Mercados interno e externo causam baixa dos preços do milho

05.04.2013 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Aprosoja

A boa safra de verão e o interesse vendedor têm mantido os preços do milho em queda neste início de ano. As exportações estiveram aquecidas nos últimos nove meses - em 2013, já foram embarcados 7,3 milhões de toneladas -, mas novos negócios para embarque em curto prazo estão praticamente parados, conforme levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Nesse segmento, o Cepea tem captado apenas a intensificação, ainda lenta, dos negócios referentes ao grão da safra de inverno. As estimativas de crescimento rápido da área de milho nos Estados Unidos, que levam à expectativa de safra recorde, pressionam ainda mais o cenário de médio prazo.

Desde o início do ano, os preços do milho no mercado de balcão cederam mais de 16%, e no de lotes, mais de 14%, considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea em vários estados do Brasil. As médias atuais são apenas 3% maiores do que as de um ano atrás no mercado de balcão (ao produtor), e 5% superiores no segmento de lotes.

Além da boa colheita de verão, a segunda safra pode ser recorde. Mesmo que Mato Grosso colha menos que no inverno passado, outros estados, em especial o Paraná, devem compensar com folga. Simultaneamente, explicam pesquisadores do Cepea, pesam os problemas de armazenagem, sobretudo porque há muitas regiões deficitárias em termos de capacidade de armazenagem e que produzem volumes expressivos do cereal, o que requer que se venda à medida que a colheita avança.

Considerando-se a possibilidade de armazenar toda a safra de grãos de um ano, levantamentos do Cepea mostram que os estados com maior déficit seriam Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia e Minas Gerais.

No Paraná, por exemplo, as extensões mais deficitárias ficam no sudoeste e no oeste do estado, enquanto as de Minas Gerais são o Triângulo Mineiro, o norte e o sul do estado, todas importantes produtoras de milho no verão. Por isso pesquisadores dizem que é preciso vender conforme a colheita avança.

No segundo semestre, além da safra de inverno, poderá haver pressão também da colheita norte-americana que, segundo o USDA, tem potencial para cerca de 379 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 38% sobre 2012. O Brasil, no entanto, com produção recorde, precisaria exportar entre 15 e 20 milhões de toneladas para evitar excedentes internos.

Na BM&F Bovespa, os contratos futuros do milho apontam para a casa de R$ 25,00 por saca a partir de maio, o que representa queda de cerca de 10% em relação ao patamar atual - na segunda-feira, o Indicador Esalq/ BM&FBovespa fechou a R$ 28,46 por saca de 60 quilos.

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