Começa vazio sanitário da soja no Paraná e em Mato Grosso
Encontros realizados em quatro regiões do Rio Grande do Sul reuniram 1,5 mil pessoas para tratar de temas como saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente.
Com um público estimado em 300 pessoas, o SindiTabaco - Sindicato da Indústria do Tabaco e empresas associadas encerraram na quarta-feira (16/06), em Camaquã, o 2º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do trabalhador e proteção da criança e do adolescente. Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-RS), os eventos foram realizados em quatro regiões produtoras de tabaco do Rio Grande do Sul e reuniram 1,5 mil pessoas no total.
Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, abriu o encontro no Centro de Ensino Médio Pastor Dohms. Ele comemorou o envolvimento dos produtores nos eventos realizados em Vera Cruz (19/05), Sobradinho (26/05), Caiçara (09/06) e Camaquã (16/06), a exemplo do ano passado, quando número semelhante se reuniu nos municípios de Venâncio Aires, Arvorezinha, São Lourenço do Sul e Frederico Westphalen.
“Nosso principal objetivo é conscientizar os produtores sobre a legislação vigente e reforçar alguns cuidados básicos do trabalho no campo. Estas questões, diretamente relacionadas à responsabilidade social e à preservação ambiental nas lavouras de tabaco são fundamentais para a manutenção desta economia que gerou, somente no ano passado, R$ 4,4 bilhões aos produtores”, afirma.
Para falar sobre saúde e segurança do produtor, foi convidado o engenheiro agrônomo e instrutor do Senar/RS, Paulo Rosa. De acordo com ele, o esforço deve ser no sentido de conscientizar sobre ações para a redução da exposição ao agrotóxico, como o uso efetivo do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e o correto armazenamento das embalagens.
“Pequenas ações, podem fazer toda a diferença na saúde e segurança do produtor. A Embrapa fez um trabalho que demonstra que a simples regulagem do bico do aplicador de agrotóxico diminui em 80% a exposição. Como o risco está relacionado com a toxidade do produto e o tempo de exposição, estes pequenos cuidados podem fazer toda diferença”, relatou ele que trouxe exemplos de diversas pesquisas realizadas neste sentido.
VOCÊ SABIA?
De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), mais de 80% das intoxicações agudas registradas são acidentais e acontecem no manuseio do produto.
O momento da compra do produto exige tanta cautela quanto o preparo e a aplicação.
Comprar agrotóxicos fracionados é proibido por lei.
O potencial de intoxicação pela via dérmica (pele) é 50 vezes maior que pela via respiratória.
Todo produto químico é potencialmente tóxico. O grau de injúria está relacionado à exposição.
O EPI deve ser descontaminado com água corrente, sabão neutro e separado das roupas comuns. O produtor deve utilizar luvas e avental neste processo.
Luvas de látex não são eficientes para proteção durante a aplicação. As ideais são de neoprene ou nitrila.
O Ministério do Trabalho e Emprego disponibiliza em seu site (
) a consulta do Certificado de Aprovação do EPI (CAEPI), onde é possível checar os testes realizados e a eficiência do equipamento.
A quantidade de agrotóxico utilizada para plantar um hectare de tomate é a mesma que a utilizada para plantar 47 hectares de tabaco (UFPEL, 2007)
No Brasil 94% dos vasilhames de agrotóxicos são devolvidos. Nos EUA, apenas 46% são retornados.
Por lei, todo estabelecimento que vende agrotóxicos deve receber a embalagem. As empresas associadas ao SindiTabaco recolhem as embalagens por meio de um programa itinerante pioneiro que integra 2,3 mil pontos de coleta.
O evento seguiu com a apresentação da peça A semente de um sonho, pelo grupo teatral Espaço Camarim, de Santa Cruz do Sul, e com a palestra do Procurador do Trabalho (MPT-RS), Dr. Ivan Sérgio Camargo dos Santos, sobre o trabalho infantil e os direitos da criança e do adolescente.
De acordo com Santos, o problema cultural existente nas pequenas propriedades rurais vem de uma época em que o País se ancorava basicamente na agricultura e pecuária e eram poucas as opções e a tecnologia disponível. “As exigências do mercado de trabalho e a realidade econômica hoje são muito distintas da época em que os pais utilizavam os filhos como mão de obra barata”, afirmou lembrando que o trabalho infantil se caracteriza quando a criança ou adolescente é utilizada para a substituição de uma mão de obra adulta. “A criança precisa participar de atividades recreativas e lúdicas durante a infância, se sociabilizar e brincar. Qualquer trabalho que afasta a criança e o adolescente de suas atividades recreativas e escolares é considerado ilegal”, frisou.
Fonte: Andreoli MS&L - (11) 3169-9354
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