Trigo inicia fase de formação de grãos no RS

O clima influencia de forma favorável o desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul

25.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues

O clima influencia de forma favorável o desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul e as lavouras aceleram o processo de floração, alcançando 15% do total implantado no Estado. Já as lavouras de trigo em fase de formação ou enchimento de grãos atingem 2% da área, que é de 766.864 hectares. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a atenção dos produtores está no monitorando de doenças, como ferrugens e manchas foliares e nas adubações de cobertura, em especial nas áreas semeadas no final do período recomendado pelo zoneamento agroclimático.

“Importante destacar que nas próximas semanas a maior parte das lavouras de trigo estará na fase de floração/formação de grão, ou seja, suscetível às baixas temperaturas”, observa o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, ao lembrar que, ao longo dos anos, geadas neste período têm provocado severos danos à cultura. Quanto à comercialização, o preço do trigo se mostra oscilante, porém não dá mostras de uma elevação que anime o agricultor. Na semana, o preço referência para a saca de 60 quilos ficou em R$ 40,24 pagos diretamente ao produtor.

As áreas cultivadas com canola estão nas fases de floração e formação das síliquas e iniciando o enchimento de grão, com algumas lavouras apresentando alteração na cor do grão (de verde para marrom), indicando fase final da maturação. O padrão de lavouras é muito bom. As áreas semeadas no final de abril e início de maio (do cedo) estão melhores, apresentam melhor stand e estatura de plantas, enquanto que as semeadas no final de maio sofreram mais com o excesso de chuvas, que provocou perda de nutrientes e germinação desparelha. O temor dos produtores é com ocorrência de geadas nos próximos períodos.

O plantio do milho avançou e os encaminhamentos dos projetos de custeio foram praticamente finalizados. Grande parte dos produtores já financiou a safra. Nas Missões, apesar de os produtores de milho estarem receosos com o clima, mais de 1/3 (45 mil hectares) da área prevista para esta safra já foi semeada. A germinação por enquanto é lenta, em função das temperaturas amenas e da falta de aquecimento do solo. Falta cultivar as áreas utilizadas com pastagens anuais de inverno, onde ainda existe potencial de utilização para pastoreio.
A próxima safra de feijão no Estado está sendo preparada. Na região das Missões e na Fronteira Noroeste, os produtores beneficiários da Chamada Pública da Agroecologia estão realizando trocas de sementes de feijão e se mobilizando em grupos para adquirir sementes. O elevado preço do produto no mercado tem incentivado os produtores a implantar a cultura nessas áreas.
Pepino - Essa é uma cultura que apresenta áreas de cultivo ao longo de todo ano na região do Vale do Caí. A safra mais forte ocorre na saída de inverno e na saída do verão, havendo neste momento pequenas áreas em fase de colheita, mas muitas em desenvolvimento vegetativo e implantação. O clima das últimas semanas foi favorável para a evolução da cultura, mas mesmo assim percebe-se que ainda está abaixo do esperado (muito lento devido às variações de temperatura, mesmo em ambiente protegido). Situação fitossanitária boa, com alguns registros de ocorrência de mosca-branca. O preço praticado no período reflete a baixa oferta, alcançando preços à ordem de R$ 3,00 a R$ 3,50/kg, ou R$ 60,00 a R$ 80,00/cx. 20 quilos (preço de entrega dos produtores).
Morango - No município de Bom Princípio, o morango plantado no chão está com excelente desenvolvimento e iniciando a maturação do segundo cacho, com boa carga de frutos. O morango em substrato de segundo ano está com os frutos amadurecendo e inicia a frutificação do segundo cacho. Pela carga de frutos e de flores que estão a campo, a produção das próximas semanas será grande. No município de Feliz, outro importante produtor de morangos, o clima favorece o bom desenvolvimento vegetativo e garante excelente florada, que resulta em muito boa produção e oferta de qualidade (frutos grandes).

Ovinocultura – Na região de Pelotas, há maior procura do que oferta de ovinos para o abate. O mercado da lã está com pouco movimento e os preços, em queda. A Cooperativa de Lãs Mauá está recebendo a lã de esquila pré-parto, mas com pouco volume. Os preços tiveram uma melhora, com exceção para a lã, abaixo da cotação da safra. Na região de Santa Rosa, borregos nascidos no cedo se desenvolvem normalmente e devem estar aptos para a venda já no início de dezembro. Diante dos bons preços pagos para a carne ovina e para a lã nos últimos anos, alguns produtores se manifestam favoráveis à melhoria do rebanho para gerar renda com a atividade.

Apicultura - Nas últimas semanas o clima tem sido favorável para a apicultura. Os enxames aproveitam as temperaturas mais elevadas para intensificar as atividades, embora as floradas ainda sejam bastante incipientes. Algumas espécies, como nabo, canola e vegetação nativa, começam a dar sinal de florada para os próximos dias.

Os criadores de abelhas realizam preparo das caixas-isca e limpeza de caixas, fazendo também a migração das colmeias para eucaliptos em floração. A expectativa é de um verão muito produtivo, pois as condições climáticas até o momento têm favorecido o desenvolvimento de crias, gerando bom número de campeiras.


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