A diversidade desconhecida dos invertebrados do Cerrado
Por Lidianne Salvatierra Paz Trigueiro, Universidade Federal de Tocantins
O lamentável conflito entre Rússia e Ucrânia, que se arrasta desde o final de fevereiro e já vitimou milhares de militares e civis, colocou nas capas dos jornais e trouxe para o centro das discussões de mercado um problema que afeta o Brasil há anos: a dependência por fertilizantes importados. Hoje compramos mais de 85% dos insumos usados no país no mercado internacional, vindo de países como Marrocos, Canadá, China e, anteriormente à guerra, da Rússia.
Mas como o Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do planeta, ainda não é autossuficiente na produção de fertilizantes? Temos uma vocação mineral muito grande, mas o setor demanda ainda investimento em pesquisa mineral e isto leva tempo.
No ano de 2020, foram investidos cerca de US$ 1,2 trilhões em desenvolvimento de projetos de mineração no mundo, sendo que destes, apenas 14% foram para exploração, segundo o 2021 Global Mining Investment Outlook da E&MJ (Engineering and Mining Journal). Os EUA e o Canadá investem em média US$ 3.800 por km² em pesquisa, seguido da Europa com US$ 1.800 e da África com US$ 900. Enquanto isso, na América Latina gastamos apenas US$ 526 por km² em pesquisa.
O Fraser Institute divulga índice de atratividade para investimento nos países e o Brasil recebeu a nota 56,2 sobre 100. O índice considera atratividade geológica, nível de regulação do setor, tributação, qualidade da infraestrutura, assim como incertezas relacionadas à insegurança jurídica, instabilidade política, etc.
Nós, enquanto setor e cidadãos precisamos cobrar de nossos governantes políticas públicas de estado que incentivem o investimento de mineração no Brasil. Recentemente, foi aprovado o Plano Nacional de Fertilizantes, que é uma sinalização de que há um esforço crescente por parte do Governo Federal em prol da implementação de políticas e estratégias que nos permitirão aumentar o número de projetos de produção de fertilizantes e fortalecer as iniciativas que já estão em processo de construção ou ativas. A junção de forças entre o poder público e os produtores do insumo nos permitirá caminhar em direção à meta de diminuir a dependência nacional por fertilizantes importados até 2050, conforme previsto no Plano.
É certo que ainda há uma longa jornada a ser percorrida e acredito que o Brasil não alcançará a autossuficiência na próxima década, mas os primeiros passos foram dados e seguiremos em frente, com expectativa de cada vez mais apoio governamental e do mercado, que já começa a enxergar as vantagens de se investir na produção de insumos nacionais.
Por Fernando Tallarico, CEO da Aguia Fertilizantes
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