmou tratar-se do inseto, após analisar amostras da madeira. O material era procedente de vôo originário do aeroporto de Amsterdã, na Holanda. A madeira foi submetida à fumigação com brometo de metila e, em seguida, destruída.
O besouro chinês é praga quarentenária não existente no Brasil. É originária da China continental, onde está amplamente disseminada. Está presente também na Coréia do Sul, partes do Canadá e dos Estados Unidos, na Finlândia e França, Itália, Suíça e Reino Unido, e sob erradicação na Áustria e na Alemanha. A ameaça da praga é constante devido ao intenso comércio do Brasil com vários desses países. As embalagens de madeira acompanham as cargas de produtos vegetais, mas também cargas como máquinas, motores, autopeças, veículos desmontados, entre outros.
O Vigiagro está elaborando uma série de medidas para fortalecer ainda mais a fiscalização agropecuária, trabalhando com ferramentas de automação e inteligência. “Queremos garantir a prevenção e mitigação de riscos ao país, em especial à produção agropecuária, causando o menor impacto possível ao comércio internacional”, disse Mendes.
Desde 1998, o Vigiagro atua no monitoramento e na fiscalização de todas as importações de embalagens e suportes de madeira visando impedir a entrada de pragas quarentenárias. A fiscalização agropecuária do Mapa inspeciona centenas de milhares de cargas todos os anos nos portos, aeroportos e postos de fronteira de todo o Brasil.