Irrigação inteligente economiza água e não desperdiça
Por Cristiano Jannuzzi, gerente agronômico da Netafim Brasil
A Série T CVT traz dois diferenciais realmente relevantes para o mercado de tratores: a transmissão CVT e o levante hidráulico dianteiro fazem destes tratores opções completas para produtores que procuram aliar força e versatilidade
Para esta edição da Cultivar Máquinas, que circula no final do ano e no início de 2018, apresentamos o teste de campo do trator da marca Valtra, modelo T230 CVT. Para demonstrar seu funcionamento e vê-lo trabalhando no campo, fomos até uma área de produção pertencente à Central Energética Moreno Açúcar e Álcool Ltda, na Rodovia SP-253, km 160, município de Luiz Antônio, situado na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo.
A Série T CVT, que substitui a tradicional Série BT da Valtra, é formada por quatro modelos, dois que utilizam motor AGCO Power de 6.600cm³, com 195cv (T195 CVT) e 210cv (T210 CVT), respectivamente, e dois modelos que utilizam motor de 7.400cm³, que proporcionam potência máxima do motor de 230cv (T230 CVT) e 250cv (T250 CVT), todos com seis cilindros e injeção eletrônica. Estes tratores são fabricados em Mogi das Cruzes, no estado de São Paulo, e foram lançados no mercado brasileiro na última Agrishow, em maio de 2017, em Ribeirão Preto, São Paulo.
Embora a Valtra pertença ao Grupo AGCO, que possui outras marcas no Brasil, a Série T CVT é exclusividade, assim como a transmissão CVT, que foi trazida da Europa, a partir da aquisição da marca alemã Fendt pela AGCO. As marcas do Grupo AGCO têm liberdade de concorrer no Brasil, mas há uma disposição para diferenciar a Valtra das demais, oferecendo produtos de alta tecnologia, consagrando a tradição da Valtra, de origem finlandesa, que desde a sua origem trabalha com produtos bastante evoluídos. A intenção é dar versatilidade ao trator, diminuindo ao máximo as suas limitações e obtendo, por isto, uma diferenciação dos outros produtos oferecidos pelo grupo. Atualmente há um entendimento de que os produtos oferecidos pelas marcas do grupo AGCO não podem ser idênticos, segmentando-os por oferta de tecnologia e direcionamento de mercado.
O trator de teste foi o da série T, CVT com 230cv de potência máxima do motor. Na designação dos modelos, o T significa a série, o número que segue é a potência de motor, expressa em cv, e o CVT, que acompanha a nomenclatura do trator, faz referência à transmissão continuamente variável utilizada com exclusividade na série.
Como pontos fortes deste trator, destacamos o engate de três pontos com TDP frontal e a suspensão dianteira ativa. O engate frontal é a primeira vez que testamos. Estes foram diferenciais importantes e sobre os quais queremos informar nossos leitores, explicando seus detalhes.
MOTOR
O modelo testado para esta edição está equipado com motor de seis cilindros, turbocomprimido, 24 válvulas, com volume total de 7.400cm3, marca AGCO Power, com controle de emissões de poluentes que atendem a regulamentação MAR-1. Através de um sistema iEGR, que proporciona a recirculação de gases, efetua o controle de emissões, não necessitando aditivos à base de ureia.
A injeção de combustível é eletrônica, tipo common rail, que utiliza um módulo de injeção SisuTronic e proporciona, além da menor emissão de poluentes, a possibilidade de trabalhar com Diesel S10 e S500, sem problemas de funcionamento e comprometimento da durabilidade do motor. A potência máxima é de 230cv e o torque máximo de 1.009Nm a 1.500rpm.
À frente do motor, uma série de radiadores efetua a troca de calor do motor, da transmissão, dos fluidos hidráulicos e do ar-condicionado. O posicionamento do duplo filtro de ar, logo à frente e bem exposto, facilita a limpeza.
TRANSMISSÃO
Em geral, a transmissão da potência do motor aos demais órgãos se inicia com a embreagem, que tem função de conectar o motor com os demais eixos e árvores. No entanto, neste modelo o pedal de embreagem serve apenas para dar partida no motor, como dispositivo de segurança.
