Técnicos agrícolas da EBDA participam de curso na Embrapa Semi-Árido

04.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

Quarenta técnicos agrícolas de escritórios da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA – instalados em municípios das áreas dependentes de chuva vão participar do quarto módulo do curso “Novo enfoque tecnológico de convivência com o Semi-Árido” organizado pela Embrapa Semi-Árido de 17 a 21 de novembro. Esta capacitação dos profissionais da instituição da Bahia é parte de uma ação pública inovadora do Governo do Estado em benefício dos agricultores familiares que são maioria na região.

O coordenador do curso, Elder Manoel Moura Rocha, explica que a ação conjunta entre instituições dá maior eficiência ao enfrentamento dos problemas produtivos, ambientais e sociais que se proliferam no sertão do Nordeste. Há disponível no centro de pesquisa da Embrapa várias tecnologias capazes de tornar mais rentáveis e sustentáveis os sistemas de produção agrícola no semi-árido. Acontece que é preciso superar as formas tradicionais de transferir os recursos tecnológicos para as propriedades, afirma.

Programação – Há conhecimentos e tecnologias que podem fazer as produtividades darem grandes saltos. O caso do manejo de solo nos plantios de feijão de corda é um bom exemplo. Estudos patrocinados pela Embrapa Semi-Árido em 33 locais apontam que no modo tradicional de cultivo a variedade BRS Maratoã alcançou produtividades de 675 kg/ha. Contudo, se a terra é preparada para ser mais eficiente no armazenamento das águas das chuvas, ela pode chega a mais do dobro: 1545 kg/ha.

Para Elder, fazer com que conhecimentos e tecnologias cheguem em larga escala às roças no semi-árido não basta iniciativas individuais dos agricultores. Em um estado com as dimensões da Bahia, é mais que necessário a ação articulada e permanente das instituições a fim de viabilizar produções agrícolas sustentáveis, créditos, recursos técnicos, maiores segurança alimentar e renda. O emprego de poucos recursos tecnológicos na exploração das pequenas propriedades tem com resultado baixas produtividades e a deterioração nas condições de vida das famílias.

O novo enfoque de convivência com o semi-árido considera a visão de desenvolvimento que tem os agricultores no âmbito da sua propriedade, da sua comunidade e, ainda, na cadeia de negócios das atividades marcantes como a criação de caprinos e ovinos e a produção de grãos (feijão e milho). Para Elder, as duas instituições têm o desfio de integrar a geração e transferência de tecnologias em bases agroecológicas e participativas.

O curso organizado pela Embrapa Semi-Árido tem uma programação de palestras e demonstrações de campo que sem deixar de demonstrar o conjunto de tecnologias apropriadas para a convivência com as áreas secas do sertão baiano, discute novas formas de assistência técnica baseadas na mobilização social, na valorização dos recursos naturais locais e na agroecologia. Discute também metodologias científicas nas áreas de socioeconomia, manejo de solo e água, preservação da vegetação nativa, dentre outras, que estabelecem formas práticas de se chegar a boas produtividades agrícolas sem afetar o meio ambiente.

A Embrapa Semi-Árido mantém o mais abrangente programa de pesquisa e desenvolvimento para as áreas dependentes de chuva na região Nordeste. Os conhecimentos e tecnologias gerados em 35 anos de criação contribuíram para apoiar o desenvolvimento agrícola no âmbito de propriedade, de município e de região. Com este quarto módulo a Embrapa conclui o curso que treinou 80 profissionais da EBDA, que atuam em 266 municípios localizados na área seca do estado. O curso é realizado com recursos do Programa Nacional da Reforma Agrária, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Pronaf/MDA).

Marcelino Ribeiro

Embrapa Semi-Árido

www.cpatsa.embrapa.br

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