Trigo: colheita do grão atinge 50% no RS

14.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

O tempo voltou a se mostrar instável nos últimos dias, conferindo, ao Rio Grande do Sul, cenários distintos de manejo do solo e desenvolvimento de atividades ligadas à agricultura. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, enquanto os produtores de arroz, localizados em maior número na metade Sul, puderam exercer suas atividades sem nenhuma restrição, os produtores de trigo, ao Norte, encontram alguma dificuldade para finalizar a colheita, que atinge, no momento, apenas 50% da área, quando deveria estar, pela média, com 71%. De acordo com técnicos da Emater/RS-Ascar, problemas na qualidade do produto colhido, conseqüência das condições adversas na época de maturação de boa parte das lavouras, e preços em baixa deixam o produtor em estado de apreensão.

As lavouras de trigo colhidas têm apresentado rendimentos bastante díspares entre as regiões e dentro de uma mesma região, variando de 1.200 kg/ha a 3.000 kg/ha. Isto dificulta bastante a composição de um cenário mais preciso em termos de quantificação das alterações no rendimento médio das lavouras em âmbito estadual, provocadas pelas recentes chuvas. A maior conseqüência tende a ser a qualidade da produção, que não ultrapassará os dois milhões de toneladas esperadas.

Sobre as

, o plantio da safra 2008/9 de arroz segue em ritmo intenso e adiantado. Atualmente, a área semeada atinge 65%, tendo aumentado expressivos 15% em uma semana, colocando a atual safra bem à frente na comparação com anos anteriores. As sementes germinam dentro da normalidade, com as lavouras se desenvolvendo sem dificuldades e apresentando bom padrão nesse início de safra.

A redução da umidade do solo possibilitou a aceleração do plantio do

, que estava praticamente estagnado na maioria das áreas de produção, evoluindo 9% em relação à semana anterior. Nas áreas plantadas mais no cedo é provável que a colheita inicie nas primeiras semanas de dezembro.

Apesar do tempo úmido mais ao Norte, o plantio do

avançou 4% na última semana, atingindo cerca de 74% do total da área prevista para este ano. 62% das lavouras de milho se encontram em desenvolvimento e 6% já começam a entrar em fase floração, colocando a atual safra praticamente em paridade com a do ano passado. De maneira geral, as lavouras se apresentam em muito bom estado, apresentando bom potencial produtivo.

Das culturas em implantação nesta safra de verão, a

é a que se encontra em situação mais descompassada. Devido às recentes condições meteorológicas, o percentual de área semeada atinge apenas 22%, quando na média deveria estar em 36%. O percentual de lavouras germinadas também difere em 14% em relação à média. Todavia, o atraso não tem interferido no desenvolvimento das lavouras, que, no momento, se apresentam em bom estado, apesar das recentes chuvas e da umidade em excesso em determinadas situações.

Mesmo com as oscilações nos mercados internacionais e a questão cambial, o preço médio da saca de 60kg em âmbito local, tem se mantido praticamente estável, com pequena variação nesta semana de 0,28% para R$ 42,69. Na comparação com o preço médio dos últimos cinco anos, a vantagem atual é de 17,06%.

QUALIDADE DO ALHO

Entre as olerícolas, destaque para o alho. Na sexta-feira passada (7/11), foi realizado em Nova Pádua, o XXI Encontro Nacional de Produtores de Alho, que contou com a participação de 250 pessoas, entre elas, produtores e técnicos. O representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destacou como principal problema na importação a baixa qualidade do produto e propõs a revisão do padrão oficial de classificação do alho. Por sua vez, o integrante da Conab estima uma produção nacional de 90.000 t, 0,36% a menos que a da safra passada.

Do alho consumido no país, de janeiro a setembro, 35 % foi importado da Argentina, 45% da China e apenas 20% produzido nacionalmente. Da China, a previsão para este ano é da internalização de 80.000 t. O pesquisador da Epagri de Santa Catarina fez um relato da evolução da cultura no Brasil e reafirmaou que os principais entraves agronômicos no incremento da produtividade são o tamanho e qualidade da semente e a falta de rotação de culturas. Ao final do evento, foi unânime a o bom ânimo das perspectivas dos produtores quanto à valoração da atual safra, se o câmbio se mantiver nos valores atuais.

PÊSSEGOS

Na Vila Nova, em Porto Alegre, os pomares de pêssegos encontram-se em plena colheita, assim como as variedades de nectarinas. A safra continua sendo comercializada diretamente ao consumidor na Festa do Pêssego, no Centro de Eventos da Vila Nova, nos pontos de comercialização da capital, em especial no Largo Glênio Peres, próximo ao Mercado Público no centro da cidade.

Estão atualmente em produção, 120 ha de pêssego e 5 ha de nectarina. A safra esperada para o pêssego em 2008 é de aproximadamente 800 toneladas, com a perspectiva de serem comercializadas 120 toneladas somente na Festa e no Largo Glênio Peres.

Com uma área estimada de 210 ha no Alto Uruguai, e cuja produtividade deverá ficar em torno de 18 t/ha, as variedades de pêssego Premier e Chimarrita estão em colheita e o preço médio recebido fica em torno de R$ 1,00/kg, cujo destino da produção é para consumo in natura. A chuva dificultou a colheita e reduziu a qualidade do fruto. As demais variedades estão em fase de crescimento de fruto.

Adriane Bertoglio Rodrigues

Emater/RS-Ascar

www.emater.tche.br

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