Território do Alto Camaquã torna-se membro da Associação Internacional de Montanhas Famosas

13.10.2010 | 20:59 (UTC -3)

Agora é oficial: o território do Alto Camaquã, que recebe ações de pesquisa da Embrapa Pecuária Sul, está entre os 12 novos membros da Associação Internacional de Montanhas Famosas (World Famous Mountains Association - WFMA). A candidatura do “Camaquã Highlands”, como está sendo chamado, foi aceita pelos organizadores do II Congresso das Montanhas Famosas, realizado durante esta semana em Jiujiang, na China. Outras três localidades brasileiras, todas no Ceará, também foram admitidas – os monólitos do Quixadá, o Parque Nacional do Ubajara e a região serrana de Guaramiranga.

 

A WFMA vai conferir ao território, formado pelos municípios gaúchos de Bagé, Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Pinheiro Machado, Piratini e Santana da Boa Vista, um diploma de certificação, com validade até o próximo congresso, que deverá ser realizado em Portland (EUA) no ano que vem. Para continuar membro da entidade, o território deve ter implementadas uma série de ações nos próximos meses.

 

Criada em 2009 com o objetivo de compartilhar experiências de desenvolvimento econômico, promoção do turismo e proteção ambiental entre os cinco continentes, a WFMA é apoiada pela Unesco e reúne montanhas turísticas como o próprio monte Lushan, o Kilimanjaro (Tanzânia), o monte Hood (Estados Unidos) e as colinas Chocolate (Filipinas), além de parques naturais de montanha da Alemanha (Bergstasse), Áustria (Eisenwurzen) e Romênia (Gaina e Covsna). Antes do II Congresso das Montanhas Famosas, o único representante do Brasil era o Geoparque Araripe, no Ceará. A professora da Universidade Federal do Ceará e consultora do Banco Mundial, Mônica Amorim, que atuou na inclusão do Araripe à WFMA, fará uma apresentação conjunta das regiões brasileiras indicadas neste ano.

 

O pesquisador Marcos Borba, da Embrapa Pecuária Sul, está representando o centro de pesquisa e o território no evento. Por meio do Projeto Alto Camaquã, liderado por ele, foi desencadeado o processo de construção de uma rede de atores sociais, envolvendo não apenas pesquisadores, mas também extensionistas, produtores, poder público e universidades para a construção do conhecimento e da promoção do desenvolvimento territorial endógeno da região.

 

Segundo o pesquisador, a indicação do Alto Camaquã se deu em função do trabalho de coordenação dessa rede, além das belezas naturais e de todos os elementos históricos e culturais. “Estamos em um cartaz em toda a cidade junto com o Kilimanjaro, o Fuji, o Lushan. Talvez de longe não pareça muito, mas garanto que de perto é bem empolgante”, disse Borba.

 

Ele alerta, no entanto, que para promover no território o turismo associado à conservação ambiental e cultural, propósito da WFMA, é preciso avançar nos temas já tratados pelo Projeto Alto Camaquã, como manejo sustentável do campo, a pecuária derivada do campo, os produtos diferenciados e a marca Alto Camaquã. “Nossa imagem depende desses aspectos em conjunto. Sem campo bem manejado não há turismo, pois este é a base da paisagem que, no fundo, é a nossa maior riqueza. E a única atividade que preserva a paisagem do Alto Camaquã é a pecuária durável de campo nativo associado ao turismo e à produção diferenciada com a certificação de nossa marca”, completou.

 

Breno Lobato

Embrapa Pecuária Sul

(53) 3240-4660

breno@cppsul.embrapa.br

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