O bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é uma das pragas mais significativas para a cultura do café, especialmente em regiões de clima quente e seco.
No Brasil, Leucoptera coffeella é comumente conhecido como bicho-mineiro-do-cafeeiro ou simplesmente bicho-mineiro.
Culturas atacadas
O bicho-mineiro é uma praga monófaga, ou seja, ataca exclusivamente plantas do gênero Coffea, afetando principalmente o cafeeiro.
Biologia
O ciclo de vida do bicho-mineiro inclui quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto.
- Ovos: as fêmeas depositam cerca de 60 ovos na face superior das folhas do cafeeiro.
- Larvas: ao eclodirem, as larvas penetram diretamente no mesofilo foliar, alimentando-se do parênquima e formando galerias conhecidas como "minas".
- Pupas: após o desenvolvimento larval, as lagartas descem por fios de seda até folhas inferiores, onde constroem casulos em formato de "X" para empupar.
- Adultos: são pequenas mariposas de coloração branco-prateada, com envergadura de aproximadamente 6,5 mm.
O ciclo completo varia de 19 a 87 dias, dependendo das condições ambientais, permitindo de 8 a 12 gerações por ano.
Ecologia
O bicho-mineiro é favorecido por condições de alta insolação e baixa umidade relativa do ar, comuns em regiões de clima quente e seco.
Sua incidência é maior em períodos de estiagem, especialmente entre março e setembro.
Fatores como espaçamentos amplos entre plantas, que aumentam a circulação de ar, e adubações desequilibradas podem intensificar a infestação.
Danos
As larvas causam danos ao se alimentarem do tecido foliar, formando minas que levam à necrose e queda das folhas.
Isso reduz a capacidade fotossintética da planta, comprometendo seu desenvolvimento e produtividade.
Em infestações severas, a desfolha pode atingir até 75% da planta, resultando em perdas de produtividade que podem chegar a 87%.
Controle
O manejo eficaz do bicho-mineiro envolve uma abordagem integrada, combinando diferentes métodos:
- Monitoramento: acompanhamento regular da lavoura para identificar níveis de infestação e determinar o momento adequado para intervenções.
- Controle cultural: práticas como adensamento do plantio para reduzir a insolação nas folhas e adubações equilibradas para fortalecer as plantas.
- Controle biológico: utilização de inimigos naturais, como vespas predadoras, para reduzir a população da praga.
- Controle químico: aplicação de inseticidas específicos, respeitando as orientações técnicas para evitar resistência e impactos ambientais.
A integração dessas estratégias, aliada ao conhecimento das condições locais e ao acompanhamento técnico, é fundamental para o controle eficiente do bicho-mineiro e a manutenção da produtividade das lavouras de café.
Para saber mais sobre Leucoptera coffeella, clique em:
Para saber quais pesticidas estão registrados para controle, clique em:
Newsletter Cultivar
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura