A cultura do feijoeiro é considerada de extrema importância para o estado de Rondônia, devido ao aspecto social, pois atende a agricultura familiar como alternativa ao plantio de milho e arroz de terras altas e pelo aspecto econômico, pois é uma cultura que fornece renda ao produtor, dada à alta nos preços do produto pagos nas últimas safras.
Embora esta cultura tenha essa importância, ela ainda é considerada uma cultura de risco pela baixa produtividade, que é devida, em parte, pelo pouca tecnificação adotada na cultura, pelos períodos críticos de plantio e de colheita e pela ocorrência de pragas e doenças durante o ciclo da cultura.
A junção desses fatores levou a redução da área de feijão plantada e da produtividade da cultura, que hoje encontra-se em aproximadamente 600Kg/ha, enquanto que a média nacional gira em torno de 1.300 Kg/ha.
De todos esses fatores, o mais limitante de todoss é a ocorrência da mela ou teia micélica do feijoeiro, causada por
, um fungo de solo, que em condições de alta umidade rapidamente se dissemina e pode destruir uma lavoura em questão de dias.
Esse patógeno apresenta de ampla gama de hospedeiros, tendo entre elas muitas espécies cultivadas, como beterraba, cenoura, tomate, melão, além de plantas nativas.
Esta enfermidade afeta toda a parte aérea da planta e apresenta basicamente dois tipos de sintomas: o produzido por micélio e escleródio e o produzido por basidiósporos. No primeiro caso, os sintomas iniciais aparecem nas folhas como pequenas manchas aquosas, arredondadas, de cor mais clara que a parte sadia, rodeadas por bordos de cor castanho-avermelhada, parecendo escaldadura. À medida que a infecção progride, ocorre uma intensa produção de micélio de cor castanho-clara, em ambas as faces das folhas, formando uma teia micélica que, se as condições climáticas forem favoráveis, afeta as folhas adjacentes da própria planta interligando toda a parte aérea, como também as folhas das plantas vizinhas. Normalmente, há uma grande desfolha do feijoeiro. Entretanto, a teia micélica, que interliga as folhas com as outras partes da planta, impede, algumas vezes, a desfolha total, sendo comum encontra-se, na folhagem seca aderida ao caule, grande número de escleródios, de cor castanho-clara e de formato pouco definido, semelhantes a grãos de areia. As sementes afetadas apresentam-se com manchas castanhas a castanho-avermelhadas e, no caso de infecção precoce, são mal formadas. Em condições favoráveis à mela, 70 % das folhas atacadas e que apresentam lesões caem em até 48 horas.
Dentre as mediadas que tem sido adotada para o controle da mela, pode-se se citar: o uso de sementes livres do patógeno, plantio em época desfavorável ao patógeno (que no caso de Rondônia está entre 15 de fevereiro e 15 de março) e plantio em espaçamentos maiores. Além disso, o uso de cobertura morta é interessante, pois reduz o efeito dos respingos de chuva sobre o patógeno, reduzindo a sua capacidade de disseminação.Alguns produtos químicos tem sido usados no combate à mela. Entre eles cita-se: o PCNB, o Tiofanato-metílico e o Carboxin, entre outros. Esses produtos apresentam alto custo e, na maioria das vezes, tem pouca eficiência, são caros e trazem prejuízos ao ecossistema, contaminando lençóis freáticos, animais e o próprio homem. Dentre as medidas mais indicas para o controle desta da mela, o uso de variedades resistentes se mostra uma alternativa interessante, haja vista que é uma tecnologia relativamente barata e não demanda técnicas nem equipamentos especiais para adoção, pois já vem incorporada à semente. Porém, para se utilizar variedades resistentes no Estado de Rondônia é necessário se fazer uma avaliação dos genótipos existentes a fim de se agrupar além da resistência à mela, a resistência à seca ou selecionar matérias que apresentem a ciclo precoce aliados à alta produtividade. Nesse sentido, a Embrapa Rondônia vem desenvolvendo já há algum tempo um programa de seleção de materiais que apresentem um nível de resistência à mela. Entretanto, até o presente, não foi desenvolvidos a nível comercial, nenhum material adequado, o que torna a prevenção o melhor combate à doença.
Fitopatologista – pesquisador da Embrapa Rondônia
Fitopatologista – pesquisador da Embrapa Rondônia
Contatos: www.cpafro.embrapa.br
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