Canola tem bom desenvolvimento no Noroeste do Rio Grande do Sul
É em um cenário de abrupta transformação – no qual o desafio por força do prognóstico é quase inimaginável em termos do presente – que o Congresso Internacional da Carne, em Campo Grande-MS, coloca a cadeia produtiva da carne. As estimativas de um crescimento demográfico para as próximas décadas impõem obstáculos à produção e exige de toda cadeia uma resposta que inclua a sustentabilidade em sua retórica.
Segundo o representante da International Meat Secretariat (IMS/Opic), Marcos Vinicius Platini, no futuro haverá uma forte alta no consumo de alimentos, o que acarretará em uma enorme pressão sobre o setor produtivo. “Produtores brasileiros têm um grande obstáculo pela frente. O crescimento de alimentos e matérias agrícolas duplicará, ou mesmo, triplicará até 2050, assim como o consumo da carne”, ressaltou.
A preocupação em torno da relação demanda consumidora e produção esbarra no modelo de desenvolvimento que será adotado para suprir o mercado em grande crescimento populacional. Para os especialistas, o caminho está no aprimoramento tecnológico e na defesa da sustentabilidade.
Conforme o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, o germe dessa mudança já está instalado, em grande parte, por uma nova mentalidade do consumidor que exige cada vez mais a qualidade no produto e uma maior conformidade desse ao desenvolvimento sustentável e por meio da pesquisa agregada à inovação tecnológica. Nesse ponto, Riedel enfatizou que o principal parceiro desse processo é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “A Embrapa traz a luz da ciência para a cadeia produtiva”, concluiu.
Quem reforçou também o caminho da ciência no papel de transformação da agropecuária foi o governador do estado de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. Para ele a incerteza e o extremismo devem ser substituídos pelo cientificismo, matéria que a Embrapa conhece bem.
- A Embrapa, hoje, segundo Pedro Antonio Arraes, diretor-presidente da Empresa, em palestra durante a abertura do Congresso Internacional da Carne, mantém fortes linhas de pesquisa na área de sustentabilidade, a ressaltar, a pesquisa de forrageiras tropicais, o campo do melhoramento genético e o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que só no país possui 192 pontos de desenvolvimento científico.
Na visão de Arraes a tendência das cadeias produtivas da agropecuária é a sustentabilidade. “A pecuária não é grande vilã que a sociedade imagina”, afirmou. Segundo ele, a pesquisa e a tecnologia são instrumentos cruciais na transformação desse setor. “Se olharmos para a produção, a área de pastagem não cresceu, mais a produtividade aumentou. A tecnologia na pecuária influencia fortemente isso”, frisou.
Para o diretor-presidente com o atual nível tecnológico do Brasil não há motivos para se conservar a velha ideia de oposição entre desenvolvimento e meio ambiente. Argumenta Arraes que a convergência entre tecnologia, desenvolvimento e sustentabilidade é a grande força motriz que está por trás do crescimento brasileiro. Ou seja, a diminuição dos impactos ambientais na pecuária começa por um compromisso sério com a ciência, a principal aliada desse novo modelo desenvolvimento sustentável, defendido por todos da cadeia produtiva.
Arraes mencionou alguns trabalhos da Empresa para este segmento e que alguns deles estavam reunidos no estande da instituição. Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pantanal, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Suínos e Aves, Embrapa Caprinos e Ovinos, Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Agrobiologia e Embrapa Instrumentação Agropecuária foram os Centros de Pesquisa presentes no Congresso, com a participação de pesquisadores, técnicos, palestrantes e material técnico.
– Durante o Congresso, a Embrapa assinou um Protocolo de Intenções com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), administração regional da Bahia. As duas instituições pretendem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de pesquisa na pecuária e na agricultura. O Protocolo manifestou a intenção dessas empresas em juntar esforços no sentido de cooperar para desenvolver, adaptar e transferir tecnologias que contribuam para uma pecuária competitiva e sustentável.
A princípio será criado um comitê de implementação com representantes das duas entidades para estabelecer os instrumentos e as atividades e/ou planos de trabalho a serem desenvolvidos e avaliar a execução dos mesmos.
O Congresso Internacional da Carne é uma realização do International Meat Secretariat (IMS/Opic) em conjunto com a Famasul. O evento tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural – FUNAR e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS – Senar/MS, do Fórum Permanente da Pecuária de Corte da CNA, do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Convention Visitors Bureau e Embrapa.
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