Agricultura: proibir ou educar?
Por Ulisses R. Antuniassi, Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural - FCA/UNESP - Botucatu/SP
É grande a evolução tecnológica do mercado agrícola ao longo dos últimos anos, sobretudo nas áreas de eletrificação, conectividade e comunicação à distância. Uma das principais tendências no setor é o avanço dos motores elétricos nos diversos sistemas de acionamento de máquinas e implementos, em substituição aos mecânicos ou eletro-hidráulicos.
O foco da eletrificação é elevar a precisão e a flexibilidade dos sistemas, bem como viabilizar novas funcionalidades, que não são possíveis de atingir com os sistemas tradicionais, como fazer ajustes mais rápidos de acordo com as variáveis ambientais, receber alertas de erro e monitorar operações por telemetria, entre diversos outros recursos.
Outra tendência é o avanço de máquinas totalmente conectadas. Exemplo disso é um caminhão ou trator de transbordo canavieiro, que acompanha em piloto automático uma colhedora de cana. Além de operar em velocidade e posição adequadas para o descarregamento, o veículo não trafega sobre as raízes, que sobram dentro e fora da terra, evitando impactos sobre a produtividade do próximo ciclo.
Coração de todo negócio, a conectividade proporciona grandes benefícios para uma fazenda. Com novas tecnologias que dão acesso em tempo real a informações da frota em operação no campo, os produtores rurais podem tomar decisões com maior assertividade, como identificar o momento ideal para iniciar uma colheita ou semeadura, por exemplo.
Atualmente o agricultor deseja conectar todos os meios produtivos de uma fazenda com foco numa gestão mais apurada dos negócios, que possibilite aumentar a produtividade e ampliar a confiabilidade da frota. Em época de safra, evitar paradas não programadas significa impedir grandes prejuízos ao agronegócio.
Um dos principais desafios para o pleno aproveitamento dessas e outras tecnologias é melhorar a infraestrutura no Brasil, sobretudo em telecomunicações extensivas ao campo. Atualmente a infraestrutura já representa um obstáculo para a utilização de tecnologias embarcadas disponíveis em máquinas, inovações que poderiam trazer resultados fantásticos para a economia.
Hoje o agronegócio é o carro-chefe da economia brasileira, uma vez que assegura boa parcela do PIB. Portanto, é fundamental buscar rotas para o pleno aproveitamento desse grande ativo brasileiro, a indústria de máquinas agrícolas, que projeta o Brasil não somente como importante parque de máquinas, mas também como desenvolvedor de máquinas para a agricultura tropical.
Esses e outros assuntos serão debatidos durante o 10º Simpósio SAE BRASIL de Máquinas Agrícolas, que reunirá lideranças de fabricantes, montadoras, entidades e consultorias. Quem tiver interesse pelo assunto está convidado para o encontro, que será realizado dia 30 de agosto, na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre.
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Por Ulisses R. Antuniassi, Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural - FCA/UNESP - Botucatu/SP
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