Tecnologia de marcadores moleculares se intensifica na pecuária gaúcha

16.09.2009 | 20:59 (UTC -3)

Para obter animais com qualidade de carne superior e mais produtivo, inclusive atendendo às exigências de mercados, criadores gaúchos têm apostado na tecnologia dos marcadores moleculares, teste de DNA que permite conhecer o perfil genético de cada animal e, assim, identificar os que possuem características mais desejáveis.

No Rio Grande do Sul, a demanda por essa ferramenta está cada vez maior e vem sendo utilizada para validar a paternidade ou identificar a performance de reprodutores em rebanhos múltiplos comerciais, ou seja, situação em que a monta ocorre em grandes lotes de fêmeas utilizando-se vários touros.

Segundo o médico veterinário e gerente IGENITY, teste de DNA disponibilizado pela Merial Saúde Animal, Guilherme Gallerani, por meio de testes genéticos realizados do pêlo coletado da cauda de um animal, é possível medir exatamente qual a produtividade dos touros usados em condições de rebanhos múltiplos, tanto em número de filhos quanto em qualidade da progênie. "Nem sempre o touro com maior número de filhos nascidos é o que apresenta progênie com os melhores índices produtivos para características economicamente importantes. A identificação de animais capazes de transmitir boas características de desempenho, identificadas na progênie, é um atributo indispensável para seleção da bateria de touros", explicaGallerani.

O uso desta nova tecnologia de verificação de paternidade também pode beneficiar os programas de melhoramento genético que passam a contar com uma base de dados maior do rebanho a campo com possibilidade de obter informações de paternidade de todos os animais nascidos na safra. Atualmente, a quantidade de bezerros fruto de rebanhos múltiplos nestes programas gira em torno de 40%. A ferramenta permite também a identificação de novos touros que seriam mantidos em rebanhos como reprodutores múltiplos e, consequentemente, teriam seus potenciais genéticos subutilizados.

Tecnologia a campo – Em um dos mais expressivos programas de melhoramento genético de gado europeu no Rio Grande do Sul, a Estância Salso e Lasmarias, localizado no município de Bagé (RS), os marcadores moleculares já usados, não apenas para direcionar os cruzamentos, mas também para identificação de paternidade. Com um rebanho comercial de aproximadamente 13 mil cabeças de gado Angus, mais de 1.500 animais já foram genotipados, trabalho iniciado há três anos, sendo que, nesta safra nasceram os primeiros resultados dos cruzamentos orientados pela tecnologia.

O projeto já está na segunda etapa da seleção, com essas primeiras crias atingindo a desmama com resultados, em peso, acima do esperado pelos selecionadores. Agora, esse plantel passará por duas triagens baseadas em características zootécnicas, segregando os animais mais aptos à reprodução e com características de interesse econômico mais expressivas e evidentes. Na seqüência, esse grupo menor será genotipado, inclusive para identificar a paternidade de seus genitores, a fim de confirmar o desempenho dos touros a campo e selecionar os melhores animais – sendo os que não se enquadrarem excluídos do rebanho.

Quando o trabalho com a ferramenta IGENITY teve início, em 2007, a genotipagem dos animais do criatório priorizou as fêmeas que constituíam o rebanho comercial do grupo para se traçar o perfil do plantel. Munidos dessas informações, os acasalamentos foram promovidos a partir do material de machos cujas características contribuíssem para a incorporação das características desejadas para este rebanho e que faltavam até então, ou não eram bastante expressivas. "Essa foi uma opção a fim de conseguirmos resultados mais rápidos e para incorporarmos características que não dispúnhamos no nosso rebanho", explica o diretor técnico do criatório Felipe Moura.

O trabalho busca animais aprimorados no que diz respeito à área de olho de lombo, característica diretamente relacionada ao peso da carcaça, fertilidade, precocidade de terminação e ainda marmoreio e maciez de carne. "Os marcadores devem ser um aditivo no trabalho de seleção, não agregando tanto valor se for utilizada isoladamente, sem outras ferramentas zootécnicas. A diferença é que com esses dados permite-se ter uma interpretação a mais desses resultados", opina Felipe Moura.

Perfil IGENITY – É um teste de DNA que revela o potencial genético de bovinos de corte e de leite (raças taurinas e zebuínas), para características economicamente relevantes. IGENITY orienta o melhoramento genético dos animais na fazenda, permitindo a tomada de decisões de manejo, seleção e acasalamento e ainda na orientação de compra e venda de animais, com base no conhecimento do perfil genético.

A avaliação de potencial genético (escore ou VGMs/Valores Genéticos Moleculares) é feita a partir de amostras de pelos coletadas da cauda do bovino, que são enviadas para análise em laboratório. Os dados são analisados e a partir dessas informações o produtor conhece melhor a genética do plantel.

Mais informações pelo telefone 0800 888 8484 ou pelo site

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Fonte: Texto Assessoria de Comunicações (11) 2198-1888

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