Uso de tratores na produção de caqui, pera e ameixa

Versatilidade dos tratores R65 da LS resulta em pomares de caqui, pera e ameixa bem cuidados, com aplicações na hora certa e conforto ao operador

29.06.2020 | 20:59 (UTC -3)

A versatilidade dos tratores R65 da LS resulta em pomares de caqui, pera e ameixa bem cuidados, com aplicações na hora certa e conforto ao operador.

Seguindo pela direção Leste, pela Rota do Sol, Rodovia RS-453, fomos até a localidade de Vila São Roque, Distrito de Fazenda Souza, para visitar a família Cantelle e conhecer a aplicação do trator LS modelo R65 em caqui, pera e ameixa. Fomos muito bem recebidos pela família Cantelle Castilhos, composta pelos pais Antonio Cantelle e Neiva Josefina Scariot Cantelle, pela filha Aline Cantelle Castilhos e pelo esposo dela, Francis Castilhos. A família é natural do local. Há 15 anos, Aline e Francis se incorporaram ao trabalho dos pais na propriedade. Durante a nossa visita, os encontramos podando as plantas de caqui e fazendo aplicação de cobre sistêmico, para o controle da antracnose, utilizando o trator LS.

Atualmente a família administra dois pomares, sendo um na Vila São Roque e outro próximo da sua casa, a alguns poucos quilômetros dali. A área total é de dez hectares, dos quais 7,5 a oito são plantados com estas três culturas.  O sistema de produção utilizado na propriedade depende muito da atividade manual da família. Agora é época de poda e tratamentos de inverno, que vão até agosto. A partir daí começam os tratamentos de floradas e posteriormente o raleio, para incrementar a qualidade das frutas. Já em dezembro começa a colheita da ameixa, que se prolonga para as demais culturas até o final do mês de maio e princípios de junho. Embora seja uma atividade muito trabalhosa e dependa muito de esforço físico, muitas vezes em épocas de inverno frio, eles estão muito satisfeitos com o resultado do trabalho e a Aline e seu marido não pensam em abandonar o trabalho da família. A irrigação é somente utilizada em um sistema de molhamento no caqui com água proveniente de um reservatório próprio. Em termos de tratamentos fitossanitários, a cultura que dá mais trabalho é a pera e a mais fácil de conduzir é a ameixa. Na colheita, todas dão bastante trabalho, e para colher o caqui, uma equipe externa ajuda. A colheita exige no mínimo duas passadas e pelo capricho na condução e poda das plantas a família se orgulha de que aproximadamente 90% da colheita é feita sem escadas. A atividade com uso de escadas encarece a operação e muitas equipes não querem colher nesta condição.

Vimos que há uma ótima organização da atividade, com o registro de todos os procedimentos em caderno de campo e com assistência técnica de profissional capacitado. Mesmo com toda a motivação é natural que a família se preocupe, pois, na região, dos 15 anos em que Aline e Francis se incorporaram à atividade, ela nos contou que o granizo ocorreu em 12, com muitas perdas de produção.

Além de todos os cuidados, há um trabalho importante de renovação, principalmente da ameixa, que dura ao redor de 15 anos, e de substituição de plantas perdidas no caqui, que é mais longevo, mas mesmo assim exige a reposição de plantas que se perdem.

A família tem mais três tratores de outra marca e os utiliza em outras atividades menos exigentes, como a trituração dos restos de poda e para a roçada da vegetação.

A comercialização é toda feita para mesa e a família se beneficia do fato de ter uma estrutura própria de armazenamento para não necessitar vender na safra, quando os preços são mais baixos. Toda a produção é mantida em câmara fria que segura as frutas para serem vendidas para fora do estado, com melhor valor de comercialização. 

Ansiosos por ver o trator LS R65 trabalhando, fomos até o encontro do Francis, esposo da Aline, que estava aplicando com um pulverizador Jacto modelo Arbus 1000 turbo, nas plantas de caqui. Eles nos explicaram que a motivação da aquisição deste trator foi dispor de um equipamento dedicado para as atividades de tratamento fitossanitário. Desde as dimensões do trator até os opcionais foram escolhidos para a situação particular e a atividade principal, que é a aplicação dos diversos produtos químicos para proteção das culturas. 

