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A tecnologia para o agronegócio é, hoje, uma realidade no Brasil. Prova disso são as pesquisas desenvolvidas tanto pela Embrapa, nas unidades descentralizadas – ao todo são 41, nas cinco regiões – tanto no País, como no Exterior – o Labex – como pelas Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas), nos Estados.
Outro indicativo do desenvolvimento do setor são os cursos superiores superiores tecnológicos, que formam tecnólogos em agronegócio. Segundo Aléssio Trindade de Barros, coordenador-geral de supervisão do Ministério da Educação (MEC), existem atualmente 26 cursos tecnológicos de agronegócio no Brasil em sete estados.
O pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, de São Carlos (SP), Ricardo Yassushi Inamasu, que lidera a Rede de Agricultura de Precisão II, projeto orçado em aproximadamente R$ 7 milhões, cita, dando, como exemplo, sua área de atuação, um exemplo do avanço da tecnologia. “A agricultura de precisão se aprimorou como ferramenta e conceito”, diz. Segundo ele, houve um ‘boom’ entre os anos de 1997 e 1999. “Na primeira fase havia a verificação dos problemas e dos ajustes das máquinas. Agora é possível fazer um ajuste mais preciso”, complementa.
Waldeir Dias Gonçalves, coordenador do curso de Tecnologia em Agronegócios da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no campus Paracatu (MG), afirma que o desenvolvimento da área está no começo, mas já existe algo. “O problema está na falta de profissional para área”, observa.
Desenvolvimento profissional
Tanto Inamasu quanto Gonçalves vêem com bons olhos a iniciativa de se formar um profissional com conhecimentos específicos na área. “A fazenda está cada vez mais especializada. A cana-de-açúcar está obrigando a se modernizar. A colheita mecanizada necessita de um produtor mais especializado e, além disso, as máquinas são bem brasileiras”, enumera o pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária.
Por sua vez, o coordenador do curso em Paracatu, afirma que é bem interessante a necessidade desse profissional. “Muitas pessoas não sabem montar insumos. De cada mil produtores 80% usam o mesmo tipo e em solos diferentes”, exemplifica. “Eles não conhecem outros adubos”, acrescenta Gonçalves.
“Há uma lacuna a ser coberta”, diz Inamasu, sobre o mercado profissional. O pesquisador observa que uma especialização também ajuda a área. “Em uma lavoura você trabalha com um sistema vivo, ela não pode ser trabalhada de forma inerte”. Ainda segundo ele, outro ponto a ser considerado é a questão do maquinário. “Elas estão cada vez mais sofisticadas. Era comum trabalhar sem eletrônica, mas hoje ela existe e está presente”.
Novos desafios
Apesar de ser realidade, a tecnologia no agronegócio ainda possui alguns desafios pontuais a serem vencidos. Para Inamasu, são dois: o desenvolvimento de tecnologia para culturas tropicais e o desenvolvimento de sensores em equipamentos como tratores. “É necessário a mecanização da mamona, do babaçu, do dendê, do pinhão-manso. Elas tem que ser desenvolvidas, existe um vácuo grande. Essa é uma necessidade atual e futura”.
Sobre os tratores, o pesquisador aponta o desenvolvimento de sensores em tratores para entender o serviço solicitado ou serem arrumados. “A vantagem é que é possível fazer um diagnóstico ou um ajuste à distância. Além disso a manutenção é mais barata”. Para que isso aconteça, está sendo desenvolvido, através de uma força-tarefa. uma padronização de linguagem na comunicação de tratores. O projeto leva o nome de Isobus.
Por sua vez, Gonçalves aponta que a área tende a crescer, mas que os formados devem se mostrar. “O primeiro desafio é o profissional entrar no mercado”, analisa, ressaltando que esse é um ponto a ser alcançado em médio prazo. “Além disso, o profissional tem que trazer novas tecnologias para regiões nas quais ela ainda não chegou, como, por exemplo, a região Norte de Minas”, finaliza.
Michel Lacombe
Portal RIPA
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