Gramíneas forrageiras podem estar sujeitas à condição de redução de quantidades de luz que recebem. Estas condições são usualmente conseqüências de consorciações por invasão de ervas daninhas ou estabelecimento de culturas comerciais nas áreas de pastagens, ou introdução de espécies arbóreas (sistema silvipastoril), ou mesmo, redução diurna na quantidade de luz solar devida a cobertura pelas nuvens.
Um dos responsáveis pelo sucesso de sistemas consorciados é a escolha acertada das espécies componentes do sistema. No caso de espécies forrageiras, é necessário selecionar as produtivas, o manejo adequado e ambientadas às condições edafoclimáticas da região onde serão implantadas e principalmente, tolerantes ao sombreamento.
Braquiárias são menos afetadas pelo sombreamento que outras gramíneas. A Brachiaria brizantha cv. Marandu é a gramínea que tem obtido melhor desempenho sob sombreamento. Outras espécies têm apresentado alta tolerância ao sombreamento, como é o caso de alguns cultivares de Panicum maximum.
Dentre os diversos cultivares de P. maximum, os cultivares Mombaça, Tanzânia e Massai adquiriram grande destaque nas áreas de pastagens cultivadas do país, por essa razão, tem-se investido nestes cultivares boa parte dos recursos e esforços em pesquisa em anos recentes, além desses capins, constituírem atualmente, as opções forrageiras de cultivares de P. maximum para solos com baixa permeabilidade e sujeitos alagamentos temporários.
Capim Massai é um híbrido espontâneo entre P. maximum e P. infestum e diferencia-se de outros cultivares por apresentar menor porte e folhas fina, e foi considerado resistente à cigarrinha de pastagens quando comparado com outros cultivares. O desempenho animal satisfatório proporcionado pelo capim Massai, associado à melhor cobertura do solo, à menor presença de invasoras e a maior tolerância ao decréscimo de fósforo no solo, a acidez e a reduzida fertilidade dos solos torna esse cultivar uma forrageira promissora para a diversificação e a sustentabilidade de sistemas de produção de bovinos.
Em vista do exposto, objetivou-se com o presente trabalho avaliar a influência de quatro níveis (0, 25, 50 e 75 %) de sombreamento artificial em 12 variáveis (altura da planta- AP, número de perfilhos- NP, número de folhas- NF, área foliar- AF, massa seca de raiz- MSR, de folha- MSF, de total- MST, relação parte aérea: raiz- PA/R, área foliar específica- AFE, razão de área foliar- RAF, razão de massa radicular- RMR e foliar- RMF), na fase de estabelecimento de plantas de cultivar Massai de Panicum maximum.
Resultados mostraram que os maiores valores para AP, NP, MSR, RMR MSF, MST nas plantas do cultivar Massai foram obtidos no mais alto nível (75 %) de sombreamento, o que leva os autores recomendá-lo seu uso nos sistemas silvipastoris ou agrosilvipastoris.
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* Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
** Embrapa Agrobiologia, BR 465 Km 7, Seropédica-RJ, Brasil. CEP- 23851-970
E-mail- smsouto@cnpab.embrapa.br (autor correspondente)
*** Estação Experimental de Seropédica da PESAGRO
**** Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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