Tendências do manejo da cultura da soja são abordadas em Dia de Campo

A atividade foi promovida pela Emater/RS-Ascar, com apoio da Secretaria Municipal da Agricultura e dos Sindicatos Rural e dos Trabalhadores Rurais

07.03.2016 | 20:59 (UTC -3)
Rejane Paludo

Mais de 50 agricultores de Esmeralda (RS) e municípios vizinhos participaram de um Dia de Campo sobre tendências do manejo da cultura da soja, na última sexta-feira (04/03), em Esmeralda. A atividade foi promovida pela Emater/RS-Ascar, com apoio da Secretaria Municipal da Agricultura e dos Sindicatos Rural e dos Trabalhadores Rurais.
Há três anos, a Extensão Rural e Social, em parceria com a pesquisa, retomou o trabalho com a soja. Neste ano, na região de Caxias do Sul, técnicos da Emater/RS-Ascar estão acompanhando propriedades em quatro municípios: Esmeralda, Paraí, Serafina Corrêa e Vista Alegre do Prata, onde são desenvolvidas ações, como coleta e contagem de plantas daninhas e monitoramento de pragas e de doenças - com o uso de técnicas simples, mas eficientes, como a batida de pano - e repasse à Embrapa para o trabalho de análise e pesquisa. Outros produtores de soja também acabaram adotando essas práticas, como o secretário da Agricultura de Esmeralda, Espedito Zocolli de Lima, que participou do Dia de Campo, juntamente com o prefeito Ailton de Sá Rosa e a gerente regional da Emater/RS-Ascar Caxias do Sul, Sandra Dalmina.
O evento teve início pela manhã, no Clube Veteranos, com palestra sobre manejo integrado de pragas, proferida pelo agrônomo da Emater/RS-Ascar, João Villa. De acordo com ele, a cultura da soja está sujeita ao ataque de insetos desde a germinação até a colheita. O agrônomo falou sobre os principais insetos na cultura, a parte da planta que atacam, a sua importância relativa, as mudanças ocorridas nos últimos anos (insetos que não eram problema e se tornaram, e vice-versa) e a necessidade de controle.
Para Villa, a metodologia a ser usada para saber se o controle químico é necessário ou não é a batida das plantas sobre o pano, com a distribuição de pontos de coleta de acordo com o tamanho da lavoura, e a contagem dos insetos para verificar o nível de população (de pragas, predadores, etc). “O monitoramento representa benefícios para o meio ambiente e para o bolso do produtor”, diz. Segundo o agrônomo, existe um certo nível de ataque de pragas que as plantas toleram sem danos. “Os danos causados pelo percevejo só necessitam de controle quando tiver vagem”, exemplifica.
Como ainda não há uma tecnologia que garanta a produção sem controle químico, Villa considera os defensivos um “mal necessário, que muitas vezes têm que ser usados, mas sempre de forma racional, nunca com base em calendários, nem preventivamente. Entre os fatores que contribuem para o uso elevado de produtos químicos ele aponta a monocultura, a menor diversidade de espécies na lavoura, a diminuição do equilíbrio ambiental e a dependência de insumos, que são vendidos na forma de pacotes. “Uma das práticas mais importantes a ser adotada para evitar ou reduzir o controle químico é a rotação de culturas, pois contribui para diminuir a população de insetos a níveis que não causam danos e eliminar possíveis patógenos”, salienta.
À tarde, os produtores visitaram a unidade de referência técnica do agricultor Leonir de Vargas, que cultiva oito hectares de soja e tem o acompanhamento semanal da Emater/RS-Ascar. Para o produtor, as visitas foram muito válidas, pois ele conseguiu reduzir o número de aplicações de inseticidas e fungicidas na lavoura, o que reduz os custos de produção.
Na propriedade, o Dia de Campo contou com quatro estações: monitoramento e controle de pragas e doenças, com os agrônomos da Emater/RS-Ascar Roberta Sabatino Ribeiro e João Villa, e manejo e fertilidade do solo, com o técnico Orivaldo Trevisan. A outra estação foi com profissionais da empresa Sotrima, de Vacaria, que apresentaram tecnologias de aplicação.

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