Nesta segunda-feira (04), a presença de uma massa de ar polar sobre o Rio Grande do Sul mantém as temperaturas baixas em quase todo o território gaúcho. Entretanto, não há relatos de formação de geadas ou qualquer outro tipo de dano às lavouras. Como o sistema vai atuar ao longo do começo da semana, a tendência é que as temperaturas continuem baixas em grande parte do centro-sul.
Essa massa de ar polar “empurrou” a frente fria sobre a Região Sudeste, deixando o tempo instável em grande parte das regiões produtoras de São Paulo, Mato Grosso do Sul e sul de Minas Gerais. Com isso, foi ocasionado eventuais pancadas de chuva, de curta duração e de fraca intensidade, causando paralisações momentâneas nos trabalhos de campo, como a colheita da cana-de-açúcar.
Entre segunda (04) e terça (05), por conta da frente fria, há possibilidades de ocorrer novas pancadas de chuva de fraca intensidade sobre o oeste e sul do Mato Grosso, extremo sul de Goiás e triangulo mineiro. Não será afetado em nada o dia-dia do campo, pelo contrário, pode até mesmo beneficiar o desenvolvimento das lavouras, principalmente as de inverno, como trigo que vem sendo plantado no Paraná e sul de São Paulo.
A chuva nas regiões oeste e sul do Mato Grosso não serão tão favoráveis como eram em maio, já que podem ocasionar um aumento de focos de doenças nas lavouras de algodão e milho safrinha. Além disso, as temperaturas mínimas tendem a ficar ligeiramente mais baixas nessa semana, o que poderá levar a um atraso no ciclo da cultura.
O padrão meteorológico se manterá assim ao longo de todo o mês de junho, ou seja, frentes frias passando com regularidade sobre o Sul do país, deixando o tempo instável e com previsões para pancadas de chuva e na sequência, entrada de massas de ar polar, que ocasionam o declínio das temperaturas mínimas. Por enquanto, não há nenhum indicativo de que uma das massas de ar polar ocasionem geadas sobre as principais regiões produtoras de milho safrinha, café, cana-de-açúcar e citros.
Tendência das culturas
O clima para a cultura do milho safrinha não foi nada bom esse ano, o que deverá reduzir a produção nacional em mais de 12 milhões de toneladas em relação a produção do ano passado, que foi de 69 milhões de toneladas. No algodão, as perspectivas ainda são muito boas, já que com o aumento da área cultivada nesse ano e as boas condições meteorológicas registradas até o momento, ocasionaram uma produção bem superior à da safra passada.
Para a cana-de-açúcar, a perspectiva continua sendo de uma produção inferior à de 2017, já que a idade dos canaviais ainda se mantém alta, o nível de tecnologia empregado nas lavouras diminuiu e os baixos índices pluviométricos registrados nos últimos 60 dias nas principais regiões produtoras do centro-sul afetaram o desenvolvimento de muitas lavouras. Somente em 2019 é que haverá um aumento na produção nacional.
Já o café, a produção nacional deve ser maior do que a da safra passada, já que 2018 é de bianulidade positiva. Porém, devido à forte estiagem de outubro de 2017 e a de abril deste ano, a produção deverá ficar um pouco abaixo do que poderia ser. Isto é, a cafeicultura não atingirá seu máximo potencial produtivo esse ano.
Com relação ao trigo, o plantio segue avançando no Paraná, São Paulo e em Minas Gerais, com boas perspectivas de produtividade. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, não foram registrados nenhum movimento de plantio até esse final de semana, o que é normal. Os primeiros plantios devem começar a ser realizados na semana que vem.
Saiba mais aqui.