Curso a distância sobre tópicos da cultura da cana-de-açúcar
A tecnologia e a experiência agrícola do Brasil podem ajudar o Zimbábue a aumentar a produtividade da sua agricultura.
Daí a importância da cooperação entre os dois governos para o país africano elevar a colheita de alimentos e promover o bem estar da sua população. Com este objetivo, o Ministro da Agricultura, Mecanização e Irrigação, Joseph Made, acompanhados de técnicos, visitou, durante dois dias, empreendimentos nas áreas de cana-de-açúcar, fruticultura tropical, vinicultura, além da Embrapa Semiárido e a Codevasf, nos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
O Zimbábue é um país localizado no sudeste da África e possui clima subtropical. Para Made, a semelhança do clima e a liderança na agricultura mundial fazem com o Brasil se torne um parceiro capaz de colaborar com os desafios dos países africanos de apoiar os seus agricultores. No Zimbábue, há dez anos o governo distribuiu 10 milhões de hectares de terras e precisa ser eficiente no seu compromisso de apoiar os novos fazendeiros, explica.
Visitas - Na visita aos plantios irrigados de Juazeiro e Petrolina, Made e a comitiva de técnicos do ministério conheceram a subestação do Projeto Tourão, que distribui água para os três tipos de sistemas de irrigação – sulco, pivô central e gotejamento - em uso nos mais de 15 mil hectares cultivados com cana-de-açúcar da usina Agrovale.
No campo, puderam observar resultados como a produção registrada nos plantios com cada um dos sistemas de irrigação. Na área do pivô, a safra atinge média de 100 t/ha. Na de sulco, a média cai para 88 t/ha. Na parte irrigada por gotejamento, porém, a média sobe e alcança entre 110 e 120 t/ha. Nesta parte do cultivo há picos de produção que chegam a 180 e 200 t/ha. Por isto que há uma tendência de substituição dos outros sistemas pelo de gotejo.
Segundo explicação do Gerente Executivo do Projeto Tourão, Walter Farias Gomes Junior, algumas das razões para a decisão da empresa em expandir a irrigação por gotejamento não está apenas no aumento da produção no campo. Segundo ele, há vantagens como a economia de água e de mão-de-obra, menor impacto ambiental e controle de salinização do solo. A visita da comitiva do Zimbábue se estendeu a outra fazenda produtora de uva e a uma vinícola.
Na Embrapa Semiárido participaram de uma reunião que teve a participação do Chefe Geral e da Assessora Internacional do centro de pesquisa, Natoniel Franklin de Melo e Daniele Campeche, respectivamente, e do Gerente Regional de Empreendimentos de Irrigação da 3a Superintendência da Codevasf, Luiz Manoel de Santana, com sede em Petrolina. Os dirigentes dos dois órgãos públicos do Brasil apresentaram os trabalhos que desenvolvem na geração de ciência e tecnologia e da promoção do desenvolvimento regional.
Natoniel ainda apresentou, de forma breve, a Plataforma África-Brasil de Inovação Agropecuária, por meio da qual a Embrapa e o Fórum para a Pesquisa Agrícola na África (FARA) vão fomentar parcerias entre governos, institutos de pesquisa e empresas ligadas ao agronegócio das duas regiões para compartilhar pesquisas, informações sobre mercados, encaminhar negócios e debater assuntos de interesses dos países. Nesta semana, Joseph Made junta-se a outros 56 ministros da agricultura da África num encontro com autoridades brasileiras.
Lula destaca papel do Brasil na ajuda ao “renascimento africano”
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou, nesta segunda-feira (10/05), o compromisso brasileiro no apoio ao desenvolvimento do continente africano, principalmente no combate à fome. “O século 21 tem que ser o do renascimento africano e gostaríamos de compartilhar nossa experiência”, destacou Lula, durante a cerimônia de abertura do Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural. O evento reúne, em Brasília, até quinta-feira (13) mais de 40 ministros africanos ligados ao setor agrícola.
Lula enfatizou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é o principal meio de colocar em prática a cooperação, principalmente, por ter sido responsável pelo que chamou de “revolução tecnológica” do segmento. O presidente mencionou o potencial de produção que a savana africana, com apoio científico, a exemplo do que foi realizado no cerrado brasileiro. “Parte da savana tem as mesmas características do cerrado, área que, há 40 anos era considerada improdutiva. Bastou carinho com a terra para ela virar a área de maior produção de grãos do País”, ilustrou.
Outra experiência de sucesso apresentada pelo presidente foi o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Agricultura Familiar, executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que, assim como a Embrapa, é ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com Lula, há planos de adotar, na África, 10 projetos-piloto nos mesmos moldes, com a compra de alimentos pelo governo.
Pesquisa - À tarde, Lula inaugurou o Centro de Estudos Estratégicos e Capacitação em Agricultura Tropical da Embrapa, com a participação dos ministros visitantes. O local receberá profissionais, como agrônomos e pesquisadores, interessados em receber treinamento de ponta. “Queremos que a África produza o mesmo que nós produzimos”, finalizou.
Fontes: Embrapa e Mapa -
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