O paclobutrazol é um fitorregulador que atua inibindo a biossíntese de giberelina (GA) em plantas onde é aplicado (Sponsel, 1987). Este fitoregulador tem sido amplamente usado em pomares de mangueiras (exceto USA) com o propósito de induzir a floração (Burondkar and Gunjate, 1993, Nunez-Elisea at. all., 1993, Tongumpai et all, 1991). Embora possua efeito positivo na indução floral da mangueira, a aplicação do paclobutrazol tem algumas desvantagens, como causar a compactação da panícula floral e diminuir o comprimento dos entrenós dos ramos da mangueira (Tongumpai et all, 1991, Davenport and Nunez-Elisea, 1997).
Com a compactação da panícula, cria-se um microclima que favorece ao ataque da Mosquinha da Panícula (
) (gráfico -
), causando sérios danos à produtividade. A compactação da panícula também causa o encurtamento do pedicelo do fruto, causando danos físicos. A persistência de partes da panícula floral depois da florescência causa danos adicionais à aparência dos frutos, depreciando-os para a exportação. A aplicação de giberelina diminui os efeitos negativos do paclobutrazol fazendo com que a panícula das plantas tratadas com o produto tenha tamanho normal, sem haver comprometimento da floração.
Material e métodos
Plantas de manga com cinco anos de idade foram induzidas a florescerem com uso de paclobutrazol 25% na dosagem de 1g de ingrediente ativo por metro linear de copa.
Com a intenção de reverter a compactação da dosagem de paclobutrazol, foram aplicados três dosagens de ácido giberélico (C1=5 mg/l; C2=10mg/l e C3=15mg/l), tendo como fonte o Pro-Gibb 10% (ácido 2,4a, 7-trihidroxi-1-metil-8-metileno-gib-3-eno, 4a-lactona-1,10-carboxílico) em três estádios de crescimento da panícula floral da mangueira: E1 = panícula com 1cm de comprimento; E2 = panícula com 10 cm de comprimento; E3 = panícula antes da antese aproximadamente com 14 cm de comprimento). O experimento foi conduzido em blocos ao acaso com 10 tratamentos (combinações entre dosagens e estádio de desenvolvimento da panícula mais a testemunha) com três repetições. As avaliações de crescimento da panícula foram feitas diariamente durante a floração. Foram utilizadas 42 panículas por tratamento em diferentes plantas. Cada panícula foi etiquetada com seu devido tratamento e cada planta teve todos os tratamentos. O resultado apresentado é a média do tamanho final da inflorescência no início da frutificação. As soluções foram preparadas com água e pulverizadas com pulverizador manual. A testemunha foi apenas pulverizada com água.
Resultado e discussão
O tratamento de C3E3 foi o que provocou maior comprimento da panícula, embora não tenha sido significativamente do tratamento C1E2.
Todas as concentrações de ácido giberélico usadas causaram aumento do comprimento da panícula.
A observação dos dados sugere que a época de aplicação parece mais crítica para o crescimento da panícula que a concentração usada. A aplicação de ácido giberélico quando a panícula está pequena não é eficiente em aumentar o comprimento da panícula. De maneira semelhante, embora não mostrada nos dados da Figura, a aplicação quando a panícula está com mais de 10cm e mais compactada somente aumenta o diâmetro da panícula devido ao ácido não conseguir molhar o eixo principal da panícula.
Em comparação com a aplicação de nitrogênio durante a floração, o ácido giberélico não apresenta o potencial de causar o aumento de aborto de fruto.
Conclusão
A compactação da panícula da mangueira causada pela aplicação do paclobutrazol pode ser revertida com a aplicação de baixas doses de ácido giberélico.
Manoel T. de Castro Neto,
Embrapa Mandioca e Fruticultura
Anna Christina P. Menezes,
EAUFBA
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