Trigo alcança produtividade média de 3,5 toneladas por hectare no RS

Dados da Emater apontam problemas em áreas de soja e milho por causa da falta de chuvas

05.01.2023 | 17:30 (UTC -3)
Cultivar, com informações Emater-RS

A Emater/RS-Ascar realizou a terceira estimativa de safra de inverno 2022, com dados quantitativos obtidos pelos 497 escritórios municipais no Rio Grande do Sul, após o encerramento da colheita.

A área de cultivo de trigo alcançou 1.474.364 hectares, cerca de 20% superior ao ano anterior. A produtividade obtida foi avaliada em 3.508 kg/ha, 21,61% mais alta.

Situação da soja

A área projetada para a safra 2022/23 é de 6.568.607 hectares. A produtividade é de 3.131 kg/ha. Houve a ocorrência de chuvas em dois momentos distintos: o primeiro em 27/12 e o segundo em 01/01.

As precipitações foram em volumes variáveis, mal distribuídas e não alcançaram todas as zonas de produção. Isso não permitiu a conclusão da semeadura em algumas regiões. A implantação da cultura alcançou 96% da área inicialmente prevista.

Em termos fitossanitários, o tempo predominantemente seco é favorável ao surgimento de ácaros. Os produtores realizam o monitoramento e o controle.

Situação do milho

A área estimada de cultivo de milho para a safra 2022/23 é de 831.786 hectares. Os dois eventos de chuvas (27/12; 01/01), mesmo irregulares e mal distribuídos, favoreceram a retomada da semeadura onde a umidade nos solos foi reposta. No entanto, a evolução foi apenas de 1%, alcançando 92% implantados.

Persiste o quadro de déficit hídrico na maior parte do estado. Há consolidação de perdas de produtividade. Os índices são distintos, inclusive dentro da mesma região. Apenas no Nordeste a produtividade se mantém próxima à projetada inicialmente.

Em termos fitossanitários, foram realizados os manejos de controle de plantas invasoras. Lagarta do cartucho e cigarrinha do milho permanecem monitoradas e controladas quimicamente.

Situação do arroz

A área estimada de arroz pelo IRGA é de 862.498 hectares. A produtividade, de 8.226 kg/ha. A alta disponibilidade de radiação solar favoreceu as lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo.

Em contrapartida, a elevação das temperaturas na metade oeste do estado, com registros próximos a 40°C (31/12; 01/01), poderá refletir em esterilidade de espiguetas nas lavouras que estão entre as fases de pré-floração, de emissão de panículas e de floração.

De maneira geral, as lavouras já estão com irrigação estabelecida; o desenvolvimento é ótimo, a sanidade é boa, e não há problemas com pragas. O potencial produtivo manteve-se nas lavouras que apresentam adequado estande de plantas e sem maiores limitações quanto à disponibilidade de água para irrigação.

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