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Diagnósticos das safras gaúchas de milho e sorgo 2008/2009 foram apresentados nesta quarta-feira (15/07), na 54ª Reunião Técnica Anual do Milho e 37ª Reunião Técnica Anual do Sorgo, que acontece até esta quinta (16/07), em Veranópolis/RS.
A situação da produção, da produtividade e os entraves ao melhor desempenho da safra do milho foram abordados pelo agrônomo da Emater/RS-Ascar, Cláudio Dóro.
Segundo ele, normalmente o RS se caracteriza por não ser auto-suficiente na produção de milho. Nos últimos 5 anos, apenas em 2006 e 2007 a produção do grão foi maior que o consumo. O Estado importa de 300 mil a 1 milhão de toneladas de milho por ano – do Paraguai e da Argentina e também compra da região Centro-Oeste e do Paraná - sendo que nesta última safra a importação vai atingir 931 mil toneladas para atender a demanda interna.
Na última safra, o RS produziu 4.150.430 ton, em uma área de 1.309.284 ha, sendo que a demanda é de 5.602.040 ton (o que inclui a produção, a importação e o estoque inicial). A região que mais produz é Passo Fundo, com uma área de 253.188 ha e uma produção de 869.448 ton. No RS, 88,4% do milho é destinado para ração animal e 11,6% é para consumo humano, uso na propriedade e semente.
A produtividade média, de 3.170 Kg/ha, na última safra, é considerada baixa (menor que a nacional, que é de 3.850Kg/ha). "O desafio é aumentar a produtividade para evitar que as integradoras se desloquem para o Centro-Oeste, que tem uma oferta regular e preços mais baixos", afirma Dóro. A falta de rotação de culturas, de irrigação e de escalonamento de plantio por grupo de maturação são apontados como os principais fatores limitantes da produtividade. A rotação de culturas, com a introdução de outras espécies, melhora a qualidade físico-química do solo, potencializando a carga genética do milho. "A Emater/RS-Ascar tem trabalhado forte na rotação, mas o resultado é lento, por isso precisamos continuar trabalhando. Além disso, com o advento dos biocombustíveis houve um fomento para aumentar a diversificação de espécies, principalmente a canola e o girassol. Também estamos incentivando a captação de água e o uso correto na irrigação, através do Programa Estadual de Irrigação (Pró-Irrigação)", salientou o agrônomo.
Mas a projeção para a próxima safra de milho, cujo plantio vai da primeira quinzena de agosto até dezembro, é de redução da área, principalmente nas grandes propriedades, que destinam sua produção para o mercado. " Estamos sentindo isso devido à baixa venda de sementes, que funciona como um termômetro", explica Dóro. Conforme o agrônomo, essa redução deverá ocorrer em razão do fraco desempenho comercial do milho, se comparado com a soja, e do custo para a formação das lavouras de milho, que é maior que o da soja. Atualmente, a relação de preços entre os dois grãos, é de 2,5 sacos de milho para um de soja. "Quando passa de 2 por um, fica favorável à soja", conclui.
Já com relação ao sorgo, o pesquisador da Fepagro, Zeferino Chielle, aponta entre os fatores limitantes da produção a má distribuição do plantio no período preferencial (de 15/09 a 15/11) e a semeadura fora deste período, a falta de informações sobre a área semeada, as restrições ao financiamento do sorgo, o manejo incorreto e a falta de rotação de culturas. "O sorgo poderia entrar na rotação de culturas qualificando o processo produtivo, mas o que ocorre é que os produtores normalmente não fazem a rotação correta (com 4 a 5 cultivos diferentes para depois entrar com a cultura inicial) e sim uma sucessão, que acarreta problemas como inços e doenças", resume.
Além da discussão de temas atuais das culturas em palestras e painéis no Seminário Técnico das Cadeias Produtivas do Milho e do Sorgo, a programação se desenvolve através de apresentação de trabalhos e atualização das Indicações Técnicas, em Comissões Técnicas Disciplinares, finalizando com Assembléia Geral para aprovação das modificações propostas, conforme o Regimento Interno.
Rejane Paludo
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional Caxias do Sul
(54) 3223-5633 /
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