A transmissão utilizada neste modelo é do tipo continuamente variável (CVT), que proporciona um número infinito de velocidades ou marchas, retirando o tradicional escalonamento de velocidades e composição de grupos de marchas, o que, às vezes, impede o uso de velocidades ótimas. Outra vantagem é a capacidade de integrar totalmente o motor com a transmissão, conseguindo otimizar todo o conjunto e privilegiando os parâmetros de funcionamento.
Esta transmissão, que foi incorporada da marca Fendt, mistura uma parte mecânica e outra totalmente hidráulica com motores hidráulicos, que, ao se modificarem de posição, variam sem escalões as velocidades de deslocamento, unindo uma fase mecânica com outra totalmente hidráulica.
A transmissão CVT, utilizada pela AGCO na marca Valtra, é considerada à prova de falhas de funcionamento, podendo suportar erros de operação sem danificar o trator, proporcionando correções a atitudes não previstas. Uma mostra disto é a possibilidade de colocar o trator em movimento mesmo com o implemento em profundidade. Como exemplo, testamos parar o trator sem suspender o escarificador e em seguida colocar o trator em movimento. Ela torna a saída gradual e resolve o problema, sem deixar o motor morrer, como ocorreria em outros casos.
Embora haja previsão para um automatismo total da operação, é possível ao operador escolher um modo totalmente convencional. Para isto, o fabricante dispôs de quatro modos de operação: manual, campo, transporte e pedal. Durante o teste, embora tenhamos testado outros modos, usamos na maioria do tempo o modo automático, pois é o que mais bem utiliza os recursos de integração, aproveitando melhor a tecnologia do trator. Com a escolha deste modo, o trator gerencia a integração do motor com a transmissão, estabelecendo a maior velocidade que combina com a melhor economia de combustível, utilizando o recurso de alterar a rotação do motor, levando em conta a carga que está sendo utilizada na barra de tração. Trabalhamos, por isto, com o modo alavanca utilizando o controle multifunção, onde era possível agregar todas as funções em um só comando. O sistema Power Control DTM que faz o gerenciamento eletrônico do motor, integrando-o com a transmissão, pode estar habilitado ou não.
Trabalhando no modo automático, desloca-se o trator até alcançar a velocidade desejada para a operação e, após isto, aciona-se o interruptor C1, que deve ser configurado para a velocidade de operação que se deseja utilizar. Quando for realizar uma manobra, pressiona-se o interruptor C2, onde foi estabelecida a velocidade que se deseja empregar na manobra, em geral mais baixa. Depois de alinhar o trator no trajeto que se deseja seguir, aciona-se novamente o interruptor C1, recompondo-se aí a velocidade ideal de trabalho. Combinando-se este automatismo com uma operação de piloto automático, o operador tem mais tempo para se dedicar ao aumento da eficiência da operação, além de proporcionar maior conforto.
O diferencial deste modelo, como mencionamos, é a disponibilidade de um sistema hidráulico e TDP na parte frontal do trator. A rotação padrão é de 1.000rpm na TDP dianteira, que é independente. Ela é acionada diretamente pelo virabrequim do motor do trator, através de um pacote eletro-hidráulico e uma caixa de transferência. A carcaça já vem pronta da unidade europeia que a fornece, sendo facilmente instalada na mesa do eixo dianteiro, no local onde convencionalmente está instalado o suporte dos pesos de lastro.
O mercado-alvo da TDP dianteira é bastante amplo, no entanto, de momento vislumbra-se o canavieiro, com suas diversas opções de uso, principalmente os que necessitem utilizar qualquer triturador que use rotação de 1.000rpm, ou da pecuária, com alternativas já conhecidas, principalmente aquela que utiliza operações de corte de forragem, além da cultura do algodão, também já com demandas levantadas pelo fabricante.
Embora este trator tenha um grande mercado na produção canavieira, sua utilização pode se ampliar para outras culturas, inserindo-o na demanda de áreas de culturas anuais que possam utilizar-se do sistema hidráulico de três pontos na parte dianteira, realizando operações simultâneas com um só trator. Nesta perspectiva, até áreas de lavouras que utilizam plantio direto de soja e milho podem ser de interesse, pois várias sequências de operações poderiam ser conjugadas, como pulverização e semeadura, trituração de resíduos e pulverização, entre outras alternativas.
Junto à estrutura dianteira são instaladas válvulas de controle remoto (VCRs), sendo uma como standard, podendo ser instalada mais uma no lado oposto da carcaça do sistema dianteiro.
