A importância do Plano Nacional de Fertilizantes para a segurança alimentar

Por Clorialdo Roberto Levrero, presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira das Indústrias em Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo)

12.01.2023 | 13:59 (UTC -3)
Clorialdo Roberto Levrero, presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira das Indústrias em Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo)
Clorialdo Roberto Levrero, presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira das Indústrias em Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo)

Os riscos à segurança alimentar nunca estiveram tão latentes. A pandemia de Covid 19, a crise internacional no setor de energia, a desestruturação das cadeias logísticas e o conflito entre a Rússia e Ucrânia expuseram ainda mais estes riscos e ampliaram a nossa percepção sobre ao assunto.

Segurança alimentar passou a ser tema de discussão não só entre os atores políticos e do agronegócio, mas também, e principalmente, entre a população urbana, que hoje conhece melhor os riscos e reconhece a importância do agronegócio brasileiro para a sua mitigação.

É fato que em muitas das ocorrências que ameaçam a segurança alimentar pouco ou quase nada podemos fazer, visto que grande parte delas demanda ações de outros países e de outros atores. Mas é fato, também, que naquilo que diz respeito ao Brasil – que é onde podemos e devemos interferir e influenciar – podemos fazer muito!

Nos últimos anos, tivemos a implementação de políticas públicas muito assertivas para a redução de riscos.Uma delas é a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que tem como objetivo central a redução da dependência de importação de fertilizantes pelo Brasil, que hoje é de 85% das nossas necessidades.

Os mecanismos previstos no PNF visam o estímulo à produção nacional; o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, visando o aumento da eficiência; a complementação e, em alguns casos, a substituição dos fertilizantes convencionais utilizados na nossa produção agrícola.

E como “política de estado”, um plano estruturado e validado como o PNF precisa ser levado adiante, independentemente de mudanças de governo, como a que estamos vivenciando hoje.

Estamos empenhados em demonstrar para o novo governo a importância da manutenção desta política pública e a necessidade de assegurar que as pessoas que trabalharam na concepção, implementação e gerenciamento do PNF – particularmente os técnicos de carreira  – sejam mantidas à frente do projeto, sob pena de descontinuação ou de atraso de um plano que tem se demonstrado efetivo e que foi validado pelos atores envolvidos nesta atividade.

Concebido na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República no governo anterior, extinta pelo novo governo, é essencial que se determine qual Ministério ficará com a responsabilidade de condução do PNF.

Nosso entendimento é o de que o PNF seja coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, uma vez que será o responsável pela implementação de políticas públicas que viabilizem investimentos para o desenvolvimento e modernização da indústria nacional, de forma geral, e pela reindustrialização de segmentos estratégicos, como o de fertilizantes em particular.

Esperamos que o novo governo reconheça a importância estratégica do Plano Nacional de Fertilizantes; que mantenha o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert) da forma como foi concebido e que assegure uma gestão assertiva e democrática, que nos permita concretizar os seus objetivos.

Clorialdo Roberto Levrero, presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira das Indústrias em Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo)

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro