Inseticida de última geração é destaque da DuPont na Expocafé
Duas tecnologias em ação e um só objetivo: frear o avanço da erosão do solo no município de Gilbués, a 830 quilômetros ao sul de Teresina/PI.
É assim que uma equipe de pesquisadores da Embrapa Meio-Norte está trabalhando há nove meses, para reverter a dinâmica do processo de degradação numa área de 7.694 quilômetros quadrados, que corresponde a quatro vezes o tamanho do Principado de Mônaco, no litoral sul da França.
A construção de terraços – diques que controlam a erosão, aumentam a produtividade das culturas e evitam o desgaste das máquinas agrícolas – e o plantio em sulcos – pequenos canais ao longo da área – obedecendo as curvas de níveis, são duas das técnicas aplicadas no experimento. A outra aposta é o cultivo do pinhão-manso e de gramíneas, como capim Andropogon e o Brachiaria.
Os testes com o pinhão-manso têm uma justificativa forte: a planta se adapta muito bem às
diferentes condições de clima e solo, e é hoje cultivada em todo o Brasil como uma das alternativas à geração de biocombustível. O pinhão-manso, de acordo com o pesquisador Marcos Emanuel Veloso, coordenador do projeto, é uma planta perene e vive mais de 50 anos.
A ação vai mais longe. Está sendo feito também na região o levantamento e quantificação de pequenos animais invertebrados, como minhoca, aranha e besouro, e a utilização deles como bioindicadores da recuperação do solo. “Nesse trabalho – diz o pesquisador Paulo Henrique Soares – os animais estão aferindo os resultados positivos do projeto”.
Os primeiros resultados, segundo Marcos Emanuel Veloso, indicam que o solo tem uma excelente caracterização química, exceto para a concentração de matéria orgânica, que é baixa. Ele acredita que essa baixa concentração tem origem na criação de animais e nas queimadas. O projeto tem um orçamento de R$ 114 mil e é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
O grande desafio da equipe de pesquisadores, que é apoiada pela Universidade Federal do Piauí, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Prefeitura de Gilbués, é encontrar um, manejo adequado às pastagens e à criação de bovinos. “Temos que encontrar sistemas de produção viáveis tecnicamente e economicamente ao município”, diz o pesquisador.
A degradação do solo em Gilbués teve início na metade do século passado. Tudo começou, segundo os pesquisadores, com a exploração desordenada do garimpo de diamante. Depois, vieram o desmatamento sem critérios técnicos; o uso do fogo e a criação extensiva de gado bovino.
Os pesquisadores fizeram um diagnóstico da área e constataram, entre outros pontos críticos, que a exploração da agricultura foi feita de maneira errada, sem que a estrutura frágil do solo fosse observada. Segundo o estudo, a água tem baixa e média infiltração no solo. Há, também, instabilidade dos agregados das partículas do solo que são facilmente levados pelas chuvas.
Fernando Sinimbu
Embrapa Meio-Norte
(86) 3089-9118 /
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