O sistema Power Control DTM, exclusivo desta série, permite que de forma integrada a rotação de trabalho se ajuste para a manutenção da velocidade. É possível configurar o sistema DTM para privilegiar os parâmetros que o operador estime como mais importantes para determinado trabalho de campo. Os chamados disparos podem ser: contagiros, TDP, hidráulico traseiro, VCR (qualquer), TDP + hidráulico, TDP + VCR, hidráulico + VCR, ou seja, estes são os parâmetros que são informados ao sistema como determinantes da correção, para proporcionar maior eficiência.
Nesta transmissão não há necessidade de montar um super-redutor, pois com a transmissão continuamente variável pode ser estabelecida uma velocidade mínima de 30 metros/hora. De outra parte, é possível deslocar-se a velocidades de até 40km/h para o transporte e o deslocamento.
Como é de praxe nesta classe de potência há um reversor hidráulico colocado na coluna da direção, que permite com um simples movimento de uma alavanca que o trator se desloque para frente e para trás, com a posição neutra situada no meio. Para segurança na operação, o fabricante colocou um dispositivo que limita a velocidade máxima para a marcha a ré.
A Tomada de Potência (TDP) traseira oferece quatro opções, 1.000rpm convencional e econômica (1.000E) e 540rpm convencional e econômica (540E). É possível configurar para que a TDP seja utilizada na forma automática, quando o acoplamento do equipamento seja simultâneo na TDP e no sistema hidráulico de três pontos. Quando esta forma estiver configurada, o trator desarma a TDP automaticamente nas manobras, quando o equipamento é levantado pelo sistema hidráulico.
Mesmo com a tecnologia que está disponível, os cuidados mecânicos permanecem, de forma que o bloqueio do diferencial é automático, assim como a conexão e a desconexão do eixo da tração dianteira. Basta girar o volante e o bloqueio se desarma, assim como se desarma a tração dianteira quando a velocidade de deslocamento supera os 20km/h.
EIXO DIANTEIRO
No mesmo suporte em que temos a TDP dianteira está instalado o sistema hidráulico de três pontos, com engate rápido. Este sistema tem todas as características do utilizado na parte traseira, com capacidade de levante de 4.000kg.
Embora existam marcas que disponibilizem sistemas hidráulicos de três pontos na parte dianteira e não montem suspensões ativas no eixo frontal, esta combinação é imprescindível, pois é necessária uma compensação de equilíbrio, que se completa por esta combinação. Existem vários indicativos de ocorrência de power hop quando se trabalha sem suspensão nesta faixa de potência do motor, com distribuição próxima ou pouco acima dos 40% do peso total sobre o eixo dianteiro, em condições dinâmicas. O fenômeno do power hop é um movimento oscilatório, conhecido como galope do trator, que surge, entre outros fatores, da lastragem indevidamente colocada.
Para o caso de operações em que não se usa o implemento frontal, o fabricante oferece um peso frontal de 850kg, preso ao sistema. Considerando-se a possibilidade de acoplar um implemento na parte frontal e utilizar a potência na forma hidráulica e mecânica, através do sistema hidráulico e da TDP, deduz-se que só para este acoplamento temos quase outro trator com média potência fazendo este trabalho. É quase como juntar dois tratores em um só, com dois implementos acionados ao mesmo tempo, porém com uma considerável economia e aproveitamento de potência. Além disso, temos que considerar que o sistema de transmissão tipo CVT e a integração com o motor se encarregarão de aperfeiçoar os parâmetros de motor e a velocidade de deslocamento.
Reforçando a novidade da colocação do sistema de suspensão dianteira ativa automática, notou-se no teste que há a possibilidade de o trator abaixar a parte dianteira até próximo ao chão, permitindo o acoplamento dos braços do sistema hidráulico para ajustar a qualquer tipo de implemento, por mais baixo que sejam seus pontos de engate. Esta suspensão dianteira absorve as oscilações incidentes no eixo dianteiro do trator, promovendo maior aderência dos rodados ao solo, incrementando tração e conforto.
SISTEMA HIDRÁULICO
O sistema hidráulico, com vazão de 189 litros por minuto e pressão máxima de 200kgf/cm2 utiliza uma bomba hidráulica de vazão variável. O sistema hidráulico de três pontos é da Categoria III, com engate rápido para os braços inferiores, o que facilita o acoplamento de implementos grandes e pesados por apenas uma pessoa. A versão que testamos pode ser equipada com sistema hidráulico de três pontos na parte dianteira como opcional.
