Superagro discutirá desafios na produção de biomassa e geração de energia

19.02.2009 | 20:59 (UTC -3)

Um dos eventos da Superagro Minas 2009 será a realização do 1º Congresso Brasileiro de Florestas Energéticas, que terá como tema principal a discussão dos plantios florestais para geração de energia e sua utilização nos vários segmentos da atividade econômica. O Congresso terá conferências e palestras e a apresentação de trabalhos científicos por pesquisadores e estudantes, de 2 a 5 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte. A promoção é do Governo de Minas e Embrapa.

As inscrições para participar do evento já estão abertas e mais informações podem ser obtidas em

.

Embora o Brasil lidere a produção mundial de biomassa florestal, resultado obtido entre outros fatores pelo sucesso da silvicultura em território nacional, o país não possui hoje condições para atender a um aumento significativo da demanda por mudas e sementes adaptadas às diferentes regiões para a implementação novos plantios florestais. E este é um dos desafios a vencer.

De acordo com o presidente do Congresso, agrônomo e pesquisador da Embrapa Florestas, Antônio Francisco Jurado Bellote, a produção da biomassa em escala, ou seja, a generalização dos plantios florestais, é um dos gargalos para a geração de energia. "O Sudeste teria condições de atender, mas regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste enfrentariam dificuldades para suprir um aumento da demanda por mudas e sementes em quantidade e qualidade, adaptadas às condições do meio ambiente dessas regiões", explica.

Tecnologias baratas - O pesquisador lembra que a implantação de novos plantios deverá ser incentivada nas pequenas propriedades, de forma integrada com as demais culturas, de forma a se evitar a monocultura. É preciso também desenvolver tecnologias simples e baratas disponíveis para os pequenos produtores rurais, com sementes e mudas de espécies arbóreas que sejam mais adequadas às condições do meio ambiente, clima e solo, diferentes para cada região do Brasil. E lembra que "o plantio de florestas deverá obedecer ao código florestal brasileiro que, embora seja da década de 60, ainda é arrojado, pertinente e atual".

Outro desafio citado pelo pesquisador é o desenvolvimento de tecnologias de conversão dos plantios florestais, ou biomassa, em energia. Ele argumenta que algumas tecnologias bastante difundidas e utilizadas no Brasil ainda são "arcaicas e ineficientes" e cita como exemplo os fornos para a produção de carvão de baixo rendimento e comumente usados no Brasil. Esses fornos são considerados ineficientes do ponto de vista energético porque apresentam baixa taxa de conversão e desperdiçam parte do produto. Aliado a isso, essa tecnologia não é "ambientalmente amigável", diz. Em suma, relata, " é preciso disponibilizar tecnologias mais eficientes e sustentáveis, ao mesmo tempo em que deve-se desenvolver e adaptar outras tecnologias ainda não usadas ou em estado embrionário no Brasil". E alerta que todas as soluções tecnológicas deverão ser precedidas por análises de viabilidade econômica da cadeia produtiva e por estudos de impactos sócio-econômicos e ambientais que possam vir a gerar.

Minas - Dona da maior área de reflorestamento do país, Minas Gerais possui 1,52 milhão de hectares plantados e, na última década, multiplicou em quatro vezes e meia os plantios anuais de florestas, entre empreendimentos próprios e de fomento, passando de 35.464 hectares em 1997 para 169.129 hectares em 2007. Os dados são do Anuário Estatístico 2008 da Associação Mineira de Silvicultura (AMS).

Mais informações:

/

Vanúsia Duarte

Assessoria de imprensa

(31) 3214.2854

SEAPA - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais - 31 3215-6564 /

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro