Sucessão familiar será tema da Emater/RS-Ascar na Expodireto Cotrijal

25.02.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Asca

Diante da realidade que preocupa muitas famílias rurais gaúchas, o tema da sucessão familiar será foco em diferentes espaços da Emater/RS-Ascar durante a 14ª edição da Expodireto Cotrijal, que será realizada no Parque de Exposições de Não-Me-Toque, entre os dias 4 e 8 de março.

Morador de Ubiretama, noroeste do Estado, o agricultor Edemar Schulz pretende acompanhar a programação da feira. A sucessão familiar é um tema bastante presente em sua vida, uma vez que têm os dois filhos e a esposa tirando o sustento da propriedade de 12,5 hectares na qual vivem.

A partir da reestruturação do sistema produtivo da propriedade e da possibilidade de acessar tecnologias de comunicação como a Internet, os dois filhos do casal resolveram permanecer no campo e auxiliam os pais nas atividades diárias. Para isso, a família deixou a monocultura de soja e investiu em alternativas como a atividade leiteira.

Depois de três décadas de trabalho, Gelci, esposa de Edemar, relata a felicidade de ter os filhos por perto. “No começo, não era fácil. No início, plantávamos soja e ainda não vendíamos leite. Hoje, estamos investindo mais no leite e podemos dizer que valeu a pena”. Ter os filhos por perto, segundo a mãe, é uma recompensa. “Esse era o meu maior desejo, que eles não fossem embora. E, hoje, estou muito feliz que tenho os dois comigo”.

A capacitação do filho mais velho, Jandir, em uma Casa Familiar Rural, gerou novas perspectivas. O irmão mais novo, Jilson, também retornou para casa. “Na nossa propriedade, aos poucos, a gente foi melhorando, graças à Casa Familiar Rural e aos cursos da Emater. Um exemplo foi com a alfafa, ouvi orientação na Casa Familiar e depois pude visualizar em um Dia de Campo. E a gente implantou e está dando certo”, relata Jandir Schulz, de 26 anos. “Foi importante porque ele (Jandir) trouxe coisas novas, devagarzinho fomos implantando e deu certo. Hoje é importante ter os filhos por perto, quando estamos juntos é melhor. Assim vamos continuar o que era do meu pai nas mãos deles”, afirma o agricultor Edemar Schulz.

O diálogo é apontado como um dos incentivos para a permanência dos jovens no campo. “Aqui, a gente tem um belo exemplo de como contornar a falta de diálogo. No final de semana, o trabalho é em forma de revezamento, cada final de semana um tem a oportunidade de sair. Há também o diálogo no que envolve o planejamento das atividades em longo prazo, ou da compra de uma máquina. Todos são consultados e têm direito à opinião”, conta o extensionista rural Inácio Ledur.

O filho Jandir acrescenta que a maioria dos jovens reclama que os pais não incentivam, ou quando dão uma ideia, o pai não aceita. Porém, conversando e mostrando que dá certo, é possível que o jovem bote em prática suas ideias.

A extensionista de Bem-Estar Social Alice Quinzani destaca que a família pensa em conjunto, realiza suas ações em conjunto, “repartem alegrias, lucro e angústias. Todos trabalham, então todos têm direito à opinião”. A mãe, orgulhosa, acrescenta: “graças a Deus, tenho muito orgulho dos meus filhos. Era isso que eu sempre quis. E quero que casem e continuem comigo”.

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