O acoplamento de implementos no sistema hidráulico de três pontos possibilita a utilização de um dispositivo de controle de equilíbrio de patinagem e está preparado para atingir uma capacidade máxima de levante de até 9.600kg no elevador traseiro. Para o acionamento de implementos que utilizem pistões hidráulicos como grades, semeadoras e subsoladores, o modelo T230 CVT oferece como equipamento standard um conjunto de quatro válvulas VCR eletrônicas. O sistema de bombeamento é de centro fechado, com controle de fluxo e pressão. O acionamento das válvulas pode ser de duas maneiras, pelo joystick, empurrando para frente e para trás, ou por dois interruptores de acionamento colocados no console lateral.
ERGONOMIA
A chegada dos tratores importados a partir dos anos 1990, progressivamente permitiu o acesso dos clientes das marcas brasileiras a máquinas com tecnologia avançada. Vários são os pontos de destaque neste sentido. Os itens de ergonomia e segurança passaram a ser frequentes e adotados por quase todos os fabricantes nacionais a partir da vigência das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Alguns fabricantes não só passaram a atender estas normativas, mas superaram as expectativas trazendo tecnologia de ponta dos países de origem.
Um item interessante encontrado neste modelo é a possibilidade de controle do esterçamento do volante da direção, de forma que possa ser alterada a relação entre a rotação do volante e a mudança de posição das rodas e, consequentemente, o raio de giro. Esta funcionalidade pode ser interessante nas manobras de fim de trajeto. O volante tem regulagem de profundidade e posição e pode ser escamoteado para o melhor acesso do operador ao posto de trabalho.
À direita do operador temos um console denominado Armrest, onde o fabricante posicionou quase a totalidade dos comandos. Entre estes estão localizados o comando multifunção e um joystick, que é opcional, mas bastante útil para reunir diversos comandos, principalmente as válvulas VCRs, cada vez mais utilizadas. Embora vários comandos estejam presentes neste console, a maioria dos que se utilizam em operação pode ser reunida no comando multifunção.
O assento é de alta qualidade, com suspensão pneumática e amplas regulagens, podendo ser ajustado automaticamente ao operador. Além disso, o assento apresenta em sua versão standard um sistema de ventilação interno. Este sistema serve para aquecer ou resfriar o tecido, de acordo com a temperatura ambiente. Ao lado esquerdo do assento foi colocado um banco de acompanhante.
A cabine, que é a mesma utilizada na Série A Hightech, é bastante envidraçada e ampla, e como consequência disto apresenta ótima visibilidade para frente e para trás. Há uma janela traseira que igualmente proporciona grande visibilidade ao implemento acoplado no sistema hidráulico traseiro. Esta cabine, de alto padrão, com suspensão mecânica por mola e amortecedor nos pilares traseiros. O condicionador de ar, totalmente digital, é comparável aos melhores equipamentos oferecidos no mercado.
A entrada e a saída ao posto de operador são feitas por duas portas, que são acessadas por uma escada de quatro degraus, antiderrapantes e em dimensão suficiente.
Para facilitar a operação e a manutenção, o capô dianteiro basculante é amplo e de fácil abertura e fechamento. Os comandos de acionamento do sistema hidráulico e da TDP podem ser operados de fora da cabine, se estiverem assim configurados os interruptores que estão colocados nos para-lamas, de ambos os lados.
TECNOLOGIA
Para aqueles que utilizam os tratores e se interessam por conhecê-los, este modelo é um bom exemplo de alta tecnologia. Ao mesmo tempo em que há uma enorme potencialidade mecânica, representada por um motor forte e uma transmissão altamente evoluída, passando pela integração de ambas, a eletrônica é um item importante de mencionar.
Para conforto e facilitação do trabalho do operador, as possibilidades de reunir em um só comando (multifuncional) um número superior a 15 funções é altamente interessante.
Os dois painéis monitores, colocados à direita do operador em cima do console, podem servir para controlar a operação e mesmo as funcionalidades do trator. O painel C1000, colocado na parte inferior, serve para diversas funções de controle e diagnóstico do trator, mas também algumas operações da relação trator-implemento podem ser acompanhadas. O painel superior AG3000, de 10”, apresenta as funções do GPS e gerencia implementos com tecnologia Isobus.
