Dentre as tecnologias demandadas pela cultura nessas áreas está a utilização de cultivares adaptadas às condições tropicais de baixa latitude. Isso tem sido conseguido por meio da alteração da resposta de genótipos ao fotoperíodo curto, introduzindo-se genes para período juvenil longo.
Além disso, o programa de melhoramento também contempla o aumento da produtividade, a incorporação de resistência/tolerância às principais doenças e demais caracteres de importância agronômica (ciclo até a maturação, precocidade, porte, acamamento, entre outros). Neste âmbito, a Embrapa e a sua parceira - a Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte ”Irineu Alcides Bays” (FAPCEN), indicam a cultivar BRS 326.
A cultivar BRS 326 foi selecionada entre linhas de progênies, oriundas de populações segregantes conduzidos em Balsas, MA, fazendo parte das avaliações preliminares. A partir da safra de 2006/2007 compôs os ensaios de avaliação final, nos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins.
Os dados de Valor de Cultivo e Uso (VCU) foram obtidos dos ensaios de avaliações finais, instalados em delineamentos de blocos ao acaso com quatro repetições e semeados nas safras 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009 no Maranhão (Balsas, Tasso Fragoso, São Raimundo das Mangabeiras e Chapadinha), no Piauí (Baixa Grande do Ribeiro e Uruçuí) e no Tocantins (Campos Lindos e Pedro Afonso), totalizando 24 ambientes, considerado como tal, um local em determinado ano. A instalação e o manejo dos ensaios foram conduzidos seguindo as informações técnicas indicadas, de modo a manter as plantas sob condições normais de desenvolvimento.
A BRS 326 é uma cultivar convencional do grupo de maturidade 8.7 (ciclo precoce), com elevado potencial produtivo. Possui tipo de crescimento determinado, cor da flor roxa, cor da pubescência marrom, semente esférica com tegumento amarelo e brilho intermediário e hilo preto, peso médio de 100 sementes de 15,6g, altura média de plantas de 78,0 cm e boa resistência ao acamamento.
Como características importantes destacam-se a sua precocidade (que possibilita inserção num sistema de sucessão de culturas soja-milho safrinha), a sua estabilidade na altura de plantas (que possibilita o plantio em áreas de baixas altitudes) e, por fim, uma moderada resistência ao nematóide formador de galhas Meloidogyne javanica.
Os rendimentos de grãos da cultivar BRS 326 em média nas safras 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009, (3.371 kg/ha – 56,18 sc/ha) ficou próxima dos padrões P98N82 (3.337 kg/ha – 55,62 sc/ha), M-Soy 8866 (3.519 kg/ha – 58,65 sc/ha) e da BRS Tracajá (3.548 kg/ha – 59,13 sc/ha).
A cultivar BRS 326 está sendo recomendada para semeadura no Maranhão, sudoeste do Piauí e norte do Tocantins, e em função da sua estabilidade na altura de plantas, pode ser semeada em regiões de baixas altitudes. A população indicada é de 200 a 250 mil plantas/ha, com semeadura no período de novembro a 15 de dezembro, em solos de média a alta fertilidade.
As sementes da BRS 326 estarão disponíveis para os produtores em 2012, e serão comercializadas pela FAPCEN. Mais informações pelo telefone (99) 3541-4404 ou ainda pelo e-mail
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