O modelo R65 em aplicação de cobre na cultura de caqui
O modelo R65 em aplicação de cobre na cultura de caqui

A demonstração do trator em trabalho ficou a cargo do Francis que, bem comunicativo, nos contou que é agricultor há 15 anos e antes era industriário, conhecendo perfeitamente os sistemas mecânicos. O principal elogio dele foi para a cabine, que considera de nível superior. Ele ressaltou a importância do conforto que a cabine dá para a atividade e a qualidade do condicionador de ar. Com a cabine pressurizada, ele pode inclusive atender o telefone e prescindir dos incômodos equipamentos de proteção individual. Uma das suas preocupações era de que a presença da cabine e do condicionador de ar fosse resultar em um acréscimo no consumo de combustível e por isso fez algumas medições. Com o ar ligado trabalhando com 540rpm na tomada de potência (TDP), o consumo foi de 4,5 litros por hora, e nas condições em que foi possível trabalhar com 750rpm, equivalente à TDP econômica, o consumo baixou para 3,5 litros por hora, sempre com o ar-condicionado ligado. Este é um valor que compensa e retorna ao produtor, segundo Francis. Com toda esta vantagem, ele consegue fazer os tratamentos em um só dia, incrementando a qualidade de vida.

Francis nos explicou que no caquizeiro o tipo de condução em taça invertida (ou vaso aberto) dificulta muito a mecanização, pois diminui o espaço livre entre as filas de plantas, para a movimentação do equipamento. Por este motivo são exigidos tratores estreitos, que não se choquem com os galhos laterais que invadem as entre filas. Mesmo o LS R65 teve que ser estreitado com a movimentação de sinaleiras e espelhos. O pulverizador também foi estreitado com retirada e diminuição de defletores, com a redução da largura máxima. 

A cabine pressurizada garante conforto ao operador e aplicação de defensivos sem risco de contaminação
A cabine pressurizada garante conforto ao operador e aplicação de defensivos sem risco de contaminação

Não foi possível esconder a satisfação que a família tem com o novo trator. Embora ele tenha apenas 95 horas, após quase um ano de uso, o contentamento pôde ser notado por vários motivos. Segundo eles, o peso dele é ideal e a quantidade de lastro na parte dianteira ajuda na estabilidade longitudinal. O raio de giro é infinitamente menor que o dos outros tratores da concorrência que existem na propriedade, e o número de marchas e o escalonamento são ideais para escolher a velocidade ideal, que depende da declividade e do equipamento que está acoplado. Mas o recurso mais importante, na opinião do Francis, é o reversor, que lhe permite fazer manobras rápidas e com mínima perda de tempo. Ele nos contou que fez cálculos e concluiu que só em redução de manobra ganha uma hora por dia, em relação ao outro trator que era usado antes da aquisição do LS. Finalmente, ele ressaltou a força do motor que é bastante adequada para o trabalho diversificado em uma topografia tão variada. Ele acha adequada a reserva de torque e nota que a rotação do motor do trator cai pouco quando liga a pulverização e o ventilador. Como opcional importante, ele mencionou o sistema LS Tech Engine Protection, que desliga automaticamente o motor quando há risco de dano, em caso de superaquecimento de água ou óleo, lhe dá segurança na operação.

No entanto, alertou que como é um trator de maiores recursos, é necessário compreendê-lo para adequá-lo ao trabalho. O produtor tem que entender que deve haver critério para encontrar a marcha correta para os diferentes trabalhos. Mencionou também que a presença de pneus radiais na parte traseira ajudou bastante e que a relação peso/potência deve ser adequada para a operação.

Aline e Francis produzem pera, caqui e ameixa
Aline e Francis produzem pera, caqui e ameixa

Uma curiosidade nos chamou a atenção neste caso. O operador não entra de sapato na cabine. Ele desenvolveu um sistema de prender o sapato no degrau da escada, de maneira que quando entra na cabine, o par de sapatos fica preso na escada e novamente será usado para descer pelo degrau. Muito engenhoso e criativo, o sistema demonstra o carinho com que o trator é tratado pela família. 

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O modelo R65 cabinado encontramos trabalhando nas frutíferas. O motor que equipa este modelo é da marca LS, modelo L4AL T1-Tier 3. O motor tem quatro cilindros, com 2.621cm3 e 16 válvulas, com turbocompressor, que produz uma potência máxima de 65cv a 2.500rpm (norma ISO TR 14396) e torque máximo de 203Nm a 1.600rpm. 

A transmissão sincronizada Synchro Shuttle oferece 32 marchas à frente e 16 à ré com super-redutor (creeper). A Tomada de Potência (TDP), com potência de 58cv, é independente com acionamento eletro-hidráulico e três velocidades, 540/750/1.000rpm. 

O eixo dianteiro é motriz com acionamento mecânico. O sistema hidráulico tem vazão total de 46,8 litros/minuto e no sistema de engate em três pontos de categoria II alcança pressão máxima de 167kgf/cm2, com capacidade de levante de até 2.100kgf na rótula. O controle remoto é independente, com duas válvulas de controle remoto na versão standard e três como opcional com vazão máxima de 31,2 litros/minuto.

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