Massey Ferguson bate novo recorde de venda
Conjuntura internacional e doméstica, relação estoque e consumo de grãos, análise do mercado atual, cenários e perspectivas, e demanda por proteína animal foram assuntos da palestra Tendências de Mercado de Grãos.
A palestra Tendências do Mercado de Grãos foi ministrada pelo engenheiro agrônomo Leonardo Sologuren e apresentou, a agricultores rurais e estudantes, a atual conjuntura internacional do agronegócio, especificamente do milho e da soja. Segundo Leonardo, o ano de 2010 será o período de recuperação da economia brasileira, que já cresceu cerca de 4,8% neste primeiro semestre. O maior crescimento tem sido o da China. Leonardo mostrou que a relação estoque/consumo de grãos no mundo está ligeiramente abaixo de sua média histórica de 22,8%.
Além do cenário global de grãos, a palestra abordou o mercado de proteínas, que, segundo Leonardo, mantém relação direta com o crescimento da economia. "Se a economia cresce, o consumo de proteínas também cresce." afirmou. De acordo com os dados mostrados, o crescimento médio do consumo de proteínas na América do Sul cresceu 32,2% nos últimos dez anos. O maior crescimento registrado foi na África Subsaariana, 70,2%.
Etanol
Segundo dados do engenheiro agrônomo, a projeção do consumo de etanol no Brasil no ano de 2019 será de 62,3 bilhões de litros, atualmente este consumo é de 48,4 bilhões.
Milho
Os baixos preços do milho desestimularam o produtor rural a investir na cultura da safra 2009/2010 e o resultado, segundo pesquisas apresentadas pelo agrônomo, foi da menor área plantada nos últimos 35 anos. De acordo com análise, a área a ser cultivada com a safrinha do milho deverá crescer só no centro-oeste brasileiro. "Se a safrinha de milho apresentar um bom desempenho, as vendas externas serão fundamentais para dar sustentação aos preços do segundo semestre", disse Leonardo que alertou os produtores de milho sobre a variação constante do mercado e a necessidade de sempre acompanhar os preços e tendências desse setor.
Soja
O engenheiro agrônomo apresentou a conjuntura atual desse grão, que teve um aumento esperado de produção não só nos Estados Unidos como também no Brasil e na Argentina. A China possui um alto nível de estoque de soja, fato que, segundo Leonardo, pode influenciar de forma significativa o comportamento de preços no próximo ano. "A China pode usar o estoque para regular o mercado" afirmou. Como finalização do mercado de soja, Leonardo mostrou que o mundo caminha para uma super safra em 2009/2010, com quase 260 milhões de toneladas no mundo.
Perfil
Leonardo Sologuren é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU e mestre em Economia pela mesma Universidade, tendo desenvolvido sua dissertação em estratégias competitivas voltadas para o sistema agroindustrial da soja. É conselheiro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), consultor associado da GV Consult da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV / EASP) e é co-fundador do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), além de já ter atuado como analista de mercados agrícolas.
A tarde de quarta-feira (14) na TECNOSHOW COMIGO 2010 foi encerrada com palestra de Miguel Daoud, economista e comentarista do Canal Rural. O especialista procurou explicar sobre as razões que determinam a situação econômica dos produtores agrícolas. Grande parte da palestra ministrada se centrou nas questões políticas que atingem o setor e na volta por cima na crise econômica mundial, que começou a se alastrar em 2008.
"A pior praga do setor para os agronegócios no Brasil é a política agrícola aqui adotada pelo Governo". Foi com este tom veemente que Miguel Daoud pautou sua explanação. O economista disse estar receoso com a falta de condições dos políticos para cumprirem promessas nas eleições deste ano e alertou os produtores presentes no auditório da TECNOSHOW COMIGO 2010 sobre a importância de escolherem bem os representantes que sejam mais favoráveis para o futuro de seus negócios.
De acordo com Miguel Daoud, o prejuízo no setor produtivo é interessante para o setor financeiro e um dos fatores que geram a instabilidade para o agronegócio é o fato de o governo permitir que seja feita especulação financeira para, assim, privilegiar o mercado das finanças. Ainda dentro do âmbito da macroeconomia, o especialista destacou a necessidade de melhoras nas relações comerciais com a China para fomentar o crescimento da produção agrícola, devido às exportações que tendem a aumentar devido à demanda chinesa.
Previsões
Até o final deste ano, o cenário econômico para o produtor agrícola é promissor, devido à questão cambial, com a recuperação do preço do dólar, que deve favorecer o preço para a negociação com o mercado externo. "O momento agora é de aproveitar as condições favoráveis para a próxima safra, sobretudo no que diz respeito à melhora de preços de venda e a perspectiva de menos instabilidade", destacou Daoud.
Outro aspecto positivo para os produtores e, principalmente, para os proprietários rurais é uma possível valorização dos preços das terras, devido à busca por parte de compradores estrangeiros, uma tendência em alta no mercado, de acordo com o economista e comentarista do Canal Rural. Entretanto esta perspectiva pode ser atrapalhada caso não ocorram mudanças na política monetária no Brasil. "Com juros altos e carga tributária elevada, fica difícil atrair investidores estrangeiros, mesmo que eles estejam dispostos a aplicar recursos no mercado brasileiro.