A função de verificação instantânea do patinamento do trator é processada pela medida da rotação das rodas motrizes e da velocidade de deslocamento avaliada com um radar, posicionado na parte inferior da carcaça da transmissão.
Seguindo a orientação mundial, a comunicação no padrão Isobus é plena neste trator, podendo haver comunicação integral com todos os equipamentos que usem este padrão. A tomada Isobus está colocada na parte traseira do trator, acima do terceiro ponto do sistema hidráulico, juntamente com uma tomada elétrica de oito pinos, que pode servir para abastecimento de eletricidade em 12 volts.
O trator que testamos estava equipado com piloto automático Autoguide 3000, como é a tendência na maioria dos equipamentos que serão vendidos para o mercado brasileiro.
Junto às válvulas de controle remoto (VCRs), tanto na parte traseira como na dianteira o fabricante colocou depósitos recuperadores de óleo, com a finalidade de evitar a queda deste fluido no meio ambiente, como exige a norma brasileira.
Entre a parte traseira e a cabine há um símbolo em forma de triângulo, de veículo lento (Slow Motion Vehicle - SMV), importante para o alerta dos motoristas que se encontram com um trator em deslocamento em rodovia.
PNEUS
Este trator utiliza eixo traseiro flangeado, com o que se pode modificar de forma fácil e variada a bitola entre rodas no eixo traseiro. O trator que testamos estava equipado com pneus traseiros radiais da marca Trelleborg, modelo TM800, medidas 710/70R38, e dianteiros radiais da marca Trelleborg modelo TM800, medidas 600/65R28. Como forma de lastragem, na parte traseira havia oito discos de 80kg em cada roda pelo lado externo do centro da roda. Na parte dianteira estava acoplado um triturador. A pressão interna dos pneus estava em 16 PSI em ambos os eixos. A massa total deste trator é de 12.551kg, com lastro.
LOCAL DO TESTE
Como mencionamos no início do texto, nossa prova de campo foi em uma condição de pós-colheita de cana com abundância de palha. A área selecionada para o teste havia sido colhida há menos de uma semana e estava coberta de resíduos de cana, com o que escolhemos uma atividade frequentemente utilizada na região, que é a escarificação. Os técnicos da usina estimaram uma quantidade de palha aproximada de 40 toneladas por hectare.
Em geral, os produtores de cana, após cinco ou seis cortes em média, buscam opções para preparar o solo para renovar o canavial, fazendo o aproveitamento da palha, optando pelo enfardamento com fins energéticos ou a incorporação utilizando grade ou arado depois de picar a palha. É importante lembrar que as operações de preparo do solo na cana são de alto custo e que impactam muito os valores de produção.
Na região, é comum que os produtores utilizem uma gradagem seguida de escarificação e gradagem leve, ou fazem a combinação de uma trituração, seguida de descompactação e em seguida o preparo com arado ou grade.
Para escarificar esta área e provocar uma descompactação superficial utilizamos um conjunto de dois implementos. Na parte dianteira, ligado ao sistema hidráulico de três pontos e à TDP, acoplamos um triturador marca Herder, modelo FM 310, funcionando a 1.000rpm, composto de um rotor picador e um rolo de apoio. Na parte traseira utilizamos um escarificador marca Tatu Marchesan, modelo AST/MATIC 500 de sete hastes, regulado para trabalhar a uma profundidade média de 40cm.
A rotação do motor escolhida foi de 1.950rpm, onde encontra-se a máxima potência e obtém-se boa reserva de torque. Variamos a velocidade entre 5km/h e 8km/h, onde os dois implementos conseguiram fazer um bom trabalho, nas condições em que tínhamos, com bastante umidade tanto da palha como da superfície do solo.
Fomos acompanhados no teste pelo engenheiro Alberto Toledo, coordenador de Marketing Produto – Tratores da Valtra, e pelo técnico agrícola Juliano Roque Origuela, que é especialista em Marketing Produto – Tratores da Valtra, que nos ajudaram a conhecer o funcionamento e a operação do trator e estiveram conosco durante o tempo em que operamos o trator, mostrando todas as funcionalidades do modelo.
(Confira a versão integral do teste abaixo)
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Por Cristiano Jannuzzi, gerente agronômico da Netafim Brasil
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