Sima 2008: Olhos voltados para o Leste

10.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

Vender máquinas e equipamentos para a Rússia e demais países do leste europeu é um dos principais objetivos das empresas que participarão do Salão Internacional de Máquinas Agrícolas (Sima), de 2 a 26 de fevereiro, em Paris, no Centro de Exposições Paris-Norte Villepinte. Fabricantes de equipamentos europeus se organizam para o atendimento, em larga escala, de visitantes daquela região, que reorganiza seu modelo agrícola em velocidade espantosa, para se adaptar ao crescimento econômico e às elevadas exigências de produtos agrícolas.

As mudanças no mercado financeiro das últimas semanas não afetaram a demanda por equipamentos, uma vez que está em pleno andamento o processo de reescalonamento da produção agrícola. A substituição do modelo em vigor no regime político desaparecido nos anos 90, que se iniciou lentamente, precisou de tempo para que os produtores se adaptassem às tecnologias agrícolas disponíveis, porém, nos últimos anos se nota a aceleração no ritmo, comandada pela necessidade de suprir os mercados locais. A melhoria do padrão de vida das populações dos países do leste europeu significa uma elevação nunca vista no consumo de produtos agrícolas.

Os organizadores do maior evento de mecanização agrícola europeu – associações de maquinaria agrícola – informaram em outubro que 95% dos espaços demarcados na área coberta de mais de 22 hectares do parque de exposições já haviam sido vendidos. Assinalaram, porém, com a oferta de bons estandes para fabricantes de equipamentos de outros países, também interessados. A presença garantida de compradores de regiões do leste europeu, inacessível aos vendedores ocidentais até pouco mais de uma década, é a grande expectativa. Nos dois últimos eventos, em 2005 e 2007, verificaram-se alterações muito interessantes tanto no tipo de equipamento apresentado quanto no público presente. Começou em 2005, por exemplo, a mostra de máquinas de menor porte, destinadas aos ainda pouco tecnificados agricultores orientais. O grande interesse demonstrado perdurou e ainda se intensificou em 2007, o que leva a uma expectativa ainda maior em 2009.

Como preparação para o recebimento dos agricultores do leste europeu no grande evento em Paris, já em novembro os organizadores do Sima montarão na Rússia, começando em Moscou, uma amostra em pequena escala do que estará disponível na França. A mostra é patrocinada por uma associação de fabricantes russos de equipamentos agrícolas e está centrada na mecanização das lavouras. Depois de Moscou haverá apresentações em Krasnodar, Rostov, Altai e Belgorod. Além disso, representantes do governo russo e inúmeros membros de entidades que congregam agricultores já confirmaram presença em Paris.

Nas últimas décadas o Sima tem sido a melhor oportunidade para os europeus encontrarem, num só local, todas as novidades tecnológicas nos segmentos de grandes culturas, pecuária e energias renováveis, soluções concretas para cada uma de suas necessidades. Ali são mostradas as inovações em equipamentos, por exemplo, em estréia mundial. Como ocorre no mundo da moda, em que o que se vê em Paris determinará a tendência mundial, o Sima representa uma estréia do que será apresentado nos próximos eventos, no resto do mundo.

No Salão de 2007 – o evento se realiza a cada dois anos – houve 213.761 visitantes, dos quais 79% eram da Europa ocidental e 12% da oriental. Os continentes Americano, Africano e Asiático tiveram 3% de participação cada um. A estatística de 2007 conta ainda com visitantes de 107 países. O destaque, no entanto, foram os cerca de 25 mil russos e seus vizinhos, cada vez mais interessados em mecanizar suas lavouras, ainda desatualizadas tecnologicamente. Desde 2005, registra-se um crescimento de 31% na economia do que se classifica como Europa Central e da Europa do Leste. O mercado dessas regiões permanece francamente comprador.

Em 2007 a metade dos 1.349 expositores era de estrangeiros. Dos visitantes, 63% são tidos como utilizadores líderes dos equipamentos e 50% exploram áreas agrícolas superiores a 100 hectares, o que, em termos europeus, é média alta. Distribuidores, concessionários, importadores e outros empresários preencheram uma fatia de 37% do total de visitantes.

O Sima ocorre estrategicamente no mês de fevereiro, pleno inverno europeu, época de paralisação total da atividade agrícola, o que responde pelo acréscimo do número de visitantes a cada evento.

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