Sistemas integrados: produtividade e qualidade ambiental

22.05.2009 | 20:59 (UTC -3)

Qualidade produtiva e ambiental. Garantir a união desses dois aspectos em um processo produtivo é uma das maiores preocupações da atividade agrícola atual e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta são apontados como possíveis soluções para se chegar a esse resultado.

Para debater essa questão, o V Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2009 realizaram sexta-feira (22/05), o painel “Sustentabilidade econômica e ambiental de sistemas integrados de produção”.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste Júlio Cesar Salton apresentou os indicadores de qualidade do solo em sistemas de integração lavoura-pecuária. Segundo ele, em uma visão mais abrangente, a definição de qualidade do solo está relacionada à capacidade do solo funcionar, dentro dos limites de um ecossistema natural, sustentando a produtividade biológica, mantendo ou melhorando a qualidade ambiental e promovendo a saúde das plantas e dos animais. O pesquisador aponta como um dos principais indicadores dessa qualidade o acúmulo e o armazenamento da matéria orgânica do solo.

Salton afirma que é possível produzir sem degradar e ainda melhorando as condições do ambiente. “Matéria orgânica é sinônimo de qualidade e de produtividade e os sistemas de integração lavoura-pecuária proporcionam isso: produção e qualidade”, ressalta.

O pesquisador da Embrapa Soja Júlio Franchini abordou a questão da contribuição do manejo para aumentar a eficiência de uso da água em sistemas produtivos. Segundo ele, os sistemas integrados de produção, que podem envolver as atividades agrícola, pecuária e florestal, promovem um melhor aproveitamento da infra-estrutura da propriedade, com intensificação do uso da terra e diversificação da produção.

Franchini afirma que a integração lavoura-pecuária eleva em até sete vezes o índice de produtividade da pecuária. Em contrapartida, a pecuária melhora a qualidade química e física do solo. “Com a melhoria do solo, as plantas apresentam um sistema radicular mais profundo, o que reduz a compactação do solo, aumenta o reservatório de água das plantas e minimiza as perdas de produtividade por seca”.

De acordo com Tarcísio Cobucci, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, na maioria dos casos o investimento de maior rentabilidade agrega maior risco, e o contrário é verdadeiro. “O ideal é ter a maior rentabilidade com menor risco. Sistemas integrados produção proporcionam esta situação”, afirma.

Durante o painel, Cobucci falou sobre a estabilidade econômica da atividade agropecuária em sistemas integrados. Segundo ele, a produção de mais de um produto rende maior estabilidade do lucro líquido comparado ao que produz apenas um, pois um produto pode cobrir o fraco resultado de outro.

“Outro fator importante são os ganhos ambientais, como o aumento de matéria orgânica no solo, aumento da atividade microbiana e todos os efeitos secundários, como menor erosão, aumento da permeabilidade do solo, maior eficiência de uso de adubos, uso de menores quantidades de defensivos agrícolas, etc.”, ressalta Cobucci.

Mariana Fabre

Embrapa Soja

(43) 3371-6078 / (62) 3219-3450 /

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