Importância da qualidade para uma cafeicultura economicamente rentável

Por Kaio Dias, especialista em café na Yara Brasil

10.12.2020 | 20:59 (UTC -3)

Os principais objetivos dos cafeicultores, de maneira geral, são a alta produtividade e safras com características superiores para oferecer um grão de qualidade que aproxime compradores do mercado nacional e internacional. Produzido por mais de 75 países, o café é uma planta exigente, em que os nutrientes desempenham um papel crítico na obtenção de rendimentos e qualidade da bebida. Apesar de ser considerada uma cultura de risco pela propensão à variabilidade do clima e pela susceptibilidade a pragas e doenças, o café conquistou o mundo.

Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgados em outubro, revelam que as exportações de café no Brasil (verde, solúvel, torrado e moído) somaram 3,8 milhões de sacas de 60 quilos em setembro, 8,6% a mais que um ano antes, e maior volume registrado no mesmo período. Para manter o ritmo, é necessário um esforço para continuar elevando o padrão de qualidade do grão. A planta colhida na lavoura deve ter todos os nutrientes de maneira equilibrada e no momento adequado e, para isso, é vital escolher programas nutricionais que atendam às necessidades e agreguem qualidade ao produto final, o que resultará também em aumento da produtividade da lavoura.

Nesse contexto, é fundamental, em adição à nutrição equilibrada, que o manejo da lavoura seja bem feito com podas, controle de pragas, doenças e ervas daninhas, sempre tendo em vista os pilares social, ambiental e econômico. Além disso, uma maturação uniforme é essencial para obtenção de mais frutos de qualidade no momento da colheita. Destaca-se que, para fornecer a nutrição de forma equilibrada, deve-se observar todos os nutrientes, tanto na análise de solo e folhas e, fornecer aqueles faltantes de acordo com a demanda da planta e nos momentos de "picos", quando a planta mais precisa de determinados nutrientes. Usualmente os produtores se preocupam em fornecer nitrogênio, fósforo e potássio e muitas vezes se esquecem dos outros nutrientes como: cálcio, magnésio, enxofre, boro e zinco. Um fertilizante para levar o equilíbrio essencial à lavoura deve entregar todos os nutrientes de forma solúvel e na proporção que àquela lavoura precisa.

Dentre os fertilizantes disponíveis no mercado existem diversas opções e com grandes diferenças de qualidade, tanto na fonte nutricional quanto na tecnologia aplicada, uma vez que eles promovem melhor eficiência no fornecimento dos nutrientes ao longo do ciclo da cultura. Com relação ao nitrogênio, por exemplo, existem alternativas que são prontamente assimiláveis com o nítrico e amoniacal. Dessa maneira, há uma rápida resposta das plantas à fertilização e um fornecimento sustentável do elemento com menores riscos de perdas. O que o agricultor deve ter em mente, acima de tudo, é que, para atingir mercados diferenciados, o seu café deve atender as expectativas do mercado e para isso é necessário um cuidado especial com a lavoura desde à adubação até a colheita e, além disso, cuidado especial com o café após a colheita.

Para que a nutrição seja de fato eficiente e equilibrada, quatro pilares devem ser minimamente observados: local correto (onde aplicar o fertilizante), época (quando aplicar), fonte (o que aplicar) e quantidade certas (quanto aplicar). Por isso, é importante reforçar que a análise de solo é essencial para se responder de forma mais assertiva essas questões. Fique atento às necessidades da planta e mantenha sempre o equilíbrio no uso de nutrientes, pois são esses suprimentos que trarão os resultados esperados.


Kaio Dias, especialista em café na Yara Brasil

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro