Tecnologia, qualidade e exportação são caminhos para viabilizar o cultivo do trigo brasileiro

Ferramentas permitem ao produtor aumentar a competitividade e entregar um produto com qualidade compatível às necessidades do consumidor

10.07.2018 | 20:59 (UTC -3)
Joseani M. Antunes

A tecnologia, aliada à qualidade do trigo, buscando assegurar a exportação para dar maior liquidez ao cereal são as principais ferramentas para viabilizar o cultivo do trigo no País. Esse foi o tema da palestra de abertura da 12ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, na manhã desta terça-feira (03/07), pelo gerente nacional de trigo da Bunge, Edson Fernandes. O evento acontece até quinta-feira (05/07), no auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo, em Passo Fundo, RS.

Edson Fernandes ressalta que é preciso que o produtor seja mais competitivo no campo, investindo em cultivares e fertlizantes para atingir o potencial de rendimento das plantas. Ele enfatizou o custo de produção nacional que é 33% mais elevado que o custo argentino, resultado de fatores como impostos sobre insumos e logística. Com relação a qualidade do produto, hoje o Brasil importa trigos especiais para atender um nicho de mercado, mesmo para o Rio Grande do Sul e Paraná, que são os maiores produtores do país. “Estamos importando sem haver necessidade. Somos obrigados a tirar o trigo daqui, porque ele não tem qualidade para atender as especificações que a indústria precisa”, pontua Fernandes.   

Para o palestrante, a exportação pode dar liquidez ao produto, garantindo que o produtor tenha uma rentabilidade maior, já que o trigo brasileiro não é competitivo com o cereal argentino. “É preciso ser rápido para tirar o trigo do armazém, pois em três meses deve entrar a safra de verão (soja e milho). “A Argentina sabe quanto vai colher em dezembro e já nesse período começa a retirar o excedente. O Brasil, assim que concluída a previsão da quantidade que vai colher, também, deveria retirar o excedente no início de sua colheita para não atrapalhar o fluxo da liquidez”, afirma Edson Fernandes. Segundo ele, no Brasil são quase 200 moinhos e 70% estão localizados na Região Sul. Assim, exportação, qualidade e uso de tecnologia são as três ferramentas que vêm auxiliar o cultivo de trigo especialmente, no Rio Grande do Sul que não planta milho safrinha.

O Brasil produziu 4,2 milhões de toneladas (t) na safra passada e para a safra 2018 está previsto colher 6 milhões de t, enquanto que o consumo estimado é de e 11 milhões de t. A exportação em 2017 foi de aproximadamente 200 mil toneladas e espera-se importar em 2018, 5 milhões de t da Argentina e 500 mil t do Canadá e dos Estados Unidos.

 

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