Anthonomus grandis

06.01.2025 | 09:38 (UTC -3)
Foto: Guilherme Rolim
Foto: Guilherme Rolim

Anthonomus grandis é amplamente conhecido como bicudo-do-algodoeiro. Trata-se da principal praga da cultura do algodão no Brasil.

Culturas atacadas

A principal cultura atacada pelo bicudo-do-algodoeiro é o algodão (Gossypium spp.).

O inseto tem uma grande capacidade de adaptação e pode utilizar outras plantas, como frutas cultivadas (banana, mamão e manga), como alimento durante a entressafra

Biologia

O ciclo de vida do bicudo-do-algodoeiro passa por quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto.

As fêmeas depositam os ovos dentro de botões florais e maçãs do algodoeiro, protegendo-os com uma substância cerosa.

O desenvolvimento larval ocorre dentro das estruturas da planta, protegendo-as de inimigos naturais e inseticidas.

O ciclo completo dura em torno de 21 a 30 dias, dependendo das condições climáticas.

A fase larval dura aproximadamente 3 a 4 dias, seguida por um estágio pupal de 3 a 5 dias.

A longevidade média dos adultos varia de 37 a 42 dias, sendo que as fêmeas possuem alta capacidade de oviposição, chegando a depositar até 150 ovos durante sua vida.

Durante a entressafra, o bicudo pode entrar em um estado de quiescência, reduzindo sua atividade metabólica para sobreviver na ausência de alimento adequado.

Além disso, é capaz de utilizar recursos alimentares alternativos, como pólen de outras plantas hospedeiras presentes em áreas de cerrado e caatinga.

Fonte: Circular Técnica 143 - Embrapa
Fonte: Circular Técnica 143 - Embrapa

Ecologia

O bicudo-do-algodoeiro é um inseto de hábitos noturnos, com alta capacidade de dispersão e adaptação às condições ambientais.

Durante a safra, os adultos migram para as lavouras atraídos pelos feromônios liberados pelas plantas de algodão.

Após o fim do ciclo da cultura, o bicudo abandona a lavoura e se dispersa para áreas de refúgio, como vegetação nativa e restos culturais.

O bicudo apresenta uma estratégia adaptativa conhecida como "bet-hedging", que consiste na distribuição da população entre estratégias de busca de alimento e abrigo, reduzindo os riscos de extinção local.

A espécie também demonstra uma forte dependência do algodoeiro para reprodução, sendo incapaz de se desenvolver completamente em outras plantas.

Danos

O bicudo causa danos diretos ao se alimentar e ovipositar nas estruturas reprodutivas do algodão, resultando na queda de maçãs e redução da produtividade.

Pequenas populações podem se multiplicar rapidamente, resultando em perdas econômicas significativas.

Controle

As estratégias de manejo incluem:

  • Cultural: destruição de restos culturais, vazio sanitário e eliminação de plantas voluntárias.
  • Químico: uso de inseticidas com aplicação localizada ou em área total. A rotação de moléculas é fundamental para evitar resistência.
  • Biológico: emprego de parasitoides e fungos entomopatogênicos, embora a produção massal desses agentes ainda enfrente desafios.
  • Monitoramento: armadilhas com feromônios auxiliam na detecção precoce e planejamento de ações de controle.

Para saber mais sobre Anthonomus grandis, clique em:

Para saber quais pesticidas estão registrados para controle, clique em:

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

Capas - 2025