Vitrine da Embrapa e Empaer apresenta inovações para olericultura em Mato Grosso

24.05.2013 | 20:59 (UTC -3)
Gabriel Faria

Novas formas de manejo e de cultivo de hortaliças em regiões de clima tropical, como o estado de Mato Grosso, foram apresentadas na vitrine de tecnologias que a Embrapa e a Empaer montaram durante o Encontro Nacional de Tecnologias de Safra (Entec$), que termina nesta sexta-feira (24) em Lucas do Rio Verde/MT. Técnicas como o plantio direto na palha, sombreamento com telado, cultivo sem canteiros e túnel baixo de cultivos foram demonstrados aos visitantes.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Flávio Fernandes, há pouca validação destas tecnologias para as condições climáticas de Mato Grosso. Por isto a baixa adoção destas técnicas, que podem ser importantes para garantir a produção tanto na estação chuvosa quanto durante a seca, em que o calor é mais intenso.

“São técnicas trazidas de outros locais e até de outros países que muitas vezes não estão nem bem definidas para todo o Brasil. Para nossas condições a experimentação ainda é bastante insipiente”, afirma o pesquisador que está começando a fazer avaliações em parceria com colégios agrícolas, universidades e instituições como a Empaer.

As telas de sombreamento, utilizadas no cultivo do tomate, por exemplo, ajudam a reduzir a incidência dos raios solares na época em que há pouca nebulosidade e diminuem a temperatura, gerando conforto térmico para as plantas, redução da perda de água e conservando o solo.

Os túneis baixos de cultivo são indicados para plantas de pequeno porte, como as folhosas. Com ele, é possível proteger o canteiro das fortes chuvas que comprometem a produção em boa parte do ano. Com esta tecnologia é possível deixar a lona aberta, fechada ou parcialmente fechada, de acordo com a necessidade do momento.

“No caso dos tuneis, queremos fazer a experimentação de manejo, para saber qual percentual deles dever ficar abertos, em que horário, como manejá-los, entre outras questões”, explica Flávio Fernandes.

Segundo o pesquisador, estas tecnologias são baratas e têm o retorno garantido com a comercialização da produção. Entretanto, algumas delas, como os túneis, exigem mão de obra constante para melhor manejá-lo.

Outra novidade para o cultivo das hortaliças apresentada durante o Entec$ é o plantio direto na palha, com formação de palhada de milho, milheto ou braquiária ruziziensis. Esta técnica exige preparo antecipado, entretanto contribui para a redução da necessidade de manejo de plantas daninhas, proteção do solo e retenção de umidade. No caso da ruziziensis, no entanto, é preciso aguardar até 20 dias após a dessecação para fazer o plantio.

“O plantio direto é uma opção para as duas estações, para seca e estação chuvosa. Feito sobre canteiros erguidos seria para estação chuvosa, pois o canteiro ajuda na drenagem do excesso de água. Já ele feito diretamente na altura do chão, sem erguer canteiro, seria uma opção para seca, pois assim a drenagem é menor e consequentemente há maior retenção de umidade. O plantio direto traz vantagens para as duas fases do ano”, explica o pesquisador Flávio Fernandes.

A vitrine de tecnologias apresentada durante o Entec$ foi conduzida pelo extensionista da Empaer Aldo de Almeida, com orientação da Embrapa e apoio da prefeitura de Lucas do Rio Verde. O local contou com mais de 30 espécies de hortaliças em diferentes formas de cultivo, além de dezenas de fruteiras que podem ser utilizadas pelos produtores, sobretudo da agricultura familiar.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025