Anthonomus grandis é amplamente conhecido como bicudo-do-algodoeiro. Trata-se da principal praga da cultura do algodão no Brasil.
Culturas atacadas
A principal cultura atacada pelo bicudo-do-algodoeiro é o algodão (Gossypium spp.).
O inseto tem uma grande capacidade de adaptação e pode utilizar outras plantas, como frutas cultivadas (banana, mamão e manga), como alimento durante a entressafra
Biologia
O ciclo de vida do bicudo-do-algodoeiro passa por quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto.
As fêmeas depositam os ovos dentro de botões florais e maçãs do algodoeiro, protegendo-os com uma substância cerosa.
O desenvolvimento larval ocorre dentro das estruturas da planta, protegendo-as de inimigos naturais e inseticidas.
O ciclo completo dura em torno de 21 a 30 dias, dependendo das condições climáticas.
A fase larval dura aproximadamente 3 a 4 dias, seguida por um estágio pupal de 3 a 5 dias.
A longevidade média dos adultos varia de 37 a 42 dias, sendo que as fêmeas possuem alta capacidade de oviposição, chegando a depositar até 150 ovos durante sua vida.
Durante a entressafra, o bicudo pode entrar em um estado de quiescência, reduzindo sua atividade metabólica para sobreviver na ausência de alimento adequado.
Além disso, é capaz de utilizar recursos alimentares alternativos, como pólen de outras plantas hospedeiras presentes em áreas de cerrado e caatinga.
Ecologia
O bicudo-do-algodoeiro é um inseto de hábitos noturnos, com alta capacidade de dispersão e adaptação às condições ambientais.
Durante a safra, os adultos migram para as lavouras atraídos pelos feromônios liberados pelas plantas de algodão.
Após o fim do ciclo da cultura, o bicudo abandona a lavoura e se dispersa para áreas de refúgio, como vegetação nativa e restos culturais.
O bicudo apresenta uma estratégia adaptativa conhecida como "bet-hedging", que consiste na distribuição da população entre estratégias de busca de alimento e abrigo, reduzindo os riscos de extinção local.
A espécie também demonstra uma forte dependência do algodoeiro para reprodução, sendo incapaz de se desenvolver completamente em outras plantas.
Danos
O bicudo causa danos diretos ao se alimentar e ovipositar nas estruturas reprodutivas do algodão, resultando na queda de maçãs e redução da produtividade.
Pequenas populações podem se multiplicar rapidamente, resultando em perdas econômicas significativas.
Controle
As estratégias de manejo incluem:
- Cultural: destruição de restos culturais, vazio sanitário e eliminação de plantas voluntárias.
- Químico: uso de inseticidas com aplicação localizada ou em área total. A rotação de moléculas é fundamental para evitar resistência.
- Biológico: emprego de parasitoides e fungos entomopatogênicos, embora a produção massal desses agentes ainda enfrente desafios.
- Monitoramento: armadilhas com feromônios auxiliam na detecção precoce e planejamento de ações de controle.
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