Como alimentar o mundo em tempos de pandemia?

Por Danyel Giacomini Piccin, CEO Piccin Tecnologia Agrícola​

07.04.2020 | 20:59 (UTC -3)

Diante do atual cenário de pandemia em que estamos vivendo, poucas afirmações continuam sendo inquestionáveis e uma delas, sem dúvidas, é a de que o mundo precisa comer. A necessidade biológica fica ainda mais latente quando nos vemos obrigados a restringir nossa circulação e ritmo de trabalho. Com a demanda por alimentos crescendo exponencialmente em todo o mundo, o maior desafio da nossa geração tem sido combater o Covid-19 (Coronavírus) e ao mesmo tempo alimentar o mundo. Mas não é nada fácil fazer isso quando ao mesmo tempo é preciso priorizar a segurança e a saúde dos colaboradores. Empresas ligadas ao agronegócio em todo o mundo estão em busca das melhores práticas para equilibrar essa balança sem que ninguém saia perdendo (tanto).

Nós da Piccin Tecnologia Agrícola, fazemos parte desta grande engrenagem que alimenta o mundo: a cadeia do agronegócio. Desde 1963, fabricamos implementos e máquinas que são imprescindíveis para o trabalho em campo, pois ajudam a executar uma das etapas mais importantes da produção agrícola: o preparo do solo. São as nossas grades, subsoladores e escarificadores que revolvem a terra e, com a ajuda dos distribuidores de adubo, corrigem suas deficiências nutricionais, melhorando sua fertilidade para que as sementes possam finalmente germinar. O resultado de um bom preparo do solo é um plantio bem sucedido e uma colheita ainda mais produtiva, que vai garantir que arroz, feijão, milho, trigo e inúmeros outros alimentos cheguem aos pratos das pessoas ao redor do mundo para aliviar a fome e mantê-las nutridas e saudáveis.

Mas o que fazer então, se para ajudarmos a alimentar o mundo, nós precisamos do trabalho de centenas de colaboradores que atuam diretamente dentro do nosso parque industrial? A Piccin adotou, desde o início, uma série de medidas para ajudar a prevenir a disseminação do Covid-19 e o contágio pelo vírus que está causando uma das maiores pandemias que o mundo já presenciou. Colaboradores que estavam no grupo de risco foram afastados logo nos primeiros dias e o home office foi adotado em alguns casos como medida de prevenção. Foram antecipadas férias em algumas situações e, em outras, utilizamos contratos de banco de horas. Já para os que continuam trabalhando, o uso de EPIs e a adoção de medidas sanitárias determinadas pelo Ministério da Saúde e OMS estão sendo fortemente incentivadas. Além disso, tem havido um cuidado atento do departamento de RH a fim de evitar aglomerações e monitorar eventuais sintomas junto aos funcionários. Reuniões tem ocorrido por videoconferência e o horário de almoço foi ampliado para que menos pessoas estejam no restaurante ao mesmo tempo. Os representantes comerciais foram incentivados a atender em regime de home office e as viagens dos técnicos de campo foram reduzidas consideravelmente. Quando um funcionário precisa viajar, ao retornar, é atentamente acompanhado para monitorar possíveis sintomas.

Apesar de todos os esforços, são inevitáveis os impactos para ambos os lados e contra essa dura realidade não há o que fazer. Não há uma fórmula mágica que resolva todos os problemas, mas cada empresa tem procurado a melhor opção para fazer sua parte para que a engrenagem do agro não trave diante deste cenário de crise. É inevitável termos muitas dúvidas e receios de que cada decisão culmine com impactos negativos na economia, nas vidas de nossos colaboradores. Mas não existe certo ou errado neste momento. Talvez, daqui a algum tempo, possamos olhar para trás e avaliar quais ações deram mais certo e tiveram melhores resultados, mas, por enquanto, o momento é mesmo de assumir riscos. Então, façamos o nosso melhor para que possamos ajudar as pessoas a se alimentar e estarem fortes para enfrentar esse vírus inesperado e implacável.

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