Impactos do capim pé-de-galinha na cultura da soja e a importância do manejo integrado
Por Nubia Maria Correia (Embrapa Cerrados) e Lucas Heringer Barcellos Júnior (Fundação MT)
A citricultura vem sendo altamente impactada pelas mudanças climáticas e por doenças.
A World Citrus Organization, organização fundada em 2019 por países produtores de citrus, publicou a primeira previsão anual da safra de citrus 2024-25 do Hemisfério Norte, que se iniciou em outubro. É preciso atentar para os fatos de que os números compreendem todos os citrus e não está claro se estão incluídos a China e outros países asiáticos.
A safra estimada em 27.297.216 t é 8,73% inferior à safra anterior e está também 5,88% abaixo da produção média das últimas quatro safras. A quebra de produção é atribuída a problemas climáticos, como geadas tardias, secas, ondas de calor e pragas. Além disso, o mercado está sendo afetado por instabilidade geopolítica e questões econômicas, como inflação e perda de poder aquisitivo dos consumidores.
Condições semelhantes levaram a safra brasileira à menor produção dos últimos 34 anos.
A redução de oferta da matéria-prima vem sendo percebida e, acumulando nas últimas duas décadas, os estoques mundiais de suco de laranja que atingiram 926 mil t, na safra 2011/12, deverão chegar a 174 mil t no final da safra 2024/25. A oferta restrita implica em aumento de preços, mas, devido à inflação, a consequente queda de poder aquisitivo dos consumidores tenderá a reduzir a demanda e aumentar a participação de produtos concorrentes, o que deverá dificultar a recuperação do mercado no momento de recuperação da produção.
O que se observa, no momento, é uma retomada do interesse pela citricultura, estimulada pelos altos preços, porém há desafios que precisam ser bem avaliados por aqueles que querem aproveitar a oportunidade. Muitos produtores conhecem e estão capacitados para enfrentar os desafios, porém os novos entrantes precisam ter assessoria adequada para abraçar uma atividade que requer altos investimentos de longo prazo e riscos correspondentes.
O investimento nas áreas tradicionais do cinturão citrícola tem a vantagem da maior infraestrutura de logística e tecnológica, como boas rodovias, proximidade das indústrias e assistência técnica. Por outro lado, as terras são mais caras e há limitações na disponibilidade de água para a irrigação, por ser uma região urbanizada e o consumo doméstico ser prioritário; além disso, o “greening” e outras pragas e doenças são mais presentes e impõem altos custos para a produção de citrus.
O Brasil, por sua extensão territorial, apresenta a oportunidade para a citricultura se expandir fora do cinturão citrícola, porém é preciso estar ciente dos custos e das exigências técnicas que a citricultura atual impõe. Por exemplo: conhecimento do mercado local, nacional e internacional; planejamento detalhado da escolha do local quanto a logística, solo e clima; escolha de variedades e porta-enxertos; e diversificação genética das plantas, com cuidado especial para a escolha dos fornecedores das mudas, para evitar, principalmente, a transmissão do “greening”.
A produção brasileira de laranja e suco de laranja está altamente concentrada nas mãos de três empresas que detêm um enorme poder econômico e de mercado. Os produtores médios e pequenos devem focar sua atenção ao mercado interno de fruta fresca, o qual, embora sofra influência do mercado da indústria, apresenta menor volatilidade de demanda e preços. É preciso ter em mente que o acesso ao mercado das indústrias de processamento, como alternativa, deve sempre ser avaliado.
Tudo indica que haverá uma redução da demanda e dos preços, mas há a expectativa de que os preços sejam mantidos num patamar que remunere os custos e os riscos da atividade.
* Por Flávio Viegas, Associtrus
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