O pimentão, espécie
L., está entre as 10 hortaliças mais consumidas no mercado brasileiro. No Brasil, em 2000, a área cultivada com pimentões atingiu 13,1 mil hectares. A produtividade média brasileira no período de 1996 a 2000 teve um aumento médio de 300%, passando de 10,4 para 32,6 toneladas por hectare. O cultivo em estufa e o uso de híbridos têm sido responsáveis pelo incremento de produtividade. A produção brasileira concentra-se principalmente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. São Paulo é o maior produtor de pimentão com 8.291 hectares, produzindo 70 mil toneladas e gerando 4.543 empregos.
Existem inúmeras doenças que limitam a produção de pimentão, como o oídio que se transformou num dos fatores de risco para o cultivo em estufas, com perdas de até 80%.
O oídio do pimentão foi detectado pela primeira vez no Brasil no ano de 1994 na região do Distrito Federal. O agente causal dessa doença é um fungo que apresenta um estágio assexual denominado
e um sexual conhecido como
. No Brasil, o oídio ocorre apenas na fase sexual.
A sua incidência vem aumentando cada vez mais e de maneira endêmica na região de Brasília no Distrito Federal, Pilar do Sul, Elias Fausto, cidades do cinturão verde entre outras. Sua maior ocorrência é no cultivo protegido.
Além do pimentão, Oidiopsis taurica parasita outras importantes culturas como o tomate, pepino, quiabo, algodão, cebola, alcachofra, alho porro, jiló, berinjela e também ervas daninhas como a erva-de-santa-maria (
) e o joá de capote (
).
Os sintomas típicos caracterizam-se pelo aparecimento de uma massa pulverulenta branca na face inferior das folhas e, ao mesmo tempo, surgem manchas amareladas na face superior correspondente. É na fase de florescimento que iniciam os sintomas, intensificando-se na época da frutificação. A doença provoca desfoliação com conseqüente queimadura de sol nos frutos, reduzindo assim o ciclo vegetativo, a qualidade dos frutos e a produtividade.
A disseminação do patógeno é essencialmente pelo vento e condições como baixa umidade relativa, ausência de água sobre as folhas, temperaturas amenas e sombreamento, típicas do ambiente da estufa que favorecem seu desenvolvimento.
O oídio é considerada uma doença difícil de ser controlada; aplicações de fungicidas são ineficientes. Algumas medidas de manejo cultural podem auxiliar na tentativa de controle, como a irrigação por aspersão, a rotação de cultura com culturas não hospedeiras, a erradicação de ervas daninhas hospedeiras, além do emprego de uma adubação bem balanceada.
Produtos alternativos para o controle do oídio como leite de vaca, produto lácteo fermentado (Yakult ®), sais como o fosfato monopotássico, bicarbonato de sódio e de potássio e silicatos em diferentes dosagens vêm sendo testados, porém apenas minimizam os danos.
A melhor maneira de controle do oídio do pimentão é através do uso de variedades com resistência genética. Existem relatos na literatura que indicam que as melhores fontes estão nas espécies de
e
, conhecidas como pimenta de cheiro e pimenta dedo de moça.
Na espécie C. annuum, 100% dos híbridos de pimentão comerciais cultivados no Brasil e no exterior são altamente suscetíveis. A única fonte de resistência ao oídio do pimentão é conhecida como variedade HV-12 e já foi avaliada tanto no Brasil em Piracicaba, SP, e Brasília, DF, como na Tunísia, Israel, na França e Itália. É uma resistência altamente estável e desejável para ser utilizada em cruzamentos com pimentão de alta qualidade de frutos.
Na Esalq/USP está sendo conduzido um programa de melhoramento genético visando obter linhagens e eventualmente híbridos de pimentão e pimentas resistentes ao oídio. Híbridos resistentes ao oídio com qualidade de fruto e produtividade associados com outras resistências a patógenos é uma pesquisa de ponta inédita no Brasil e de grande potencial para o setor sementeiro de hortaliças.
O oídio do pimentão, causado pelo fungo
, é a doença mais destrutiva em cultivo protegido, ocasionando perdas de até 80% na produção. Os sintomas são presença de massa pulverulenta branca na face inferior das folhas, queda de folhas e conseqüente queimadura de sol nos frutos. O melhor método de controle é através do uso de variedades resistentes; 100% dos híbridos comerciais são altamente suscetíveis. A única fonte de resistência é a variedade HV-12, porém sem valor comercial. Na Esalq/USP está sendo conduzido um programa visando obter linhagens e/ou híbridos de pimentão resistentes ao oídio com qualidade de fruto, sendo uma pesquisa de ponta inédita no Brasil.
e
Esalq/USP, Piracicaba, SP.
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