Engajamento polêmico
A crescente criação e a incansável atuação de ONGs ambientalistas vindas do exterior têm preocupado os produtores rurais brasileiros e criando divergências entre estes dois lados. As organizações pregam que o constante crescimento da produção agrícola degrada o meio ambiente, já os produtores do setor replicam esta posição dizendo que não precisam aumentar a área desmatada para o plantio. "O Brasil tem capacidade de ser a maior potência econômica do mundo sem precisar derrubar uma árvore sequer. Basta aumentar a produtividade agrícolas nas áreas já destinadas para esta atividade", defendeu Miguel Daoud. Ainda de acordo com o economista, essas ONGs pegam pesado com o Brasil, despejando toda a culpa do desmatamento na produção agrícola, sendo que ainda há grande quantidade de florestas no País, enquanto os países que já devastaram quase toda suas florestas continuam com a prática.
A agricultura de precisão tem atraído cada vez mais produtores, interessados em melhorar resultados das plantações. Prova disso, foi a grande procura pela palestra "Software para agricultura de precisão" ministrada pelo engenheiro agrônomo Pedro Magalhães, realizada neste segundo dia, 14, de Tecnoshow COMIGO, no auditório II.
A tecnologia a favor do campo, com uso de softwares e aparelhos PDA's, foi amplamente explicada e discutida pelo engenheiro, que trabalha para a empresa Farm Works, que comercializa esse aparato técnico. A palestra ainda contou com a participação dos engenheiros Gustavo Raposo Vieira e Ronaldo de Oliveira, respectivos representantes das empresas Arvus e Saci Soluções, que também trabalham com maquinário agrícola especializado para esse tipo de agricultura.
Dividida em três partes, a palestra foi iniciada por Magalhães, com a introdução à técnica de precisão. Conforme o engenheiro explicou, que após dividir toda a área a ser cultivada em zonas, ou grids, os softwares realizam um mapeamento minucioso de como está distribuída a fertilidade da terra. "Após esse estudo detalhado, que permite visualizar com precisão a demanda do solo, o produtor consegue realizar a correção da área, para distribuir insumos na medida exata", explicou o engenheiro.
Numa comparação entre resultados da agricultura convencional e a de precisão, Magalhães citou um caso no qual os mapas tradicionais de fertilidade não apontavam diferença, enquanto que o detalhado, feito pelo software, indicava o dobro da quantidade de fósforo presente no solo. "Com a precisão das áreas, o software lança a equação exata para aplicar adubo em cada local. Os mapas de fertilidade tecnológicos mostram todas as nuances do solo", explicou.
Maquinário sofisticado
Após o discurso de Magalhães, o engenheiro Gustavo Raposo Vieira da Arvus assumiu a palestra ao explicar a vantagem de se acoplar equipamento digital ao maquinário agrícola, como computadores de bordo com GPS aliados a plantadeiras, distribuidores a lanço, adubadeiras, entre outros, para aumentar a capacidade de aplicação de recursos.
Em seguida, o também engenheiro Ronaldo de Oliveira, da Saci Soluções, foi à frente para explicar as vantagens de equipamentos especiais para realizar coleta de amostra solo. Com auxílio de máquinas, que podem inclusive ser acopladas em pick-ups, o produtor pode realizar coleta de diversos tipos de solo, como terrosos e argilosos.
Agricultura de precisão foi o tema abordado na palestra Adubação, a taxa variável na linha de plantio, realizada nesta quarta-feira, dia 14, no auditório II do Centro Tecnológico COMIGO. O engenheiro agrônomo Aramís Pecinin Machado iniciou a palestra com um rápido resgate histórico sobre a agricultura antiga, os cenários da agricultura moderna, e a relação entre rentabilidade no meio competitivo e sustentabilidade.
Segundo o agrônomo, a agricultura de precisão gira em torno do mapeamento, manejo físico, biológico e químico do solo, monitoramento e mapa de rendimento. Para que essas atividades sejam bem desenvolvidas, Aramís apresentou equipamentos que desempenham o trabalho com precisão, como o sulcador bipartido, uma máquina que combina quantidades específicas de fósforo, potássio e sementes para aplicação no solo. Sistemas como este são acompanhados por monitores que, por meio de GPS, faz uma leitura dinâmica da área, traça a variação a ser aplicada no mapa, e assim, garante a uniformidade da distribuição desses produtos.
Vantagens
De acordo com Aramís, uma semeadura bem feita é resultado do gerenciamento das lavouras. "O potencial da lavoura se define em fazer a semeadura corretamente e monitorar os dados", afirmou o agrônomo. As vantagens de todo esse processo incluem o detalhamento da produção agrícola, gerenciamento da variabilidade, redução de custos, otimização do uso de fertilizantes, redução do impacto ambiental e aumento do rendimento operacional. Ao concluir a palestra, acompanhada por pesquisadores, estudantes, agricultores e outros profissionais da área, Aramís destacou a importância do conhecimento, habilidade e atitude. "É necessário usar a habilidade e aplicar o conhecimento, pois pequenos detalhes nos processos fazem grandes diferenças" reiterou o engenheiro.
Perfil
Aramís Pecinin é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente trabalha na empresa Vence Tudo, no setor de Agricultura de Precisão.
Site:
Fonte: Oficina de Comunicação – (62) 3225-4899
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